O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), pediu hoje a demissão do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos (Justiça), com base em acusações de que ele teria remetido US$ 4 milhões ilegalmente para o exterior.
“Não nos resta outra alternativa a não ser solicitar o imediato afastamento do Sr Márcio Thomaz Bastos do Ministério da Justiça até a total apuração desses graves fatos”, afirmou o tucano. As críticas ao ministro, já em tom eleitoral, devem ser cena constante no Congresso daqui para frente.
O deputado encaminhou ao Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, um requerimento para que a denúncia seja apurada. Segundo Juthay, o caso foi encerrado em 2004 “sem que os procedimentos básicos de uma apuração de crime financeiro” fossem levados em conta. A PF é subordinada ao Ministério da Justiça.
Juthay também apresentou requerimento de convocação do ministro para que dê explicações à Câmara. “Trata-se de denúncia grave, em especial porque envolve o ministro a quem cabe zelar pela defesa da ordem jurídica”, justificou.
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No último dia 12, o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem em que o empresário Ivo Morganti Júnior revela ter repassado US$ 4 milhões a Bastos, como pagamento por honorários advocatícios. Bastos trabalhou para o empresário, mas nega ter recebido a quantia.
O dinheiro, segundo Morganti, foi enviado em julho de 1993 para o Uruguai e passou pelas Ilhas Cayman até chegar a uma conta no principado europeu de Liechtenstein. Os dólares foram então usados para aquisição de títulos da empresa offshore (cujos donos são desconhecidos) Piermont Corporation, com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. A PF nunca descobriu o que ocorreu com o dinheiro.
O empresário contou que o pedido para a remessa dos recursos partiu do próprio Thomaz Bastos. Disse que o banco se encarregou de idealizar e fazer a operação.
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