Folha de S. Paulo
Pressão política fez Petrobras comprar distribuidora de gás
A Petrobras pagou 70% acima do valor estimado pelo mercado ao comprar uma distribuidora de gás no interior de São Paulo em 2011, um negócio que ilustra a forma como pressões de natureza política muitas vezes influenciam as decisões da estatal.
Em junho de 2011, a Petrobras pagou US$ 271 milhões (R$ 430 milhões na época) ao comprar a Gas Brasiliano Distribuidora (GBD) da italiana ENI. Contratada pela Petrobras durante as negociações, a consultoria Deloitte estimou o valor da empresa em R$ 295 milhões, segundo documento interno da estatal.
A Petrobras, que traz gás natural da Bolívia e é sócia de praticamente todas as distribuidoras de gás do país, já havia tentado comprar a GBD antes por um preço menor. Em 2005, a estatal ofereceu R$ 120 milhões pela empresa, mas o negócio não saiu.
Até as conversas recomeçarem, em 2009, os italianos fizeram investimentos que elevaram o valor da distribuidora. Mas, segundo a Folha apurou, a estatal só concordou em pagar um valor tão superior à avaliação da consultoria por causa de pressões políticas que sofria na época.
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O plano da Petrobras era construir um gasoduto que estendesse a rede da GBD do interior paulista até a região do Triângulo Mineiro, para abastecer uma nova fábrica de fertilizantes em Uberaba (MG).
A unidade era uma antiga reivindicação do vice-presidente José de Alencar (1931-2011), o empresário mineiro que chegou ao poder com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
Campos se lança candidato e diz que tirará país do ‘atoleiro’
Ao formalizar sua candidatura à Presidência, Eduardo Campos (PSB) fez promessas ambiciosas para tirar a economia do “atoleiro” que, segundo ele, foi criado pela presidente Dilma Rousseff e se posicionou claramente contra o também oposicionista Aécio Neves (PSDB).
Ao lado de sua companheira de chapa, Marina Silva, o ex-governador de Pernambuco se comprometeu na convenção do PSB a realizar uma reforma tributária no primeiro ano de um eventual governo –com implantação gradual em um longo período.
A proposta de uma reforma tributária imediata já havia sido feita por Aécio, em encontro com empresários na Bahia, em maio. No mesmo evento, Campos fora menos ousado e prometera entregar uma reforma “de nível internacional” em oito anos.
Na convenção deste sábado (28), Campos prometeu inverter a “equação perversa” de inflação alta com crescimento baixo e afirmou que reduzirá índices de violência ano a ano e que irá universalizar a escola pública de qualidade e em período integral após quatro anos de governo.
Partido aposta em ‘insatisfação’ para ir ao 2º turno
As limitações financeiras, os parcos palanques nos Estados e o pouco tempo de TV em relação aos adversários serão vencidos por uma “onda” de insatisfação no eleitorado que levará o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) ao segundo turno.
Essa é a avaliação predominante na equipe do candidato ao Palácio do Planalto. A crença na “onda”, apesar dos obstáculos para se tornar conhecido e competitivo contra a robusta máquina eleitoral do PT e do PSDB, vale-se do alto índice de eleitores –74%, segundo o Datafolha– que reivindicam “mudança”.
Após impasse, Serra será candidato a deputado federal
O ex-governador José Serra (PSDB) decidiu se candidatar a deputado federal por São Paulo. Segundo integrantes da Executiva do PSDB, aliados do tucano formalizaram sua inscrição na chapa neste sábado (28).
A decisão ocorre após um impasse interno. Em maio, Serra formalizou em seus canais de internet disposição em disputar o Senado ou uma cadeira na Câmara.
Na última semana, no entanto, o governador Geraldo Alckmin ofereceu a vaga de senador ao PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab.
Houve reação de líderes do partido, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidenciável da sigla, senador Aécio Neves (MG), que defendiam Serra como o nome para o posto.
Apoio ao governo na internet varia com jogos
Termômetro da voz das ruas dos protestos de 2013, a rejeição de internautas à Copa deu trégua nas redes sociais, mas o humor em relação ao governo oscilou com o desempenho da seleção.
Essa foi a conclusão após monitoramentos feitos pelo mercado publicitário em redes como Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.
“Às vésperas do evento, cresceram as mensagens de que seria melhor aproveitar a festa porque o clima de caos prejudicaria a imagem do país”, diz Laura Kroeff, vice-presidente do NCGroup, cujas empresas administram o site Apita Brasil, que monitora menções nas redes.
Brancos e ricos são maioria em estádio
Pesquisa do Datafolha com torcedores que compareceram no sábado (28) ao jogo do Brasil contra o Chile, em Belo Horizonte, confirma a percepção de que quem frequenta os estádios da Copa do Mundo é a “elite branca”.
Entre os 693 entrevistados nos acessos à arena, 67% se declaram brancos e 90% pertencem às classes A ou B.
Os percentuais contrastam com o perfil da população brasileira, cuja maior parcela (41%) se declara parda –no levantamento no estádio, são 24%. E o índice de autodeclarados pretos no jogo (6%) é menos da metade na população em geral, de 15%.
A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
O Datafolha também mediu a percepção em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e constatou que ela é pior do que na população em geral.
Invadida, página da PF faz alerta de bomba no Mineirão
A conta da Polícia Federal no Twitter foi invadida por hackers meia hora antes da abertura do jogo entre Brasil e Chile, neste sábado (28).
A mensagem dizia que havia ameaça de bomba dentro do estádio do Mineirão e que não era descartada a possibilidade de evacuar o local.
