Edison Lobão Filho (DEM-MA) assumiu, na tarde de hoje (30), a vaga de senador deixada pelo pai, Edison Lobão (PMDB-MA) – que se tornou ministro das Minas e Energia. O suplente Lobão Filho, como será chamado, desistiu do conselho paterno de tomar posse e se licenciar em seguida por causa da divulgação de um escândalo.
Ele transferiu sua participação numa empresa endividada para o nome de uma empregada doméstica – uma “laranja”. Hoje, Lobão Filho se justificou. Afirmou que transferiu as cotas para seus ex-sócios, que indicaram o nome da empregada. Ressaltou que a mulher não trabalhava para ele, mas para seus ex-sócios.
Lobão Filho afirmou que as dívidas com a Receita Federal serão assumidas pelos antigos colegas de empresa. “Eles assumem a responsabilidade e estão pagando as dívidas”, contou ele, ao sair do gabinete da Presidência do Senado, onde tomou posse. Um documento que Lobão Filho prometeu entregar comprovando essa assunção de débitos ainda não foi entregue.
De acordo com o novo senador, o motivo foi o fato de não localizar o presidente do seu partido, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em seguida, Lobão Filho promete apresentar o documento aos senadores. O novo parlamentar fez questão de desqualificar os fatos. “Isso tudo já foi explicado. É uma pauta fora da pauta. Agora, preciso me focar na pauta verdadeira, as disputas políticas”, afirmou.
De saída
O senador está de saída do DEM, por considerar que foi prejulgado por seu partido – e sem ser ouvido. Lobão Filho foi convidado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que prestigiou sua posse, para ingressar no PTB. José Sarney (PMDB-AP) o chamou para engrossar as fileiras peemedebistas. Há ainda um convite do PR, segundo Lobão Filho.
O senador acredita que sua saída do DEM será “amigável”. Hoje, ele se reúne com seu advogado para discutir o assunto. Lobão Filho espera que poderá sair do DEM, no qual foi filiado por 20 anos, sem ser processado por infidelidade partidária alegando hostilidade ou perseguição política.
Suplentes, não!
Entre a “pauta de verdade” que o novo parlamentar pretende assumir está um projeto que acaba com os senadores suplentes e os deputados que se elegem apenas com o voto de legenda. Lobão Filho disse que tem “autoridade” para discutir o assunto porque não se considera um “senador sem voto”. “Eu tenho uma história no Maranhão, uma liderança”, comentou. O parlamentar disse que, na eleição de seu pai, percorreu o estado fazendo palestras e buscando votos.
O senador disse que o apelido “Edinho Trinta” surgiu no Maranhão há 20 anos. Ele evitou comentar a alcunha, que considera pejorativa. O apelido faz referência às supostas propinas de 30% que o hoje senador cobraria no estado em todos os negócios em que se envolve. (Eduardo Militão)
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