FOLHA DE S.PAULO
Polícia de SP investiga só 1 em cada 10 roubos
Apenas boletim de ocorrência não basta para abrir inquérito, diz governo Alckmin. A Polícia Civil de São Paulo só abre inquéritos para investigar um em cada dez roubos registrados no Estado.
Dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, entre 2004 e 2013, apenas 9,3% do total de boletins de ocorrência desse tipo de crime resultaram na abertura de investigação formal.
Com isso, mais de 2 milhões de casos foram deixados de lado no período.
Só em 2013, quando São Paulo bateu recorde de roubos, 232 mil boletins de ocorrência registrados pela população não tiveram a abertura de inquérito prevista pelo Código de Processo Penal.
A situação é pior na capital paulista, onde, em média, 5,9% desses crimes foram formalmente investigados nos últimos dez anos.
Especialistas ouvidos pela Folha afirmam que a abertura de inquérito é obrigação legal e que a falta dela aumenta a sensação de insegurança e a criminalidade.
Promotoria suspeita que conselheiro comprou imóvel com conta secreta
Documentos bancários sugerem que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Robson Marinho usou dinheiro de conta secreta na Suíça para pagar a compra da casa em que mora, em São Paulo, segundo informações de autoridades suíças transmitidas ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público paulista.
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O principal indício obtido pelos suíços são dados bancários que apontam remessa de US$ 1,1 milhão de conta atribuída ao conselheiro do TCE para conta nos EUA no mesmo dia da assinatura da escritura de venda do imóvel.
Autoridades do Brasil e da Suíça suspeitam que o beneficiário da transferência seja o vendedor da casa.
As investigações suíças apontam que a transferência do dinheiro foi feita em 23 de setembro de 1998, a partir da conta da Higgins Finance Limited, empresa cujo controle é atribuído a Marinho e que está registrada no paraíso fiscal Ilhas Virgens Britânicas.
A destinatária do repasse é uma conta na Suíça do banco Coutts, que segundo as informações das autoridades do país pode ser vinculada a outra conta controlada nos Estados Unidos pelo administrador de empresas Ademar Lins de Albuquerque, que vendeu a casa para Marinho.
Novas alianças deixam Dilma com palanque dividido no Rio
Alianças políticas costuradas nos últimos dias obrigarão a presidente Dilma Rousseff a dividir com seus principais adversários na corrida presidencial o apoio dos dois maiores palanques montados para as eleições deste ano no terceiro maior colégio eleitoral do país, o Rio de Janeiro.
No domingo (22), o senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República, fechou acordo com o PMDB do Rio para entrar na chapa do governador Luiz Fernando Pezão, um eleitor declarado de Dilma, que concorre à reeleição com o apoio do PMDB.
Gilberto Carvalho: PT tem ilusão de que o povo pensa que está tudo bem
O ministro Gilberto Carvalho afirma que o PT está errado no seu diagnóstico sobre a insatisfação da população com o governo da presidente Dilma Rousseff e tem alimentado a “ilusão” de que “o povo pensa que está tudo bem”. “Acho um erro de diagnóstico”, diz o ministro, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, em entrevista à Folha. “E quando você não tem um bom diagnóstico, não tem um bom remédio.”
Carvalho, que condenou as vaias e xingamentos dirigidos a Dilma na abertura da Copa do Mundo, contrariou o discurso adotado pelo PT para reagir ao dizer, na semana passada, que os ataques não partiram só da “elite branca”.
O ministro diz que seu objetivo foi alertar para a generalização da insatisfação com o governo, fenômeno que, na sua opinião, tem origem num pensamento conservador ampliado com ajuda da mídia. Carvalho acredita que a presidente vai se reeleger em outubro, porque aposta que o PT conseguirá “furar esse grande bloqueio” na campanha e mostrar aos eleitores as realizações dos governos petistas nos últimos 12 anos.
Respiro
Portugal empata no último lance contra os EUA e evita eliminação precoce
Dilma recorre a propostas antigas para se opor a Aécio
De olho no desejo de mudança do eleitorado e buscando alfinetar o candidato tucano Aécio Neves, a presidente Dilma Rousseff decidiu incluir no discurso que oficializou sua candidatura à reeleição propostas para um segundo mandato. Uma delas, o Plano de Transformação Nacional, reúne várias promessas feitas na última campanha e ao longo do mandato, mas com cara nova.
