O deputado Professor Luizinho (PT-SP), reafirmou há pouco, no plenário da Câmara, que não foi o destinatário de R$ 20 mil sacados das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no Banco Rural por José Nilson, ex-assessor de seu gabinete. Daqui a alguns minutos, os deputados começarão a votar o relatório do Conselho de Ética que pede a cassação do petista.
Luizinho foi apontado pela CPI dos Correios como beneficiário do mensalão depois que o nome de seu ex-assessor apareceu na lista de sacadores das contas de Valério. O petista afirmou que Nilson nunca o avisara do saque e alegou que soube da transação somente quando a CPI divulgou a lista dos envolvidos nos repasses do valerioduto. O dinheiro teria sido usado para custear parte da campanha de candidatos a vereador na região do ABC paulista em 2004.
“Não dei autorização para buscar recurso em meu nome”, afirmou. O deputado lembrou que tanto o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares quanto seu ex-assessor admitiram em depoimento ao Conselho que o petista não tinha ligação com o saque. “Quem liberou o recurso (Delúbio) deixou claro isso”, afirmou.
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O parlamentar apelou para a solidariedade dos colegas e lembrou dos tempos em que foi líder do governo na Câmara. Disse que não há provas de seu envolvimento com o mensalão e falou do parecer de seu processo. Ressaltou que todos as expectativas apontavam para a absolvição mas, no dia da leitura, o relator, ex-deputado Pedro Canedo (PP-GO), sugeriu a cassação.
Durante a apresentação do parecer que pede a cassação, o relator substituto, Orlando Fantazzini (Psol-SP), afirmou que a versão de Luizinho não se sustenta. "Nenhum funcionário tem autorização para sacar em nome do deputado sem consentimento. A história é inverossímil", disse.
Mesmo que seja absolvido em plenário, o petista afirmou que o processo vai marcar sua vida política. “A pena já esta dada e terei de lidar com ela. A chaga aberta não se fechará nunca”, lamentou. No fim do discurso, Luizinho foi aplaudido pelos colegas.
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