De acordo com a reportagem, que no site da revista exibe vídeos com depoimentos de ex-funcionários da ONG (veja um deles abaixo), Cunha já foi condenado pela Justiça do Trabalho, em primeira e segunda instâncias, por duas vezes no ano passado, em decorrência dessas ações. A publicação afirma ter ouvido cinco dos nove ex-funcionários da entidade – eles declararam que seu verdadeiro trabalho era fazer campanha para Cunha; oficialmente, serviços gratuitos de dentista, orientação advocatícia, balcão de emprego e fisioterapia, por exemplo, eram sido oferecidos na ONG.
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“[…] os moradores acharam que, finalmente, os políticos ajudariam a comunidade pobre de 41 mil habitantes, a 40 quilômetros do centro do Rio, na ocasião dominada por traficantes e definida pela violência. Mototaxistas, feirantes e camelôs passaram a conviver com a aglomeração de cerca de 200 pessoas que acorriam ao lugar diariamente”, diz trecho da reportagem.
Veja o relato de uma ex-funcionária da ONG:
Na sentença que estabeleceu as indenizações, à espera de cálculo pela Justiça, um juiz anota que “restou comprovado que o réu [Eduardo Cunha] era mantenedor do centro, confundindo-se com a figura de empregador”. No relato de um dos empregados, a ordem era pedir votos para Cunha. “Na época da política, davam panfleto para a gente. Para todo mundo que buscava atendimento, a gente tinha de falar para votar nele”, recorda Penha Cardoso de Melo, que recebia R$ 400 para cuidar da limpeza e do cafezinho, segundo a revista.
“Coordenador de informática do lugar, Geilson Carneiro disse à Justiça que buscava envelopes com dinheiro vivo para pagar funcionários do centro. Em três meses consecutivos, Geilson pegou os envelopes com R$ 16 mil em cada vez, no escritório de Cunha; em outras ocasiões, a retirada foi feita no bairro vizinho de Campo Grande”, registra outro trecho do texto assinado pelo repórter Hudson Corrêa.
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