Segundo a Folha apurou, a cúpula da campanha petista quis fazer um contraponto com Aécio, cuja candidatura foi lançada duas semanas atrás, para explorar as diferenças entre as convenções dos dois partidos. “Aécio fez um discurso superficial, não mostrou nenhuma proposta concreta, enquanto a Dilma já mostrou ao eleitorado um plano”, disse um integrante da campanha.
O gesto é um aceno aos eleitores que dizem desejar mudanças no próximo governo –74%, segundo a última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 2 e 5 de junho.
Organização critica ataque do PT contra colunistas
A organização Repórteres sem Fronteiras demonstrou preocupação com o aumento do que chamou de “tensão entre governo e jornalistas da oposição” no Brasil. A entidade criticou artigo de Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, que acusou nove colunistas de atuarem como “pitbulls da grande mídia”.
“Repórteres sem Fronteiras expressa sua inquietação pelas graves acusações dirigidas contra os jornalistas por um alto dirigente do PT”, afirmou Camille Soulier, responsável pelo setor de Américas. “Não ignoramos o contexto polarizado da mídia, que pode exagerar o descontentamento geral. No entanto, as dificuldades sentidas pelo PT não justificam o recurso à propaganda de Estado.”
Festa sob pressão
Em sua centésima partida em Copas, seleção faz contra Camarões sua primeira decisão no Mundial
Governo xiita concentra tropas em volta de Bagdá
Sunitas da facção Estado Islâmico no Iraque e no levante tomaram mais cinco cidades iraquianas
Leão Serva
Foco dos sem-teto está no marketing, não na habitação
O GLOBO
Dinheiro do pré-sal é usado para fazer caixa
Abreu e Lima: Petrobras já sabia que projeto era inviável em 2009
Diretoria recebeu avaliação técnica há cinco anos que apontava falta de ‘atratividade econômica’ da refinaria
Desde 2009, a Petrobras sabia que o projeto da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, era economicamente inviável. A diretoria executiva da empresa recebeu um claro alerta, por escrito, na segunda quinzena de novembro daquele ano: “Sob a ótica empresarial, sem considerar as análises complementares, o projeto não apresenta atratividade econômica”, informaram os técnicos da estatal encarregados das análises de estratégia, desempenho empresarial, planejamento financeiro e de risco.
Conforme essa avaliação, a Petrobras não perderia dinheiro, mas também não lucraria, caso limitasse o investimento em Abreu e Lima em US$ 10,4 bilhões. Naquele ano, porém, a previsão de gastos com obras e equipamentos já estava em US$ 13,4 bilhões.
Na rotina de procedimentos da Petrobras, esse aviso técnico representaria obstáculo para a diretoria executiva avançar no empreendimento, mas as regras da “Sistemática de Aprovação de Projetos” da estatal vinham sendo contornadas desde 2007, quando foram realizadas contratações por convite sem um projeto básico aprovado.
Sob o comando de José Sergio Gabrielli, a diretoria da estatal precisava formalizar a execução do plano de obras — a “fase quatro”, na nomenclatura interna. Por isso, ao alerta foram anexadas “análises complementares”. Nelas, recorria-se a uma série de artifícios para montagem de um cenário de sinal invertido, no qual Abreu e Lima emergia como um projeto economicamente viável.
Portugal se salva no fim
PSD de Kassab formaliza apoio à reeleição de Dilma na quarta-feira
Apesar de seu presidente Gilberto Kassab ter sido vaiado na convenção nacional do PT, neste sábado, o PSD deve formalizar, na próxima quarta-feira, o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Kassab teria um encontro na noite deste domingo com o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, mas integrantes do PSD afirmaram que a pauta seria a formação do palanque do tucano no Rio, onde os dois partidos estarão juntos.
Kassab foi vaiado pela militância petista ao ser chamado ao palco e deixou o evento em seguida. Segundo sua assessoria, foi embora pois tinha um voo, e o ato começou com atraso. Em 2012, Kassab também foi vaiado no evento de aniversário do PT.
