Folha de S. Paulo
Núcleo do PT pró-legalização quer debate sobre maconha no partido
Inspirado pelo Uruguai, primeiro país do mundo a legalizar a produção e o comércio da maconha, o Núcleo de Políticas de Drogas do PT divulga nesta sexta-feira (13) carta aberta à sociedade brasileira pedindo que a legalização da maconha seja debatida sob uma perspectiva de segurança e saúde pública.
“Não pode haver pacto de silêncio sobre o assunto”, afirmou Eduardo Silva, coordenador do grupo. Em trecho da carta, à qual a Folha teve acesso, o núcleo diz apoiar a legalização da erva e critica a atual política de “guerra às drogas”, chamada de “disfuncional, míope e geradora de violência”.
A redação do documento foi decidida em plenária do núcleo durante o acampamento Aldeia da Juventude, no último fim de semana de maio, em Guarulhos (SP). Na presença da presidente da República, alguns jovens gritaram no evento: “Dilma Rousseff, legaliza o beck [cigarro de maconha]”.
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Nos últimos quatro anos, o governo evitou tratar do tema em público, mas demonstrou receio com a liberação no Uruguai e seus efeitos.
Em 2010, quando ainda era candidata, Dilma se posicionou contra a legalização das drogas, afirmando, em entrevista à revista “Rolling Stone”, que a sociedade não estava pronta para “uma mudança dessa natureza”.
Torcedores vaiam e xingam Dilma na abertura da Copa
A presidente Dilma Rousseff foi hostilizada por torcedores quatro vezes nesta quinta (12) na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, apesar do esforço feito pelo governo para manter discreta sua presença no estádio.
Os protestos contra a presidente foram ouvidos com nitidez dentro do estádio. A terceira manifestação dos torcedores também foi ouvida com clareza por quem acompanhou o jogo pela televisão.
Logo após a cerimônia de abertura da Copa, Dilma foi xingada por cerca de um minuto, depois que o locutor pediu palmas para os operários que trabalharam nas obras dos 12 estádios do Mundial.
Encerrados os aplausos aos trabalhadores, os torcedores xingaram a presidente. “Ei, Dilma, vai tomar no c…”, gritaram, em coro. “Ei, Fifa, vai tomar no c…”, gritaram outros, voltando-se para a entidade internacional responsável pela organização da Copa.
Lula não vai ao Itaquerão e vê jogo em casa
Principal responsável pela campanha que fez o Brasil conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não ir ao Itaquerão e assistiu à partida de abertura com a família no seu apartamento em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
Em 2007, quando o Comitê Executivo da Fifa confirmou o Brasil como sede da Copa em 2014, Lula estava no primeiro ano de seu segundo mandato e foi pessoalmente a Zurique, na Suíça, ouvir o anúncio oficial.
‘Black blocs’ se infiltram em atos e enfrentam polícia em São Paulo
Um grupo de cerca de cem “black blocs” se infiltrou em duas manifestações na zona leste de São Paulo para fazer depredações na manhã desta quinta (12), horas antes da abertura da Copa do Mundo.
A Polícia Militar agiu com força para evitar o fechamento da Radial Leste, via de acesso ao Itaquerão –os atos ocorreram a cerca de 11 km do estádio. A corporação destacou um grande efetivo, inclusive homens da Cavalaria. O número não foi informado.
Veículos de imprensa internacionais cobriram os atos, alguns deles ao vivo.
Duas estações de metrô e um shopping foram fechados, cinco carros tiveram os vidros quebrados e placas de trânsito foram arrancadas. Ao menos 11 pessoas se feriram, entre elas duas jornalistas da CNN, e dois manifestantes foram presos acusados de portar artefatos suspeitos.
A PM disse que os “black blocs” forçaram o confronto.
Os protestos foram bem menores do que o anunciado. O grupos anti-Copa, por exemplo, prometiam levar ao menos 3.000 pessoas às ruas.
Ativistas são vaiados nos atos e ao vibrar com gol da Croácia
Com o país em clima de Copa, manifestantes mascarados foram hostilizados por moradores de pelo menos quatro cidades antes e durante o jogo de abertura.
Em São Paulo, Rio, Porto Alegre e Brasília, protestos violentos foram recebidos com vaias por torcedores e moradores dos locais onde os atos foram realizados.
Os ativistas também foram hostilizados por comemorar o gol da Croácia contra o Brasil.
Brasil e Chile vão trocar dados sobre ditadura nos 2 países
A presidente Dilma Rousseff recebeu, nesta quinta (12) no Palácio do Planalto, a presidente do Chile, Michelle Bachelet. Elas assinaram acordo para intercâmbio de informações sobre violações de direitos humanos durante a ditadura militar nos dois países.
Segundo o Itamaraty, o memorando contribuirá para as investigações da Comissão Nacional da Verdade, que apura violações de direitos humanos durante a ditadura. Os detalhes do acordo com o Chile não foram divulgados.
A colaboração pode ajudar no esclarecimento da chamada Operação Condor, a aliança entre as ditaduras do Cone Sul (Brasil, Chile, Argentina e Uruguai) para prender e matar opositores no exterior.
Essa foi a primeira visita de Bachelet ao Brasil desde a sua posse, no início do ano.
“Quero dizer que eu e a Bachelet estamos muito felizes com a assinatura, porque, como ela disse, nós somos testemunhas vivas desse processo'”, disse Dilma.
