FOLHA DE S.PAULO
Petrobras contrata R$ 90 bi sem licitação em três anos
Empresa usa decreto, contestado pelo TCU, que lhe permite comprar sem concorrência. A Petrobras assinou pelo menos R$ 90 bilhões em contratos nos últimos três anos sem fazer qualquer tipo de disputa entre concorrentes, escolhendo, assim, o fornecedor de sua preferência.
O valor contratado sem licitação corresponde a cerca de 28% dos R$ 316 bilhões gastos pela Petrobras entre 2011 e 2013 com empresas que não pertencem à estatal ou que não são concessionárias de água, luz, entre outras.
As modalidades normalmente adotadas pela administração pública, como concorrência e tomada de preços, representam menos de 1% dos contratos da Petrobras. Em 71% dos casos, a forma de controle é mais branda, como carta-convite.
O levantamento da Folha foi feito em registros de extratos de contratos disponíveis da companhia. Eles apontam ainda que compras bilionárias, serviços previsíveis e outros sem complexidade foram dispensados de concorrência.
Em suas justificativas, a estatal alega, principalmente, que o contratado era um fornecedor exclusivo ou que havia uma emergência.
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Para dispensar as disputas, a Petrobras se baseia num decreto de 1998 que lhe dá poderes para firmar contratos de forma mais simplificada que a prevista pela Lei de Licitações, promulgada em 1993.
Para 78%, estatal é alvo de corrupção, aponta Datafolha
Apenas 5% dizem não haver desonestidade dentro da estatal. O levantamento mostra ainda que 57% sabiam da polêmica sobre compra de refinaria nos EUA
Mais de três quartos dos brasileiros (78%) dizem que existe corrupção na Petrobras, segundo pesquisa Datafolha realizada na última semana. Desse contingente, 29% afirmam acreditar que a corrupção na estatal é maior do que em outras empresas públicas brasileiras.
Para 40% dos entrevistados, a cultura de suborno na Petrobras é igual à de outras estatais, enquanto 4% dizem acreditar que ela é menor. Só 5% dos brasileiros dizem que não existe corrupção na companhia, e 18% não souberam responder a pergunta.
A Petrobras tornou-se um problema para o governo desde que a presidente Dilma Rousseff (PT) declarou, no mês passado, que não recebera informações jurídicas suficientes para aprovar a compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA.
A aquisição virou alvo de uma CPI e da Polícia Federal por que há a suspeita de que o negócio causou um prejuízo de pouco mais de R$ 1 bilhão para a Petrobras.
À época do negócio, em 2006, Dilma era a chefe da Casa Civil e presidia o Conselho de Administração da Petrobras, que aprovou a compra de 50% dessa refinaria.
Entrevista da 2ª – Rui Falcão: ‘Tsunami’ contra o governo não tira liderança de Dilma
Apesar da queda de seis pontos na intenção de votos de Dilma Rousseff na pesquisa Datafolha, o presidente do PT, Rui Falcão, vê com otimismo o resultado. Apesar da queda de seis pontos de Dilma Rousseff no Datafolha, o presidente do PT, Rui Falcão, enxerga motivos para comemorar, dado o “tsunami” de notícias negativas que o Planalto enfrentou nas últimas semanas.
“Houve um verdadeiro tsunami contra o governo e, mesmo assim, ela continua liderando, os adversários não cresceram e a confiança de mudança está do nosso lado”, afirmou o deputado paulista, futuro coordenador da campanha de reeleição.
Na pesquisa, Dilma foi de 44% para 38%, enquanto Aécio Neves (PSDB) manteve 16% e Eduardo Campos (PSB) oscilou de 9% para 10%.
Falcão não vê motivos para uma elevação no tom do “volta, Lula” ensaiado por aliados do ex-presidente dentro do próprio PT e no empresariado. “Mas ela continua ganhando no primeiro turno. Se o Aécio e o Eduardo Campos estivessem grudando nela, tivessem crescido e ela caído, você poderia até achar que existe algum risco.”