Cesar Maia formaliza hoje adesão à chapa de Pezão
Pelas contas de dirigentes da aliança, dos seis maiores partidos da chapa, apenas PDT terá candidatos apoiando a presidente Dilma
Após semanas de negociação, o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) formaliza nesta segunda pela manhã, em um encontro no Hotel Guanabara, a adesão à chapa à reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), levando o DEM, o PSDB e o PPS a ingressarem oficialmente na aliança peemedebista. Assim, o movimento “Aezão”, de apoio à candidatura presidencial de Aécio Neves (PSDB) e à de Pezão ao governo, ganha caráter oficial. A notícia foi dada em primeira mão pelo jornalista Merval Pereira, em seu blog. Em nota oficial, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, desafeto de Cesar, chamou a adesão de “bacanal eleitoral”.
Pelo acordo, o ex-governador Sérgio Cabral cederá a candidatura ao Senado para Cesar e assumirá a coordenação da campanha de Pezão, sem disputar qualquer cargo público. A articulação foi selada ontem de manhã no apartamento de Aécio, em Ipanema, em uma reunião que incluiu o tucano, Cabral, Pezão, Cesar e o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani.
Collor e Renan formam aliança em Alagoas para combater chapa de Teotônio Vilela
Em 1990, inconformado com a derrota para o governo de Alagoas, Renan Calheiros trouxe à tona um nome até então desconhecido da maioria da população: Paulo Cesar Farias. Renan estava irritado com Fernando Collor de Mello, então presidente da República, porque, em sua opinião, Collor, por meio de PC Farias, havia privilegiado a candidatura de Geraldo Bulhões ao governo, em detrimento da de Renan. Derrotado nas urnas, Renan, então líder de Collor na Câmara, abandonou o cargo e acusou PC de fazer um governo paralelo. O resto da história é de conhecimento nacional: Collor acabou sofrendo impeachment, no qual Renan Calheiros foi um dos principais articuladores, e o então deputado só fez aumentar sua influência nos governos, chegando a ser ministro da Justiça de Fernando Henrique e presidente do Senado em duas ocasiões.
Desde aquela época, Renan e Collor situaram-se em lados opostos em Alagoas. Em 2010, Collor tentou voltar a ser governador, mas Renan apoiou Ronaldo Lessa (PDT), que perdeu para Teotônio Vilela (PSDB). Este ano, porém, as arengas viraram coisa da história. Renan não é candidato, mas seu filho e herdeiro político, sim. O deputado federal Renan Filho (PMDB) concorre ao governo numa chapa que tem Collor como senador. Os dois, mais o ex-governador Ronaldo Lessa e 11 partidos, formaram uma aliança que denominaram Frente de Oposição ao grupo de Teotônio. O PT faz parte do bloco. A família Calheiros agora é toda elogios a Collor.
Australianos e ingleses entram em campo para realizar trabalhos voluntários
Austrália e Espanha se enfrentam nesta segunda-feira em Curitiba, pela última rodada do Grupo B, em jogo que nada vale, já que as duas seleções foram desclassificadas da Copa. Mas, fora do campo, a partida vale, principalmente, para uma parcela carente da população de Curitiba que se beneficiou com ações sociais envolvendo o mundial de futebol. Australianos e ingleses aproveitaram o fim de semana que precedeu o jogo para ajudar crianças carentes da cidade.
Um grupo de cem australianos aproveitou o sábado em Curitiba para participar do mutirão de limpeza e pintura de quatro escolas no bairro Uberaba, uma das regiões mais carentes da capital paranaense. Integrantes da ONG Green and Gold Army, os australianos sempre fazem atividades sociais junto com os jogos da seleção. Em 2010, fizeram algo parecido em Johannesburgo.
— Gostamos de futebol, mas a Copa do Mundo não pode ser apenas isso. Temos que aproveitar para tentar melhorar a vida das pessoas, e aqui em Curitiba estamos atuando em escolas que já contam com um projeto social para crianças e jovens ligados ao esporte. Esse é o legado mais importante — afirmou John Kosmina.
VALOR ECONÔMICO
‘Zebra’ é desafio em bolões de economistas
Estimar corretamente o campeão da Copa do Mundo – o Brasil, segundo a maioria dos estudos divulgados – parece ter ocupado um lugar tão importante no radar dos economistas quanto a inflação ou o Produto Interno Bruto (PIB). Nos últimos meses, grandes bancos, consultorias e até seguradoras têm se mobilizado para construir modelos estatísticos que indiquem com certa margem de segurança o país a levantar a taça. Relatórios foram produzidos antes do pontapé inicial do torneio e agora, discretamente e como em um bom bolão entre amigos, as equipes de economistas buscam provar a superioridade de suas equações. O complicado é quando as “zebras” aparecem – que o digam os espanhóis. Nesses casos, os cálculos mais sofisticados se rendem às surpresas e aos caprichos do futebol.
