Cerca de 45 deputados e senadores estão na lista que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última terça-feira (3), com pedidos de investigação por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto na Petrobras. O STF deve autorizar nesta sexta-feira (6) a abertura de inquérito e retirar o sigilo sobre os nomes arrolados por Janot no âmbito da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, suspeita-se de que os parlamentares tenham agido em conjunto, o que daria ensejo à acusação de formação de quadrilha. Há inquéritos com ao menos quatro nomes correlacionados, informa o Estadão, número suficiente para o enquadramento dos acusados na tipificação penal de organização criminosa, que resulta em penas mais pesadas em caso de condenação.
Como este site adiantou já naquela terça-feira (3), a Procuradoria Geral da República formalizou pedido de abertura de 28 inquéritos contra políticos por indícios de envolvimento no escândalo de desvio de recursos na estatal, em um universo de 54 investigados com ou sem mandato parlamentar. Os processos foram divididos segundo informações reveladas em delação premiada por parte do doleiro Alberto Youssef, operador financeiro do esquema, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
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O fato de haver mais investigados do que o número de inquéritos, lembra o Estadão, sinaliza ações com mais de um político suspeito enredado em uma mesma situação. “Não há como não existir uma organização criminosa”, disse ao jornal o criminalista Figueiredo Bastos, advogado de Youssef, para quem o esquema foi urdido para beneficiar grupos políticos com interesse comum. “É exceção quando há agrupamento no Supremo. Isso só acontece quando há forte envolvimento entre pessoas com e sem foro.”
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