A força dos líderes da Câmara e de seus liderados vai ser testada na eleição do novo presidente Conselho de Ética, que começa às 14h30 de hoje (28), daqui a alguns instantes. Enquanto os comandantes dos partidos da base querem cumprir um acordo para deixar a vaga com o PTB, vários conselheiros ignoram esse entendimento e defendem uma candidatura diferente.
O candidato do PTB é o deputado Sérgio Moraes (RS). Apesar de ter contra si
três processos no Supremo Tribunal Federal (STF), o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), diz que ele tem qualidades até para presidir a Câmara. E é categórico ao exigir o cumprimento do acordo.
“O bom senso tem que prevalecer. E comigo só se fala uma vez”, disse ele, ontem, após sair de uma reunião com todos os líderes da base em sua residência. Os dois maiores partidos do bloco que, sozinho, tem condições de eleger o presidente são PMDB e o PT. As legendas orientaram seus comandados a votarem em Sérgio Moraes.
Mas o deputado Paulo Piau (PMDB-MG) – que substituiu em várias ocasiões o ex-presidente do Conselho, o falecido deputado Ricardo Izar (PTB-SP) – nega a existência de um vínculo partidário na disputa. “Não é uma prerrogativa do PTB. Ali não existe acordo partidário. Quem define [o presidente] são os conselheiros”, lembra o parlamentar.
O conselheiro Marcelo Ortiz (PV-SP) diz desconhecer o acordo de manter a presidência com o PTB. Ele pretende se candidatar, mas buscava uma solução regimental para isso, porque é suplente no conselho.
Outro conselheiro consultado pelo Congresso em Foco também negou o acordo pró-PTB. “O acordo era para elegermos o Izar. O acordo era com o Izar, e não com o PTB”, afirmou o deputado.
Paulo Piau se apresenta como alternativa na eleição e diz que há “um movimento” de apoio a seu nome com pelo menos oito deputados – o suficiente para elegê-lo. Entretanto, ele avalia que, se Sérgio Moraes, apresentar as características exigidas para o cargo, poderá apoiar a sua candidatura ou a de outra pessoa. (Eduardo Militão)
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