Mário Coelho
Os líderes do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do governo, Henrique Fontana (PT-RS), trocaram farpas nesta quinta-feira (8) por causa da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Para Caiado, as cenas da destruição do laranjal na fazenda ocupada no interior de São Paulo autorizam “todos os brasileiros” a fazerem o mesmo. Já o petista diz que a oposição quer “criar conflito”. A intenção do DEM é apresentar o requerimento de criação da CPI mista novamente na próxima terça-feira (13).
“Eleitoreira como? Após ver as cenas da derrubada do laranjal, fica muito fácil saber que não é eleitoreira”, afirmou Caiado. Para ele, o fato precisa ser investigado por uma CPI, pois a polícia não teria condições para isso. “O presidente [Lula] vestiu o boné dos sem-terra”, declarou. “Se permanecer impune, todo brasileiro pode fazer aquilo. Quem não tiver crédito, pode entrar num banco e quebrar tudo”, acrescentou.
O líder do governo condenou novamente a atitude dos sem-terra. Mas disse que o caso é de polícia, e que quem deve se manifestar, posteriormente, é a Justiça. “A oposição quer criar conflito, tendo uma postura de quem não quer ajudar a solucionar os problemas do país”, retrucou.
Para Fontana, os opositores estão revivendo os embates entre a União Democrática Ruralista (UDR), presidida por Caiado nos anos 80, e o MST. “Os tempos de UDR ficaram para trás, esse conflito não traz nenhum bem”, comentou.
Não é a primeira vez que o Congresso quer investigar o MST. Entre 2004 e 2005, foi instalada uma comissão pelos parlamentares, mas que não obteve nenhum resultado prático. O atual pedido pretende analisar denúncias publicadas pela revista Veja e pelo jornal O Estado de S.Paulo sobre o financiamento público do MST, que usaria os recursos para a invasão de terras e prédios públicos.
O requerimento, arquivado após a retirada de assinaturas de parlamentares da base do governo Lula, ganhou força novamente nesta semana. As imagens de um integrante do MST usando um trator para destruir um laranjal em uma fazenda da empresa Cutrale, no interior de São Paulo, reativou os trabalhos do DEM.
No Senado, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) já conseguiu 31 assinaturas, quatro a mais que o necessário. Na Câmara, Onxy Lorenzoni (DEM-RS), reuniu 157. Falta a adesão de 14 parlamentares.
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