Sobre o forte sentimento de mudança manifestado pelos eleitores, ele diz que a pesquisa mostra desejo de “mudança com continuidade”.
A seguir, a entrevista concedida para comentar o Datafolha, no qual Dilma também viu a avaliação positiva de seu governo recuar de 41% para 36%, patamar considerado, pelos petistas, como um sinal amarelo.
Lula continua como maior cabo eleitoral
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua na posição de cabo eleitoral mais influente do país, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, realizada na última semana. Já o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não conseguiu reduzir a rejeição aos candidatos que apoia.
Os que votariam num candidato apoiado por Lula somam 37%, taxa similar à verificada no levantamento realizado em outubro (38%).
O índice dos que talvez votassem em algum candidato apontado pelo petista, porém, saiu de um índice de 26% para 23%.
Oscilou, em tendência inversa, o percentual dos que não votariam de jeito nenhum num candidato apoiado pelo ex-presidente. O contingente foi de 31% para 35% quando se compara a pesquisa atual com a de outubro.
A influência de Lula é mais forte entre os que têm o menor grau de escolaridade (49%), menor renda (47%) e vivem no Nordeste (55%).
Dilma descumpriu suas promessas, alfineta Campos
O pré-candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, disse que o movimento nos bastidores do PT pela volta de Lula “ajuda ainda mais a comparar” o petista com Dilma Rousseff.
A ação, diz, “é o atestado de que ela não entregou o que prometeu”. Para o ex-governador de Pernambuco, “as duas marcas que [Dilma] tinha estão afetadas, a de ser eficiente na gestão e de que faria uma faxina moral no governo”.
Campos, que tem 10% na pesquisa (atrás de Dilma, 38%, e Aécio, 16%), se disse muito satisfeito com o resultado, “sobretudo porque sou o menos conhecido e há espaço para evoluir a partir da campanha na TV”.
Agenda: Dilma vai a MG assinar contrato em Confins
A presidente da República, Dilma Rousseff, estará hoje em Belo Horizonte e Contagem (MG) para a assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves/Confins.
A presidente também participa na capital mineira de formatura no Pronatec, programa de ensino técnico do governo federal.
Em Contagem, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, Dilma Rousseff entrega 151 máquinas a serem usadas em municípios mineiros.
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Os protestos dão fôlego ao movimento separatista que se seguiu à anexação da Crimeia por Moscou. Em Donetsk, próxima à Rússia, a sede do governo foi tomada
Time grande
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O ESTADO DE S.PAULO
Doleiro do caso Petrobrás intermediou doações eleitorais para PP e PMDB
E-mails interceptados pela PF mostram conversas entre Alberto Yousseff, preso por suspeita de lavagem de dinheiro e ligado ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, com executivos de empresas que contribuíram para campanhas das duas siglas
Documentos da Operação Lava Jato da Polícia Federal mostram que o doleiro Alberto Yousseff teria intermediado doações para deputados e diretórios do PP e para o PMDB de Rondônia nas eleições de 2010. Ele está preso desde o dia 17, por suspeita de comandar um esquema de lavagem de dinheiro. Yousseff ainda é investigado por suas ligações com o ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, também detido pela PF.
As negociações foram flagradas pela PF com a quebra de sigilo de e-mails do doleiro. Em um dos endereços eletrônicos atribuído a Yousseff ele trata das doações com representantes das empresas Queiroz Galvão e Jaraguá Equipamentos, ambas fornecedoras da Petrobrás em empreendimentos como a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A PF acusa Costa de corrupção passiva em relação a esse projeto da estatal.
Os interlocutores de Yousseff são Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor-geral de desenvolvimento comercial da Queiroz Galvão, e Cristian Silva, da Jaraguá. Ambos tratam com o doleiro de dados bancários e emissão de recibos das contribuições eleitorais.
