Manchete de capa do jornal O Globo desta quinta-feira (20) revela que as primeiras varreduras de movimentação financeira de empresários presos na Operação Lava Jato, com o objetivo de bloquear até R$ 720 milhões, esbarraram em contas bancárias zeradas. De acordo com a reportagem, elas podem ter sido esvaziadas antes da determinação de bloqueio da Justiça Federal, que fixou a retenção de R$ 20 milhões por pessoa. Apesar de 16 investigados terem recebido a ordem de bloqueio, nenhuma empresa teve suas contas sob intervenção, informa o jornal.
Em ofício encaminhado às autoridades, o Banco Itaú informou que não havia valores nas contas de Walmir Pinheiro Santana (UTC Participações S.A.), Valdir Lima Carreiro (presidente da Iesa Óleo e Gás) e do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano (Petroenge Petróleo e Engenharia). Apenas R$ 4,60 foram bloqueados da conta de Ildefonso Colares Filho, que se desligou da presidência da Queiroz Galvão, em abril, depois da deflagração da Lava Jato.
Valores irrisórios, diante do montante bilionário dos desvios na Petrobras, também foram encontrados em contas de outros executivos investigados. Foram retidos R$ 4 mil em nome de Erton Medeiros Fonseca, sócio da Galvão Engenharia; R$ 6 mil de Franklin Magalhães Medeiros, diretor da área internacional da construtora OAS; e R$ 33 mil do empresário Sergio Cunha Mendes, vice-presidente do grupo Mendes Júnior. O único valor considerável foi encontrado na conta de um dos sócios da Engevix, Gerson de Mello Almada: mais de R$ 1 milhão, valor devidamente bloqueado.
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Também foram detectadas contas esvaziadas em nome de Dalton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa, e de João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração da mesma empresa. As contas eram mantidas no Banco Caixa Geral do Brasil, onde também não havia saldo ou aplicações financeiras em nome de José Aldemario Pinheiro Filho, executivo da OAS.
Ainda segundo a matéria, o Ministério Público Federal já recorreu às autoridades suíças para promover o bloqueio de recursos transferidos pelo delator do esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro Alberto Youssef, e pelo ex-diretor da estatal Renato Duque para contas no exterior. Em outra frente, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras subordinado a Duque, negociou a restituição de US$ 100 milhões aos cofres públicos.
Confira a íntegra da reportagem
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