De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, o valor foi elevado pelos juros e, em seguida, perdoado pelo banco. Em troca, empresas do grupo conseguiram sem licitação contrato de navio-sonda Vitória 10.000, no valor de R$ 1,6 bilhão. Ainda de acordo com as investigações, o banco Schahin efetivou novo empréstimo em nome de uma empresa de Bumlai, criando um falso contrato, para justificar a falta de pagamento ao Banco Central.
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Segundo o Ministério Público Federal, houve simulação de contrato de venda de embriões por parte do pecuarista para fazendas do grupo Schahin para quitar o débito. “Este recibo de quitação consistiu na vantagem indevida que foi oferecida aos funcionários corruptos da Petrobras em troca do contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000”, disse o procurador Diogo Castor de Mattos em entrevista coletiva. Os investigadores encontraram, ainda, dezenas de outros empréstimos em valores milionários feitos por pessoas físicas ligadas ao pecuarista no banco Schahin.
Nem o PT nem a defesa de Bumlai se pronunciaram sobre o assunto até o momento.
Amigo de Lula
Empresário do setor sucroalcooleiro e pecuarista de Mato Grosso do Sul, Bumlai tinha acesso livre ao gabinete de Lula durante os oito anos de seu governo. Um dos delatores da Lava Jato, o lobista Fernando Baiano disse aos investigadores que trabalhava para que a empresa OSX participasse de contratos da Sete Brasil com a Petrobras para a exploração do pré-sal. Apontado como operador do PMDB no petrolão, Baiano contou que pediu ajuda a Bumlai e que os negócios não prosperaram. Ainda assim, afirmou, o pecuarista cobrou uma comissão de R$ 3 milhões, alegando que o valor seria repassado a uma nora de Lula.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada em 25 de outubro, Bumlai disse ter promovido um encontro entre o presidente da Sete Brasil e o petista, mas negou ter pedido qualquer comissão. Ele contou ter recebido um repasse de Baiano referente a um empréstimo.
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