Cruzamentos feitos pelo Estado mostram correspondência entre os valores mencionados nos e-mails com o montante declarado pelos beneficiários à Justiça Eleitoral. O PP nacional aparece em uma conversa entre Yousseff e Moraes em 17 de agosto de 2010 como destinatário de uma doação de R$ 500 mil que deveria se registrada em nome da Vital Engenharia, empresa que faz parte do grupo Queiroz Galvão. O diretório aparece em outra troca de e-mails entre os dois como beneficiário de R$ 2,040 milhões. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PP relata ter recebido R$ 2,240 milhões da Vital Engenharia e R$ 500 mil da Queiroz Galvão.
Marinho ‘favoreceu’ empresa no Brasil, diz Suíça
Decisão do Tribunal Penal autoriza envio de detalhes das contas do conselheiro do TCE a investigadores brasileiros, que apuram ligação com Alstom
O Tribunal Penal da Suíça diz que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho é suspeito de ter “favorecido” um grupo francês não-identificado a obter contratos públicos em troca de subornos depositados em contas bancárias no país europeu. A constatação faz parte de uma decisão da Justiça de 24 de março de 2014 e que autoriza todos os detalhes de suas contas a serem cedidas para investigadores brasileiros.
No Brasil, a investigação aponta para a ação da multinacional francesa Alstom no esforço de conquistar contratos de licitação pública em São Paulo. Marinho é suspeito de ter favorecido a empresa ao relatar no TCE julgamento sobre extensão da garantia de equipamentos no âmbito do projeto Gisel, da antiga Eletropaulo. No fim do mês passado, o presidente do TCE, Edgard Camargo Rodrigues, pediu a abertura de um processo interno para investigar se o conselheiro cometeu desvio funcional. Marinho foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), entre 1995 e 1997, antes de ocupar a atual posição.
O Estado teve acesso exclusivo à decisão da Justiça do país europeu. “A conta na Suíça (de Robson Marinho) teria recebido diversos montantes da parte de sociedades implicadas no pagamento de subornos”, indica o documento da decisão do juiz federal suíço Jean Fonjallaz.
Corrupção. Os detalhes das contas de Marinho se referem ao período entre 1998 e 2006. Mas a decisão não cita os nomes das empresas envolvidas em corrupção. Segundo a Justiça suíça, a transmissão de dados ao Brasil ocorre em razão de “atos de corrupção cometidos por um grupo francês em relação à conclusão de um contrato público no Brasil”.
Comissão liga ao Exército 6 centros clandestinos
Pesquisadores dizem que locais faziam parte do aparato oficial de repressão e não operavam de forma autônoma na ditadura militar
Relatório inédito da Comissão Nacional da Verdade, a ser apresentado hoje em São Paulo, aponta a existência de pelo menos seis centros clandestinos onde ocorreram tortura e morte de opositores do regime militar e que atuaram de forma integrada ao aparato de repressão montado pelo Estado, por meio das Forças Armadas. O estudo contradiz versão de que os agentes agiam de forma autônoma nesses locais.
O novo relatório vem a público uma semana após as Forças Armadas anunciarem que vão investigar práticas de tortura e morte em instalações militares oficialmente usadas em interrogatórios e prisões políticas. Segundo a Comissão da Verdade, agentes da repressão levavam para os centros clandestinos militantes de esquerda já marcados para morrer ou que os militares tentavam transformar em agentes infiltrados, os chamados “cachorros”. A comissão tem informações detalhadas sobre seis desses centros e pesquisa outros três.
Na audiência pública de hoje, a historiadora Heloísa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e assessora da Comissão Nacional, deve apresentar quadros detalhados das estruturas de comando militar, indicando como os oficiais que operavam os centros clandestinos estavam diretamente ligados a seus superiores e ao sistema central de informações. A preocupação é mostrar que eles não operavam de maneira isolada ou à revelia.
No caso do Exército estão sendo investigados seis centros de tortura, três dos quais em São Paulo, que funcionaram entre 1969 e 1977 e faziam parte da estrutura controlada pelo Centro de Informações do Exército (CIE), vinculado ao gabinete do ministro do Exército.