Estados investem mais e piora a situação fiscal
Em um ano eleitoral, o conjunto dos Estados piorou seu desempenho fiscal no primeiro quadrimestre ao mesmo tempo em que houve um aumento substancial nos investimentos
Servidores farão pressão por salários
A pressão do funcionalismo por reajustes salariais será mais uma dificuldade a ser enfrentada pelo próximo presidente da República para cumprir a promessa de colocar as contas da União em dia
Juro baixo obriga BCs a comprar ação
Com taxas de juros próximas de zero nas principais economias, até os bancos centrais decidiram diversificar as aplicações em busca de retornos mais altos. Contrariando sua tradicional política conservadora de investimento, autoridades monetárias estão comprando ações de empresas
Empreiteira brasileira perde espaço na África
As empreiteiras brasileiras, presentes na África desde os anos 70, vêm perdendo espaço para as chinesas. A concorrência é maior principalmente na disputa por obras públicas. As companhias nacionais reclamam das condições de competição com as chinesas. “É como se os chineses jogassem na primeira divisão e nós, na segunda, quando o assunto é crédito à exportação de bens e serviços”, disse Miguel Peres, diretor-superintendente da Odebrecht em Moçambique.
PT confirma Dilma em meio a deserção
Legenda homologou candidatura à reeleição e busca evitar traições como a do PTB, que apoiará Aécio
PR delega à cúpula decisão de candidatura presidencial
Por bancadas, PSB derrota Marina e adere a tucanos e petistas em SP e RJ
Em Minas, legenda adia decisão e pré-candidato do Rede se retira da disputa interna, além de anunciar desfiliação
PSOL lança Luciana Genro e nega racha
Desafios do gestor
Reitor da escola de negócios espanhola Iese, uma das melhores do mundo no ranking de MBAs, Jordi Canals diz que no cenário atual um gestor competente é aquele com habilidade igualmente forte para fazer diagnósticos do momento e desenvolver pontos de vista sobre o futuro
Adversário bem visto no mercado
Adversário de hoje do Brasil, Camarões participou de uma Copa pela primeira vez em 1982, ano em que o atual presidente, Paul Biya, assumiu o poder. De lá para cá, Biya viu oito Copas no cargo. O país é bem visto pelo mercado por conta dessa estabilidade política e do crescimento econômico
Crise no Iraque faz preço da nafta subir
Os preços da nafta, principal matéria-prima da indústria petroquímica no Brasil, dispararam na semana passada, como reflexo da crise mais grave enfrentada no Iraque nos últimos anos
Barilla cresce no Brasil com massa popular
A Barilla, líder global no mercado de macarrão, ampliou em 84% o volume de vendas no Brasil em 2013. A façanha foi possível graças a um produto voltado para a classe C: uma massa com ovos e farinha de trigo comum, fabricada em Contagem (MG) por uma joint-venture com a Vilma Alimentos
O ESTADO DE S.PAULO
Construção civil deixa de puxar emprego formal no Brasil
Responsável por cerca de 8% dos empregos no país, setor dá sinais de perda de fôlego
Seleção joga por classificação e 1º lugar no grupo
O Brasil, se quisesse, poderia escolher entre Holanda e Chile, que jogam antes
PT quer discurso mais à esquerda
Partido aposta na polarização com o PSDB e, para isso, quer mais influência no núcleo que vai traçar a tática da corrida eleitoral; inclusão de temas como regulação da mídia e reforma política reforça a tese do ‘nós contra eles’ adotada pela sigla
Aécio leva o DEM para a chapa do PMDB no Rio
CORREIO BRAZILIENSE
Jogai por nós, Brasil
Em campo, o destino da Seleção Brasileira rumo ao hexa começa a ser decidido às 17h, diante de Camarões. Mas, se depender da torcida em Brasília, o passaporte para as oitavas de final já está selado. O público no Mané Garrincha será o maior em jogos do Brasil nesta Copa: 69 mil pessoas. Mais de 90% vão torcer pela vitória do escrete canarinho. Na cidade, a empolgação é tanta que o estudante Lucas Resende, 23 anos, quer ver o estádio inteiro cantando muito mais que o Hino Nacional a capela ou o manjado “Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor, ôôô…” Para isso, reuniu amigos (foto) e ensaiou músicas mais criativas. No estádio, vai distribuir 5 mil folhetos com a letra das composições. O cantor Naldo e a banda Monobloco também criaram gritos de guerra para os torcedores. Só falta, agora, Neymar & Cia completarem o show no gramado
CR7 ganha sobrevida e decide vaga em Brasília
Passe do craque salva Portugal a 20 segundos do fim do jogo contra EUA.
