Segundo sabatinado na megaacareação na CPI do Mensalão, o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas deixou irritado integrantes da comissão ao responder com o lacônico “confirmo o que está no meu depoimento” para todas as perguntas feitas a ele até agora. No momento em que o relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), o questionava e Lamas deu repetiu sempre essa resposta, o deputado Arnaldo Faria de Sá, irritado com a conduta de Lamas, interveio: “Não há condições de continuar uma acareação assim”. “Isso é perda de tempo, senhor relator”.
Mesmo com os ânimos exaltados, o ex-tesoureiro do PL afirmou que esteve oito vezes na agência do Banco Rural, em Brasília, para pegar pacotes de dinheiro. Lamas, entretanto, não saube dizer quanto recebeu ao todo, pois não conferia o dinheiro. Os valores eram repassados ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
A diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos, confirmou que o ex-tesoureiro do PL jamais conferia as quantias que recebia. Contudo, disse que, por determinação do empresário Marcos Valério, sempre lhe dizia o quanto tinha nos pacotes. “Às vezes R$ 100 mil, R$ 200 mil, R$ 350 mil”, declarou Simone. Segundo a diretora financeira, Lamas foi 14 vezes ao Banco Rural e não somente oito vezes, como declarou o ex-tesoureiro. No total, Simone disse ter repassado R$ 2,4 milhões.
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Abi-Ackel avisou a Lamas, visivelmente tenso durante a acareação, para não ter medo de responder porque ele foi apenas “o apanhador no campo de dinheiro”.
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