O deputado cassado José Dirceu reviveu ontem seus dias de líder estudantil. Isso porque coube à juventude do PT abordar um tema que, de espinhoso e controverso, não pode ser admitidos por políticos veteranos. Na véspera do 3º congresso nacional do PT a juventude do partido, ligada ao chamado Campo Majoritário, lançou extra-oficialmente o movimento pela anistia do ex-Ministro.
O grupo jovem prestou uma homenagem ao ex-parlamentar presenteando-o com uma placa. Nela, uma fotografia de Dirceu liderando o movimento estudantil em 1968. A placa trazia os seguintes dizeres: “Anistia já”.
A homenagem foi feita na quinta (8), no Teatro Jorge Amado, em Salvador, dois dias antes do aniversário de 27 anos do PT, que será comemorado pela sigla na capital baiana. O ato foi tachado de inoportuno por vários setores do partido. A anistia de Dirceu, embora não conste na programação oficial, deve ser tema recorrente nos bastidores do congresso petista.
“Para bom entendedor meia palavra basta, não pode no Brasil, hoje, alguém ter suas liberdades individuais cassadas”. As palavras são do articulador do lançamento da campanha, Juan Pessoa, um dos dirigentes da juventude petista, referindo-se ao lançamento da campanha e se o mesmo seria uma bandeira oficial do PT.
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Apesar do lançamento da campanha, Dirceu, em seu discurso no Teatro Jorge Amado, não mencionou a anistia e se limitou a dizer que em oito anos não há tempo suficiente para se promover as mudanças necessárias ao país. Ele defendeu a tese que o PT precisa se instrumentalizar para participar do governo independentemente do presidente Lula.
"Oito anos é muito pouco tempo para fazermos a transformação necessária. O Lula é maioria no país, mas o PT ainda não é".
Dirigentes petistas ligados ao Campo Majoritário participaram da homenagem, entre eles a líder do partido no Senado, Ideli Salvatti (SC). Convidado, o governador da Bahia, Jaques Wagner, não compareceu.
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