Após saída do PTB, Planalto tenta conter debandada de aliados de Dilma
PP, PR e PSD ainda sofrem assédio para pularem no barco dos candidatos de oposição Aécio Neves e Eduardo Campos
Três partidos, totalizando quase oito minutos de propaganda eleitoral diária de rádio e televisão, decidirão, até o dia 30 deste mês, se apoiarão a reeleição da presidente Dilma Rousseff. PP e PSD têm convenções partidárias marcadas para esta quarta-feira, dia 25. O PR decidiu transferir a decisão para a reunião da Executiva Nacional, em 30 de junho — algo que poderá acontecer também com o PSD, se o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, decidir por um tempo maior para pensar o futuro da legenda.
A princípio, todos eles devem coligar-se com Dilma. Mas essa também era a expectativa em relação ao PTB, até os petebistas mudarem de ideia e decidirem apoiar a candidatura de Aécio Neves (MG) ao Palácio do Planalto, transferindo para o senador mineiro um minuto e 16 segundos diários de propaganda eleitoral. “O PTB fez a mesma coisa que nós fizemos. Reunimos o partido com a presidente Dilma Rousseff e prometemos apoio à ela. E olha que nem servimos comes e bebes no encontro”, ironizou um dos articuladores políticos do PSD.
Durante a convenção nacional do PT que homologou a candidatura de Dilma Rousseff, no último sábado, Kassab foi vaiado toda vez que teve seu nome anunciado pelo cerimonial. Os tucanos não acham que isso possa influenciar na decisão. Até porque, segundo aliados de Kassab, um gesto mais forte para atrair o PSD não foi dado pelo PSDB de São Paulo: o governador Geraldo Alckmin decidiu por fechar uma coligação com o PSB na vice, preterindo o próprio Kassab. “Se Kassab fosse vice em São Paulo, ele puxaria o PSDB para o colo de Aécio Neves”, admitiu uma pessoa próxima.
Dos cinco estados onde o PSD é mais forte — São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná —, só o diretório baiano é petista. Cariocas, mineiros e paranaenses são aecistas e São Paulo vai seguir o que Kassab decidir. Mas esta é a unidade da Federação que conta com 25% dos votos na convenção, o que a torna fundamental no placar final. “Por enquanto, nada indica que o apoio à reeleição da presidente Dilma seja rejeitado. Mas, se Kassab sugerir, por exemplo, o adiamento da definição para o dia 30, dando mais tempo até mesmo para que as negociações em São Paulo se definam, duvido que alguém recuse a proposta”, sugeriu um integrante da cúpula pessedista.
Para especialistas, elevação de juros não resolve problema da inflação
É preciso que o governo reduza gastos e sinalize, de forma clara, que trabalha de maneira integrada na defesa da estabilidade econômica a fim de estimular investimentos, segundo eles
As últimas duas semanas foram marcadas pela deterioração das expectativas quanto ao crescimento. Já eram ruins as previsões anteriores, e elas caíram ainda mais. Há um mês, o Boletim Focus, do Banco Central (BC), apresentava a estimativa do mercado de alta de 1,62% para o Produto Interno Bruto (PIB), bem abaixo da média esperada para a América Latina, de 2,7%. Na semana passada, porém, as apostas já estavam em 1,24%, com perspectivas de queda da produção no segundo trimestre do ano.
Mesmo assim, a inflação não cede. A estimativa do Focus para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano está em 6,46% — eram 6,43% há um mês. Há quem fale em estouro do limite de 6,5%, o teto da meta, dois pontos acima do centro. O mais intrigante é que isso ocorre apesar de o Brasil ter uma taxa básica de juros de 11%, uma das mais altas do mundo.
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