Em entrevista a seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”, Lula disse estar convencido que o Senado aprovará a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Como argumento para essa certeza, o presidente apelou para a “consciência” dos parlamentares:
“Na hora de votar, falará mais alto a consciência de cada senador em função do que representa o dinheiro da CPMF não apenas para o Estado brasileiro, mas, sobretudo, para a saúde”, disse Lula.
O presidente destacou que acha “normal” que haja negociações em torno da prorrogação do tributo, mas disse acreditar que também será “normal que as pessoas tenham responsabilidade na hora de votar e saibam o que significa R$ 40 bilhões no orçamento da União”.
Para enfatizar sua posição, Lula atribuiu a intenções eleitoreiras a oposição de alguns senadores. “Tem o tempo para fazer o discurso, tem o tempo para marcar posição e certamente alguns senadores não estão sabendo o que o dinheiro da CPMF causa de benefício nesse país”, afirmou. "O Brasil não pode prescindir desses recursos, o Brasil está vivendo um momento excepcional. Penso que está na hora de as pessoas pensarem um pouco no Brasil ao invés de pensarem apenas nas próximas eleições ou pensarem em marcar posições”, argumentou ele.
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A saúde foi a principal justificativa usada pelo presidente para defender a continuidade da contribuição. “É importante lembrar que, este ano, 40% do orçamento do Ministério da Saúde vêm de dinheiro da CPMF. Ao longo dos últimos dez anos, de 97 a 2007, a CPMF se constituiu na mais importante fonte de recurso para o Ministério da Saúde”, disse.
Segundo o presidente, só no ano passado o dinheiro da CPMF foi mais responsável por “ mais de 11 milhões de internações, 268 milhões de consultas especializadas, 348,8 milhões de exames laboratoriais, 9,3 milhões de hemodiálises, 134 milhões de procedimentos ambulatoriais e 2,2 milhões de partos”.
“Essa é apenas uma amostra daquilo que o dinheiro do SUS faz nos estados e nos municípios”, enfatizou Lula, questionando quem irá explicar à população, quando não houver mais o dinheiro do imposto, porque esses números não foram mantidos.
Para finalizar a entrevista, o presidente disse que o governo já fez sua parte ao aceitar reduzir a alíquota do tributo e isentar uma parcela maior de contribuintes e que agora caberá aos senadores “fazer a parte deles aprovando a CPMF”. (Soraia Costa)
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