O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que concorre à reeleição, utilizou a máquina do governo para tentar interferir no resultado da pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira (24). De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Kassab, que está em terceiro lugar nas intenções de voto, enviou, dias antes da pesquisa, e-mail para subprefeitos pedindo “ações” nos locais onde supostamente seriam realizadas as pesquisas.
"Prezados, amanhã, bem cedo, o Datafolha recomeça a pesquisa de campo e principalmente no período da manhã (mas também no período da tarde). Assim como hoje, onde alguns foram identificados, seria ótimo se acontecesse amanhã. E, evidentemente, identificado o ponto, que tivéssemos uma ação. Um abraço fraterno a todos. Gilberto", diz o e-mail obtido pela Folha.
Segundo o jornal, Kassab confirma ter enviado o e-mail, mas nega que a intenção fosse angariar votos. O prefeito alega que foi apenas uma “ação preventiva” para “evitar maldades” de rivais. “Se eu quisesse fazer isso [melhorar seu desempenho nas pesquisas], não teria me portado de maneira tão franca e transparente”, defende Kassab.
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Em terceiro lugar na pesquisa Datafolha, se o atual cenário for mantido, Kassab perderia o pleito para a candidata do PT, Marta Suplicy, que tem 36% das intenções de voto, ou para o tucano Geraldo Alckmin, que conquistou 32% da intenção do eleitorado. O candidato democrata teve 11% da preferência dos entrevistados, seguido de Paulo Maluf (PP), com 8%.
Ficha suja
As estratégias de Kassab para ganhar espaço entre o eleitorado têm sido as mais diversas. Na semana passada, a campanha do prefeito distribuiu pelas ruas de São Paulo um panfleto escrito “Sujou!”, em que o candidato apresentava ao eleitor a inclusão do nome da adversária Marta Suplicy na lista de candidato que respondem a processos, divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). (leia mais)
Kassab também responde a processo (por improbidade administrativa), mas o nome do candidato não entrou na lista da AMB. Segundo nota da Associação, o prefeito não está no rol de candidatos com “ficha suja” porque não há dados que permitam concluir que a ação contra o democrata tenha sido ajuizada com base na Lei de Improbidade Administrativa, conforme critério adotado pela Associação.
A AMB, no entanto, prometeu analisar o caso. A ação civil pública contra Kassab foi apresentada em 1997, ano em que ele era secretário de Planejamento do então prefeito Celso Pitta. A ação tramita no Tribunal de Justiça do estado (TJ/SP). (Renata Camargo)
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