O vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), disse nesta quinta-feira que parlamentares acusados de receberem propina da Planam podem ficar sem punição. Como adiantou o Congresso em Foco na última terça-feira, o baixo ritmo de atividades do Congresso, a campanha eleitoral e os prazos regimentais tornam improvável que qualquer um dos 57 parlamentares investigados pela CPI dos Sanguessugas percam o mandato até o final deste ano.
Ao confirmar essa informação, Jungmann trouxe à tona outro fator que pode dificultar a punição dos responsáveis: muitos políticos receberam o suborno em dinheiro vivo e, por isso, a CPI não terá como provar o pagamento.
No entanto, segundo o vice-presidente da CPI, já há provas materiais de envolvimento no esquema contra pelo menos 54 parlamentares. Desses, dez receberam dinheiro da quadrilha na própria conta particular, cinco em contas de parentes, sendo três nas de esposas, e 34 na conta de assessores. Outros cinco parlamentares receberam benefícios, como ônibus, um carro Fiat e até uma BMW.
Para o deputado, o fato de muitos parlamentares terem recebido dinheiro na própria conta é a prova de que os políticos contavam com a impunidade. “O sentimento de impunidade beira a negligência, escárnio, desrespeito”.
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Ele acrescentou que, “ao ler com profundidade” o depoimento de Luiz Antonio Vedoin, um donos da Planam (cabeça do esquema) e principal testemunha do envolvimento de congressistas nas fraudes, “dá um sentimento de depressão e vergonha”.
O deputado disse que vai propor para a CPI a divulgação dos nomes dos 105 parlamentares suspeitos de envolvimento com a máfia das ambulâncias. “É preciso dar transparência para todos esses dados. O deputado tem que explicar de público o que fez”, defendeu. Na terça, a comissão divulgou os nomes dos 57 congressistas que já estão sendo investigados pela CPI.
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