SIP debate concentração da mídia e poder do Estado
Desconcentração é forma de \”debilitar empresas’ e ‘fortalecer o populismo’, diz jornalista na reunião da entidade em Barbados
No último dia de debates da Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Bridgetown, capital de Barbados, palestrantes fizeram críticas ao modo como é debatida, no continente, a questão da concentração das comunicações. “O conceito de desconcentração é muito bonito, mas é manipulado pelos governos para debilitar as empresas”, disse o argentino Adrian Ventura, do jornal La Nación. Com críticas aos governos que querem mudar as regras, ele afirmou: “Os autoritários nos embrulham no uso da palavra democracia”. Outro jornal argentino, El Clarín, acusado de monopólio, foi obrigado por lei a vender parte de suas empresas.
Depois de Ventura, Asdrúbal Aguiar, da Venezuela, Edward Seaton, dos EUA, também fizeram críticas às as leis de imprensa baixadas em alguns países para “democratizar a informação”. Segundo Aguiar, isso “é populismo e se dirige a maiorias” mas não combina com a cidadania. No debate, um grupo de manifestantes venezuelanos entrou no auditório com cartazes em protesto contra a repressão policial em seu país.
Golpe é tratado como ‘revolução’ em biblioteca oficial
Mesmo depois de 29 anos da redemocratização e de ter na presidente Dilma Rousseff uma das vítimas de torturas por parte do governo militar, a Biblioteca da Presidência da República ainda trata o golpe de 1964 como “revolução”. Reportagem publicada ontem pela Agência Brasil – que pertence à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), criada durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva – lembra que, na biblioteca, o ato é registrado como “vitória do movimento revolucionário”. Segundo a mesma notícia, a instituição informou que não há, no momento, motivos para mudanças. A biblioteca é virtual e pode ser acessada por qualquer cidadão no endereço biblioteca.presidencia.gov.br.
O GLOBO
Pressionado por aliados e oposição, André Vargas deve se afastar da vice-presidência da Câmara
Político é investigado por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef em negócios suspeitos no Ministério da Saúde
Diante das pressões tanto da oposição como, nos bastidores, de integrantes da base governista, especialmente do próprio PT, o deputado André Vargas (PT-PR) — investigado por seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef em negócios suspeitos no Ministério da Saúde — deverá se licenciar do cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados. O afastamento será discutido hoje, mas desde ontem deputados aliados do governo estão conversando com o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), para encontrarem a solução adequada.
O que desencadeou a reação foram as notícias de que Vargas e Youssef, preso no último dia 17 na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, trocaram mensagens comprometedoras negociando contratos suspeitos. Numa delas, o doleiro diz a Vagas que os negócios suspeitos iriam garantir a “independência financeira” dos dois. Em outra, o doleiro diz que precisa de ajuda para resolver problemas financeiros, e o deputado afirma: “Vou atuar”.
Petrobras: Dilma e Serra receberam doações de empresário belga
Ex-controlador de empresa que vendeu Pasadena contribuiu com comitês eleitorais. Comitê de Dilma recebeu R$ 1 milhão e o de Serra, R$ 500 mil
O empresário belga Albert Frère, controlador da Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena, no Texas, à Petrobras em 2006 — numa operação que causou prejuízos à petrolífera brasileira — ajudou, indiretamente, a financiar as campanhas da presidente Dilma Rousseff e do tucano José Serra na eleição de 2010. O comitê de Dilma recebeu R$ 1 milhão e o de Serra, R$ 500 mil.
Frère é um dos acionistas da GDF Suez, controladora no Brasil da empresa Tractebel Energia. Segundo informações obtidas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as doações aos candidatos foram feitas pela Tractebel.
