A Justiça de Minas Gerais determinou o bloqueio de contas e aplicações bancárias do empresário Marcos Valério e de seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Cardoso. A determinação ocorreu em ação de execução em que o Banco Rural cobra R$ 530,2 mil de Valério e seus ex-sócios, referentes a um empréstimo concedido em janeiro de 2005.
Envolvido no escândalo do mensalão, o Banco Rural liberou empréstimos a Valério e ao PT, com aval do empresário, para financiamento de petistas e aliados do governo. Após as revelações do escândalo, moveu execuções judiciais contra tomadores e avalistas dos créditos vencidos.
A decisão da 34ª Vara Cível é semelhante à proferida no mês passado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), em processo movido pelo banco BMG. Em ambos os casos, as decisões não têm efeito prático.
O tribunal considerou Valério co-responsável pela quitação de um empréstimo superior a R$ 3,3 milhões (valor de agosto de 2005) tomado pelo PT no BMG em fevereiro de 2003. Determinou que ele apresentasse certidões e endereços de bens para penhora.
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As duas decisões não têm efeito prático porque os bens de Valério e seus antigos sócios já estão bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do processo do mensalão, no qual os três foram denunciados.
O advogado João Manoel Martins, do escritório Rodolfo Gropen Advocacia, que os representa nos processos cíveis, disse que, da última decisão, cabe recurso. Disse ainda que, embora esses processos tenham curso próprio, eles acabam "amarrados" por causa dos bloqueios determinados pelo STF, instância superior. Por isso também as decisões não têm efeito prático imediato.
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