Edson Sardinha
O presidente Lula criticou hoje (6) o uso da máquina pública em favor de qualquer candidatura durante o processo eleitoral. Em entrevista à Rádio Tupi, no Rio, Lula disse ainda desconhecer o teor das denúncias de campanha eleitoral antecipada que lhe renderam duas multas impostas pela Justiça eleitoral. Mas ressaltou que pagará o valor devido caso seja considerado culpado em última instância.
“Não conheço o teor das multas, não li o processo. A primeira parece que foi por causa de uma inauguração de sede de sindicato. Era um lugar particular e não público. Eu falei que íamos ganhar as eleições e a TV mostrou a Dilma na hora. Não tenho culpa disso. Mas é uma coisa que os advogados vão debater. O princípio básico da democracia é respeitar as instituições como o Judiciário e, se eu for considerado culpado, terei que pagar pelo erro que cometi”, declarou.
“É preciso que sejamos definitivamente republicanos neste país, mostrar que é possível passar por um processo eleitoral sem usar a máquina como já ocorreu”, acrescentou, conforme relato da Agência Estado.
Por causa das fortes chuvas que atingem o Rio desde a noite de ontem, o presidente cancelou a agenda que teria esta manhã no Morro do Alemão, onde iria inaugurar uma creche e a maior Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do estado.
Campanha antecipada
No mês passado, Lula foi multado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusado de ter feito propaganda antecipada. Nos dois casos, cabe recurso. Por quatro votos a três, os ministros da corte eleitoral consideraram que o petista fez campanha para a então ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto, durante a inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de dados de São Paulo em janeiro deste ano. O TSE aplicou uma multa de R$ 10 mil ao presidente.
No dia 18 de março, o ministro-auxiliar Joelson Dias havia multado o presidente em R$ 5 mil. O petista teria feito novamente campanha para Dilma em 29 de maio de 2009, durante a inauguração do complexo poliesportivo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, em obra oficial do PAC. No evento, Lula fez discurso de exaltação a Dilma, em palanque no qual estavam autoridades do governo estadual.
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