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Nos manuscritos, há uma coluna à esquerda de uma página com valores que, segundo Costa, referem-se a pagamentos a políticos. Na coluna da esquerda, os nomes de parlamentares mencionados por ele em seus depoimentos à força tarefa investigatória que envolve Ministério Público Federal e PF. Para cada sigla ou abreviação, um valor correspondente.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, que ontem (sexta, 19) revelou o nome de 28 políticos que, segundo Costa, receberam dinheiro desviado da estatal, alguns dos quais como receptadores para posterior repasse a campanhas eleitorais. Essa informação, como as demais reveladas pelo ex-diretor, foram prestadas em regime de delação premiada, que exigem provas como contrapartida para a concessão de benefícios, por parte das autoridades, como redução de sentenças e prisão domiciliar – esta, já concedida a Costa, cuja delação foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.
“As iniciais lançadas na agenda de Costa se referem, segundo ele, a alguns desses políticos. Os investigadores da Lava Jato não puderam avançar na identificação completa dos nomes porque poderiam esbarrar em uma questão sensível do caso – autoridades com foro privilegiado não podem ser rastreadas, exceto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que detém competência exclusiva para processar parlamentares. Em uma página, aparece a sigla PP ao lado do número 28,5 – ou R$ 28,5 milhões, em uma avaliação preliminar dos investigadores. O PP dominava a Diretoria de Abastecimento, na gestão Costa. Ele foi indicado em 2004 para o posto por seu padrinho político, o ex-deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010”, diz trecho da reportagem do Estadão, que reproduz em imagem a página com as anotações.
“Abaixo desse primeiro apontamento aparece o número 5,5, ou R$ 5,5 milhões, ao lado das letras Piz, uma referência ao sobrenome do deputado João Alberto Pizzolatti Jr (PP/SC), segundo o delator. Na linha seguinte, 5,0 Mn, supostamente Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades do governo Dilma. Adiante, 4,0 e as letras Nel que, de acordo com Costa, é citação ao deputado Nelson Meurer (PP/PR). Há o lançamento 1,0 BL, iniciais do deputado Benedito Lira (PP/AL), 0,3 Tvian, ou Tião Viana, governador do Acre pelo PT, e, também, 0,5 WR que seria Valdir Raupp, segundo o delator”, acrescenta o jornal paulista, que destaca declarações de Costa e outro importante delator da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef, apontado como operador financeiro do esquema.
Segundo o Estadão, Raupp, Negromonte e Tião Viana negaram as acusações. Pizzolatti, Meurer e Lira não foram localizados para comentar o assunto, finaliza o jornal.
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