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“Não há uma perseguição aos evangélicos; há, sim, uma situação de conflito que precisa ser equacionada, especialmente porque, para nós, o compromisso do Evangelho com os mais pobres e vulneráveis é central”, diz trecho do texto.
Este é o segundo manifesto assinado por entidades religiosas, desde o último fim de semana, a favor da saída de Feliciano da presidência da comissão. No domingo, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), que integra as igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida, também divulgou nota de repúdio à eleição de Feliciano.
Entre os signatários do novo documento, estão pastores de igrejas como a Presbiteriana, a Batista e a Assembleia de Deus, da qual o deputado paulista faz parte. Assinam a nota, entre outros, o pastor Antonio Carlos Costa, do Rio de Paz; o bispo primaz da Igreja Anglicana Mauricio Andrade; e o pastor batista Ariovaldo Ramos, presidente da Visão Mundial.
A Rede Fale é composta por 12 organizações evangélicas e 33 grupos locais, de 17 estados brasileiros. Segundo os coordenadores do movimento, trata-se de uma rede de orientação cristã que busca, há mais de dez anos, unir indivíduos e organizações para orar e agir contra as injustiças sociais.
Pastores e direitos humanos
De acordo com o abaixo-assinado, a comissão deve ser presidida por um deputado que tenha compromisso com os direitos humanos e o enfrentamento da tortura, do tráfico de pessoas, do trabalho escravo, da violência e corrupção policial, e com a defesa das pessoas ameaças de morte. Segundo os religiosos que assinam o documento, este não é o caso de Marco Feliciano, líder da Igreja Assembleia de Deus Catedral do Avivamento.
Para eles, o fato de 12 dos 18 integrantes da Comissão de Direitos Humanos serem membros de igrejas evangélicas reforça a responsabilidade de pastores e lideranças das denominações religiosas com o tema. “Entendemos que este momento representa uma oportunidade concreta para a promoção e a defesa dos direitos dos mais vulneráveis e das minorias. Nesse sentido, é preciso tanto uma postura de escuta a Deus e à sociedade, quanto a certeza de que os espaços de poder ocupados precisam ser utilizados principalmente como espaços de serviço”, afirma a nota.
Polêmicas
A eleição de Marco Feliciano tem sido contestada por causa de declarações polêmicas dadas pelo deputado em relação a negros e homossexuais. Ele é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura se ele cometeu discriminação por orientação sexual, e de ação penal, por estelionato, como mostrou o Congresso em Foco.
A bancada do PSC na Câmara se reúne hoje para avaliar a repercussão negativa da indicação feita pelo partido. Milhares de pessoas saíram às ruas no final de semana para protestar contra a eleição de Feliciano. Ele afirma que não renunciará ao cargo e que sofre de perseguição religiosa por ser pastor evangélico.
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