Durante visita ao Hospital de Urgências e Traumas de Petrolina (PE), o presidente Lula criticou a greve em serviços considerados essenciais, como os de saúde e transporte.
“Eu sempre tive muitas dúvidas sobre greve de médicos, como sempre tive muitas dúvidas sobre greve de metrô, porque quem paga é exatamente a parte mais pobre da população. A gente não vê greve nos grandes hospitais particulares. A gente vê no setor público, onde crianças ficam nas filas esperando horas por um atendimento e as pessoas não aparecem para atendê-las em nome de reivindicar um salário a mais”, afirmou.
Amanhã (5), os médicos dos hospitais estaduais do Recife ameaçam deixar o trabalho. Aproximadamente 400 profissionais já entregaram seus pedidos de exoneração. A categoria reivindica aumento salarial e rejeitou na segunda-feira a proposta do governo, que reajustava os salários dos plantonistas de R$ 2.900 para R$ 3.600, e dos diaristas R$ 1.900 para R$ 2.300.
“Na verdade, podem reivindicar, brigar, denunciar, mas não deixem de atender a parte mais pobre da população, porque é ela que não tem o direito de protestar, ela não está organizada. Muitas vezes, uma mãe rica vai a um hospital e não tem médico, ela vai para outro. Mas uma pobre – se for pronto-socorro de um bairro – não tem para onde ir e, muitas vezes, não tem dinheiro para pagar o ônibus para voltar para casa”, afirmou o petista. (Rodolfo Torres)
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