A empresa de energia também repassou outros R$ 550 mil à direção nacional do PT e aos comitês financeiros do partido. Em 2006, a Tractebel fez uma doação no valor de R$ 300 mil para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o site, para a campanha de Dilma foram feitas duas doações de R$ 500 mil em 2010, uma no dia 20 de setembro e outra em 26 de novembro. As doações foram destinadas ao comitê financeiro nacional para a campanha de presidente da República. Os R$ 550 mil foram para a direção nacional e os comitês financeiros estaduais do PT. Pelos dados do TSE, as doações para Dilma e Serra foram feitas pela Tractebel Energia Comercializadora Ltda, uma das empresas que tem como controladora a Tractebel Energia. Segundo o site da empresa, a Tractebel é responsável, especificamente, pela intermediação e operação de compras, vendas, importações e exportações de energia elétrica no mercado de livre negociação.
Oposição comemora queda de Dilma em pesquisa
Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que presidente está perdendo confiança e credibilidade. Dilma Rousseff aparece com déficit de seis pontos em comparação à enquete anterior
A oposição comemorou o resultado da mais recente pesquisa Datafolha de intenção de votos, na qual a presidente Dilma Rousseff aparece com déficit de seis pontos em comparação à enquete anterior. O líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), afirmou que, segundo as pesquisas, a cada dia a presidente está perdendo confiança e credibilidade. Para ele, a melhor notícia é o aumento do percentual de entrevistados que manifestaram desejo de mudança: o índice saltou de 63% para 72%.
– Os pontos que a Dilma perdeu migraram para aqueles que querem mudança. A Dilma só não cai mais porque o Aécio Neves (PSDB) e o Eduardo Campos (PSB) ainda não são tão conhecidos quanto ela. A vida dela está ficando dura e difícil – analisou.
O tesoureiro do PSDB na Câmara, deputado Rodrigo de Castro (MG), afirmou que a pesquisa mostra a consciência do brasileiro em relação aos “descuidos” do PT e da má gestão do governo Dilma e procura um caminho novo.
– Cabe a nós, da oposição, apresentarmos essa possibilidade de mudança ao povo brasileiro. Estamos confiantes no trabalho do senador Aécio Neves e sua capacidade de mostrar que o Brasil pode mudar para melhor – disse o parlamentar tucano.
Segundo o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho (PE), embora o Datafolha não aponte aumento no desempenho de candidatos da oposição, gradativamente isso acabará acontecendo.
– Quem acompanha pesquisa de opinião sabe que esse processo é assim mesmo, não é uma migração automática dos votos. A oposição vai ganhar (as eleições). Todo processo de migração de votos ocorre dessa maneira: primeiro tem a perda de votos, depois a migração para as alternativas. Isso vai acontecer também com ela (Dilma). Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) tendem a absorver esses votos – analisou Mendonça Filho.
Na avaliação do deputado, o mais importante da pesquisa é constatar a perda de popularidade da presidente.
– Ela está num processo de desgaste acentuado, devido ao mau governo que ela está fazendo. Tem uma situação econômica muito ruim, de estagnação econômica e inflação elevada. Também tem uma fortíssima cobrança por serviços públicos, que redundaram nos protestos do ano passado. Não houve resposta do governo, pelo contrário: a educação, a saúde, a segurança pública, os transportes, tudo isso vai muito mal – declarou.
Por outro lado, o deputado Vicentinho (SP), atual líder do PT na Câmara dos Deputados, disse ter ficado aliviado com o resultado do Datafolha. Pelo movimento observado nas redes sociais, ele afirmou que esperava números mais negativos.
– Isso prova que, com todo esse carnaval que estão fazendo no Plenário da Câmara, o povo não é besta, não é bobo. O povo sabe acompanhar e não vai se deixar levar por isso – disse o líder do PT, que ressaltou que a intenção da discussão acerca da Petrobras é “eleitoreira”.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que a pesquisa do Datafolha confirma os números divulgados pelo Ibope na semana passada, que mostravam queda na avaliação da presidente Dilma.
Marcelo Neri, presidente do Ipea: ‘Há pessoas tentando jogar a instituição no lixo’
“Numa situação dessas, você pode até cair. Mas tem de cair de pé”, afirma Neri
RIO – O presidente do Ipea, Marcelo Neri, estava no Panamá quando sobre do erro na pesquisa: em vez de 65%, só 26% concordavam que “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Ele voltou ao Brasil para a revelação do erro, e responde a ex-diretores que criticaram a perda de foco do órgão.