Só após início da partida, o governo federal desmentiu a informação. O caso é investigado pela unidade de repressão a crimes cibernéticos da PF e pelo próprio Twitter.
A postagem foi apagada.
No estádio, não houve agitação entre as forças de segurança em consequência do boato. Agentes da PF informaram que todos os protocolos estavam mantidos.
O Estado de S. Paulo
Campos e Marina atacam PSDB e PT; promessa é renovar com segurança
PSDB tem histórico de vices com pouco voto
José Serra diz a aliados que será candidato a deputado
PSDB confirma Alckmin e tenta colar Skaf no PT
Ideia é mostrar que ‘nós’ merecemos, afirma marqueteiro da campanha de Alckmin
SBM ofereceu viagem a ex-diretores da Petrobrás
O Globo
Lula e FH cooperaram para mudar visão americana sobre PT
Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu a primeira eleição para a Presidência da República, em 2002, deputados americanos do Partido Republicano alertaram o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Temiam a formação de um “eixo do mal” na América Latina, com a combinação de Lula com o venezuelano Hugo Chávez e o cubano Fidel Castro. Os argumentos alimentavam especulações de calote no mercado financeiro. Assim que as urnas foram apuradas no Brasil, a futura relação de Lula e Bush foi desenganada por políticos, analistas e a imprensa internacional diante de perfis políticos tão distintos: um ex-sindicalista e um conservador. Os anos seguintes mostraram o contrário: os dois conduziram o melhor momento das relações entre os dois países. Os Estados Unidos mudaram o status da sua relação com o Brasil, passando a reconhecê-lo como uma potência emergente.
Essa inversão de expectativas só foi possível por causa de 18 dias intensos de uma ofensiva diplomática comandada, sem alarde, por Lula e pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos bastidores da transição entre os dois governos. A inusitada cooperação entre tucanos e petistas, sob a liderança de dois presidentes, é contada no livro “18 Dias”, de Matias Spektor, que será lançado nos próximos dias pela Objetiva.
Doutor em Relações Internacionais por Oxford (Inglaterra) e professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, Spektor pesquisou arquivos como os do Itamaraty e do Departamento de Estado americano por quatro anos para reconstituir os passos da força-tarefa entre o telefonema que Lula recebeu de Bush no dia seguinte à sua eleição e o convite oficial para uma visita à Casa Branca, que aconteceu em 10 de dezembro de 2012.
Correio Braziliense
Deputado federal da Paraíba contrata pesquisas com erros e lacunas
Apesar de ser possível usar a Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, popularmente conhecida como “cotão”, para contratar levantamentos e consultorias, nem sempre os resultados dos estudos pagos com dinheiro público são satisfatórios. Exemplo disso é uma pesquisa de opinião contratada pelo deputado Wellington Roberto (PR-PB), supostamente destinada a saber se os moradores da região metropolitana de João Pessoa conheciam obras financiadas com emendas do parlamentar. Ao custo de R$ 80 mil à Câmara, o trabalho, elaborado pela empresa Quarenta Produtora e Editora Ltda. contém erros de aritmética básica, não informa o número de pessoas ouvidas, entre outros problemas.
Os erros e as lacunas do levantamento foram levantados pelo grupo Operação Política Supervisionada (OPS) e checados pelo Correio. Além da “pesquisa” de R$ 80 mil, a empresa, sediada em Campina Grande (PB), emitiu outras duas notas para o parlamentar no valor de pouco mais de R$ 60 mil cada, informações corroboradas com dados do portal da Câmara. Ao todo, Wellington Roberto gastou cerca de R$ 446 mil em serviços da Quarenta Produtora, entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012. Os erros apontados pela OPS nas 16 páginas do suposto levantamento são tantos que o relatório elaborado pelo grupo chega a questionar a veracidade do trabalho.
“Acredito haver fortíssimos indícios de que ele não foi realizado e que a empresa, ou o parlamentar, forjou um documento (se é que isso pode ser chamado de documento) para simular uma pesquisa de opinião”, escreveu o blogueiro Lúcio Duarte Batista, responsável pela investigação. A página 4 da pesquisa, por exemplo, traz duas datas diferentes para a realização das supostas entrevistas: no cabeçalho, informa que a coleta de dados teria ocorrido entre maio e setembro de 2012. Já no rodapé, consta o período de agosto a setembro do mesmo ano.
Candidato Aécio Neves anuncia escolha de vice na segunda-feira
O senador Aécio Neves (PSDB) anuncia amanhã quem o acompanhará, como vice, na disputa pela Presidência da República. Durante passagem por Pernambuco, o tucano disse que a escolha poderá trazer surpresa e que pode até mesmo optar por uma mulher, mas não quis antecipar o nome. Ontem, Aécio participou da convenção do PSDB de Goiás que oficializou a candidatura à reeleição do governador Marconi Perillo e afirmou estar confiante no desejo de mudança dos brasileiros.
Segundo Aécio, as alternativas para vice estão dentro e fora do partido. Entre os nomes cotados, estão os tucanos Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará; a ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie; e o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Em Caruaru (PE), onde Aécio participou até a madrugada de ontem da festa de são-joão, Aécio disse que é difícil ter um vice que decida a eleição. Afirmou ainda que o problema do PSDB é ter muitas opções.
De acordo com o senador mineiro, a jurista Ellen Gracie agrega vários setores do partido e tem grande conhecimento nas questões de segurança. Tasso Jereissati, por sua vez, tem origem nordestina, onde o partido apresenta a pior votação. Já Aloysio Nunes representa a ala paulista do PSDB. “Na segunda-feira vamos identificar e anunciar nosso ou nossa vice. Pode ser um homem ou uma mulher”, afirmou.
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