As principais construtoras do país viram os pagamentos do governo federal diminuírem 64,7% em relação ao ano passado. As investigações da Operação Lava Jato e a crise econômica contribuíram para o cenário, como apurou o jornal O Globo, por meio de consulta ao Portal da Transparência. Dez empreiteiras investigadas pela força-tarefa ou cujos dirigentes já foram condenados pela Justiça por corrupção e lavagem de dinheiro receberam em 2015 R$ 1,184 bilhão até a primeira semana de dezembro, enquanto em 2014 foram R$ 3,353 bilhões.
A Odebrecht foi a construtora que mais recebeu dinheiro do governo federal em 2014: foram R$ 1,13 bilhão pelas obras do projeto de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro (Prosub). Considerando as empresas dos demais setores ela ficou em terceiro lugar, atrás apenas do Itaú Unibanco e da Embraer.
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Em 2015 a Odebrecht perdeu a liderança para a Queiroz Galvão, que, entre as dez empreiteiras investigadas pela Lava Jato, foi a única que conseguiu aumentar o valor recebido pelo governo federal neste ano. Em 2014 a Queiroz Galvão somou R$ 250 milhões referentes aos pagamentos do governo, e em 2015 foram R$ 399,6 milhões, um aumento de 60%. Suas obras mais importantes foram um trecho da Ferrovia Norte-Sul, a segunda ponte sobre o rio Guaíba (RS) e construções no eixo norte da transposição do rio São Francisco.
De acordo com a Polícia Federal, apenas seis empresas que integravam o cartel da Petrobras conseguiram ficar com 57% dos investimentos da estatal entre 2004 e 2014. As mais beneficiadas foram: Odebrecht (16,6%), Queiroz Galvão (9,6%), Camargo Corrêa (9,2%), Engevix (6,8%) e UTC (5,2%).
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