Quando o senhor soube do erro?
No dia 27 de março eu estava em Brasília quando foram lançadas as duas pesquisas. Uma era do Daniel Cerqueira, diretor de Estudos e Políticas do Estado, com dados do Ministério da Saúde, sobre estupro. A outra (Sips), com base numa pesquisa de campo do Ipea, tinha como autores Natália Fontoura e Rafael Guerreiro Osório, diretor de Estudos e Políticas Sociais. O Daniel me enviou a pesquisa dele; o Rafael, não. A Sips repercutiu de forma que eu nunca tinha visto. Na segunda-feira, fui para o Panamá. De lá, recebi a informação de que havia erro. A essa altura, os microdados já estavam no site.
CORREIO BRAZILIENSE
Fuja das armadilhas dos planos de saúde
Se uma operadora oferecer a você um convênio coletivo, de poucos participantes e preço imbatível, desconfie. Esse modelo de contrato foge às regras estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), permitindo que as empresas reajustem livremente as taxas. E tem mais, a administradora pode simplesmente desfazer o negócio quando ele deixar de ser lucrativo, sem qualquer reparação ao consumidor. Por fim é bom lembrar: quanto menor o número de beneficiários, maior o risco.
#vaitrabalhardeputado: Legislativo custa R$ 20 bi por ano
A dinheirama, que equivale ao PIB de muitos países, sai do bolso do brasileiro. A produtividade dos parlamentares do Congresso e das Assembleias Legislativas, contudo, não tem nada de superlativa — é pequenininha. Na Câmara do DF, por exemplo, somente cinco projetos de lei foram aprovados desde o início do ano — pior desempenho da legislatura. O desinteresse dos políticos parece só crescer com a proximidade das eleições.
Uma montanha de dinheiro: R$ 20.587.541.643,95. Esse foi o gasto total do Estado com a manutenção do Congresso Nacional, de 26 Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e de apenas 37 Câmaras Municipais no período de um ano. Se fosse uma nação, o Legislativo brasileiro teria o orçamento equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) de países como Madagascar, na costa africana, ou a Armênia, no leste europeu, de acordo com dados de 2012 do Banco Mundial. As verbas consumidas pelo “país legislativo” são ainda duas vezes maiores do que o PIB da vizinha Guiana. Os especialistas são assertivos ao traduzir o sentimento da população: o problema não é somente o volume astronômico dos gastos aliado à baixa produtividade dos parlamentos. O mais grave é que os altíssimos impostos pagos pelo povo não são convertidos em serviços de qualidade.
Outro entrave diz respeito à transparência das instituições. Nem mesmo a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, em maio de 2012, foi suficiente para forçar todos os órgãos a divulgar as próprias despesas. Até a última sexta-feira, por exemplo, as assembleias legislativas de Alagoas, do Amapá, do Ceará, de Mato Grosso e do Rio Grande do Norte não haviam repassado as informações de 2013 ao Ministério da Fazenda, impedindo que os recursos utilizados fossem visualizados por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Dessa forma, o levantamento, elaborado pela ONG Contas Abertas, considerou a prestação de contas desses órgãos em 2012. A pesquisa não leva em conta os gastos com a Previdência dos parlamentares e de servidores. Também foram desprezados os custos das Câmaras Municipais de 5,5 mil cidades com menos de 500 mil habitantes.
Governo cerra fileiras contra CPI da Petrobras
O Palácio do Planalto inicia hoje uma ofensiva para barrar a criação da CPI da Petrobras. A situação do governo se complicou ainda mais neste fim de semana com a denúncia de que fornecedores da Petrobras pagaram R$ 34,7 milhões ao doleiro Alberto Yousseff, preso na operação Lava-Jato da Polícia Federal. A orientação é de que, se não conseguir impedir a criação do colegiado, a base aliada deverá reforçar o empenho na aprovação de uma CPI mais ampla, que inclui a Alstom, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Porto de Suape. Com isso, as investigações atingem os governos de São Paulo, de Minas Gerais e de Pernambuco. Enquanto isso, a oposição estuda recorrer à Justiça para que o colegiado seja instalado, independentemente de decisão da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). Ontem, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), indicado para relatar a questão de ordem sobre a CPI na CCJ, recusou a função.
