O chefe de gabinete do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), Amauri Escudeiro Martins, teve a prisão decretada ontem pela juíza Anne Karine Stipp, da Primeira Vara Criminal Federal de Curitiba. De acordo com matéria do Correio Braziliense publicada hoje, com assinatura de Letícia Sander, Escudeiro é suspeito de colaborar no esquema de falsificação de documentos para criar e tentar receber falsos débitos de estatais de energia elétrica.
Na última terça-feira, a Polícia Federal (PF) prendeu seis suspeitos de participação nos golpes. A Operação Castores, como foi batizada, foi comandada pelo delegado Fernando Francischini. O delegado esperava o depoimento de Escudeiro ontem às 10h, mas ele não compareceu.
A PF suspeita que Escudeiro tenha vazado documentos de Itaipu Binacional para Laércio Pedroso, apontado como o chefe do esquema que tinha por objetivo fraudar, além de Itaipu, as estatais Furnas, Eletrosul e Eletronorte.
O esquema
Segundo a Polícia Federal, uma quadrilha, formada por consultores, advogados e executivos de empresas fornecedoras de componentes elétricos à Itaipu Binacional, Furnas, Eletrosul e Eletronorte, falsifica pagamento de dívidas de estatais do setor elétrico, além de forjar documentos para criar e tentar receber falsos débitos das companhias.
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As investigações da PF começaram em agosto do ano passado, depois de uma representação criminal feita pela própria direção de Itaipu, relatando indícios de falsificação de documentos públicos e estelionato. A PF constatou que a quadrilha tentava sacar, só dos cofres de Itaipu, cerca de R$ 1 milhão em cheques de pequenos valores.
Além de Escudeiro, há outro assessor parlamentar preso por suspeita de envolvimento no caso. É José Roberto Paquier, que assessora o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Além deles, estão presos também o ex-coordenador-geral do Consórcio CEItaipu Oswaldo Panzarini; o diretor da transportadora Della Volpi, José Della Volpe; o funcionário da transportadora Luís Carlos Dias da Silveira Franco; o ex-funcionário de Itaipu Laércio Pedroso; e seu sócio, Luís Carlos Dias Costa. Os presos são acusados de tráfico de influência, formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção ativa e passiva.
Amauri Martins Escudeiro, foi detido no aeroporto de Curitiba porque transportava uma mala com 64 quilos de documentos para Laércio Pedroso, que foi preso no Paraná.
A PF começou a investigar se o gabinete de Hauly repassou informações reservadas de Itaipu a Laércio Pedroso. Uma análise preliminar indicou que entre os papéis encontrados na mala de Amauri Escudeiro havia registros estratégicos do setor financeiro de Itaipu.
Segundo o Correio Braziliense, a quadrilha planejava desviar pelo menos R$ 28 milhões dos cofres públicos. O plano foi revelado por José Della Volpe, preso e interrogado em Curitiba. O empresário confessou ter pago R$ 400 mil, a título de antecipação, para participar de operação para tirar esse montante das estatais. O dinheiro sairia dos caixas de Itaipu, Furnas e Eletrosul. Para chegar a esse valor, relatou Volpe, os acusados reativavam dívidas que já tinham sido pagas – em alguns casos, débitos quitados até 20 anos atrás.
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