A avaliação do governo é de que a criação de uma CPI neste momento, a três meses do início da campanha, tem caráter eleitoreiro. Há ainda o entendimento de que não justifica mais uma investigação, pois a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras (veja entenda o caso), que motivou a o requerimento para a instalação da comissão, está sendo apurada pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), só há duas opções: “Fazer uma CPI ampla ou não ter CPI”. “Vamos desenvolver uma estratégia de debater em plenário, nas comissões e na reunião de líderes para mostrar a incoerência de alguém querer a CPI pela metade. Já que eles pautaram esse debate e a transformaram em palanque, vamos incluir tudo”, disse Guimarães ao Correio.
Novas denúncias complicam André Vargas
Os deputados da oposição iniciam a semana engajados na missão de conseguir o afastamento de André Vargas (PT-PR) da vice-presidência da Câmara. O pedido de investigação sobre o fato de o deputado ter pegado carona no jatinho do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, voltará à pauta com as novas informações sobre a ligação de Vargas com o doleiro.
O líder do PSol, deputado Ivan Valente (SP), pedirá à Mesa que se pronuncie formalmente sobre o caso. Na semana passada, o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, negou o pedido de investigação do partido. Segundo Viana, o requerimento não atendia a requisitos técnicos, como “a descrição do fato indecoroso imputado ao parlamentar”. O PSDB e o DEM, entretanto, prometem protocolar uma representação contra o vice-presidente na Comissão de Ética esta semana.
Reportagem publicada pela revista Veja mostra que o petista ajudava o amigo em negócios com o governo federal. A publicação traz a transcrição de uma série de mensagens trocadas entre o deputado e o doleiro que indicam a atuação de Vargas em um contrato de R$ 150 milhões assinado entre uma empresa de Youssef e o Ministério da Saúde. “Tô no limite. Preciso captar”, diz o doleiro. “Vou atuar”, responde Vargas.
Para o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), Vargas deve deixar o cargo imediatamente para poder se explicar com isenção. “As novas informações são muito contundentes. A situação é extremamente grave. Como qualquer pessoa, ele tem o direito a se defender, mas não dá para ficar no cargo”, argumenta.
Anões livres, assessor preso
Passadas duas décadas do escândalo do desvio de verbas do Orçamento, só José Carlos Alves dos Santos está na cadeia
Pouco sobrou do homem de hábitos caros, respeitado profissional da área de orçamento do Senado. Na cela que divide com outros detentos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde o último dia 13, José Carlos Alves dos Santos, de 72 anos, não tem nenhuma notoriedade. É só mais um. Mas, do esquema de desvio de dinheiro conhecido como escândalo dos Anões do Orçamento (referência à baixa estatura dos parlamentares envolvidos, todos membros da Comissão Mista de Orçamento), foi o único protagonista a parar atrás das grades. Hoje, se o fantasma da prisão que o rondava havia décadas chegou ao fim, um mieloma múltiplo, tipo de câncer na medula que ainda não se manifestou, é o novo temor de Santos.
A falta de sensibilidade nas mãos, devido à incapacidade do organismo de metabolizar a vitamina B-12, é o sinal mais evidente do estado de saúde do ex-consultor do Senado, condenado por corrupção passiva e preso 21 anos depois de delatar o esquema que funcionou no Legislativo federal. Nem ele próprio, que ajudou a cassar seis parlamentares, nem os parentes mais próximos, que só falam sob a condição de anonimato, questionam a condenação. O sentimento de injustiça tem a ver com o tamanho da pena — 10 anos e 1 mês em regime fechado — e com o fato de os poderosos, quatro congressistas envolvidos no escândalo, terem se safado, especialmente via renúncia de mandato.
VALOR ECONÔMICO
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