Ambas as presidentes, que militaram em movimentos de esquerda na juventude, foram presas e torturadas por agentes repressores das respectivas ditaduras militares do Brasil (1964-1985) e do Chile (1973-1990).
Defesa de ex-diretor da Petrobras diz que Supremo violou lei
O advogado Nelio Machado, que defende o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, entrou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal pedindo a anulação de decisão da corte da última terça-feira (10) que considerou legais os procedimentos da Operação Lava Jato.
Segundo ele, o STF violou o direito de defesa de seu cliente. Machado afirma que o STF não o avisou sobre a data em que a legalidade da operação seria julgada.
O regulamento interno da corte determina que os julgamentos devem ser informados com pelo menos 48 horas de antecedência. Os advogados têm de ser informados sobre decisões que envolvam clientes para defendê-los.
Governo tem pouca aptidão ao diálogo, diz Campos
Aliado do PT no governo federal por quase 11 anos, o pré-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) atacou nesta quinta-feira (12) o decreto de Dilma Rousseff que determina a órgãos públicos considerar, na formulação de suas políticas, a opinião de conselhos com representantes da sociedade civil.
Ele disse que seu grupo político ainda estuda o decreto para tomar uma posição mais concreta, mas afirmou que o pressuposto de diálogo com a sociedade para definir políticas públicas contradiz o dia a dia do governo Dilma, que segundo ele teria desmontado os conselhos existentes.
O Estado de S. Paulo
Dilma adota tática antivaia, mas mesmo assim ouve coro de protestos no estádio
Temos uma presidente sitiada, diz Aécio no Rio
Campos afirma estranhar edição agora de decreto sobre conselhos populares
Ex-presidentes tentam entrar no jogo da Copa
Alckimin, Skaf e Padilha erram resultado do jogo
Ex-diretor da Petrobras é transferido para o PR
Mulher de Agnelo Queiroz é flagrada pedindo liberação de alvará
O Globo
Suíça abre processo penal contra ex-diretor da Petrobras
A Justiça Federal de Berna, na Suíça, comunicou às autoridades brasileiras nesta quinta-feira que abriu ação penal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa por lavagem de dinheiro. Costa mantinha 12 contas na Suíça, onde estão depositados US$ 23 milhões em seu nome e US$ 5 milhões no nome de seus familiares (filhas e genros).
Apenas os US$ 23 milhões foram bloqueados, já que somente Costa é processado pela Justiça brasileira, na 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, em Curitiba. Por essa razão, o procurador federal de Lausanne, na Suíça, Luc Leimgruber, enviou documento, devidamente traduzido para o português para o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional da Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, comunicando a abertura do processo penal contra Costa.
Peemedebistas ‘aecistas’ programam três eventos no Rio em conjunto com PSDB
Após a derrota na convenção nacional do PMDB que decidiu pela continuação da aliança nacional com o PT para as eleições presidenciais, peemedebistas fluminenses dissidentes resolveram contra-atacar. O movimento “Aezão”, criado pelo presidente regional da legenda, Jorge Picciani, prepara três grandes eventos no estado para reunir o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência pelo PSDB, e o governador Luiz Fernando Pezão, que tentará a reeleição pelo PMDB.
Os encontros serão realizados na Zona Oeste, em outra região da capital e na Baixada Fluminense, importantes colégios eleitorais, mas ainda não têm data para ocorrer. A cúpula do PMDB no Rio estuda a possibilidade de promover os eventos entre a segunda quinzena deste mês e o início oficial da campanha, em 6 de julho. A expectativa é que cada um deles reúna pelo menos cinco mil pessoas. Durante a campanha, serão realizados encontros públicos mensais do “Aezão”.
A reação do grupo “Aezão”, que tem o apoio oficial do PSDB, PSD, PP, PSL, PEN, PMN, PTC e Solidariedade, já estava sendo articulada antes do resultado da convenção da última terça-feira. Nos bastidores, os peemedebistas do Rio sabiam que as chances de o partido abraçar a campanha de Aécio em todo o país era praticamente impossível. Após o resultado que ratificou a aliança com os petistas, a Executiva Nacional do PMDB ameaçou os diretórios dissidentes, incluindo o do Rio de Janeiro, de redução dos repasses provenientes dos fundos partidários, além de cortar a ajuda para o financiamento de campanhas.
Integrantes do movimento “Aezão” minimizaram as ameaças da Executiva Nacional e deixaram claro que, como reação, vão obstruir votações na Câmara dos Deputados, com pedidos de verificação de quórum e votação nominal. O movimento controla quase que na totalidade a bancada peemedebista fluminense na Casa.
Assessor de José Dirceu treinou Nestor Cerveró para depor em CPI
Tido como “homem-bomba”” no início do debate sobre a compra da refinaria de Pasadena, o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró submeteu-se a um treinamento para depor na CPI da Petrobras, com um profissional de comunicação ligado ao PT. Ednilson Machado, que comandou o “media training” com Cerveró, é assessor de imprensa do ex-ministro José Dirceu e manteve a função, mesmo após a prisão do petista por sua condenação no processo do mensalão. Por seu advogado, Cerveró negou ter feito acordo para mudar sua versão dos fatos.
Machado confirmou ao Globo ter realizado um treinamento de “alinhamento de mensagem” com Cerveró. Não deu detalhes nem disse quem pagou pelo serviço.
— Faço media training no mercado. Não posso entrar em detalhes por uma questão contratual. A gente fez um treinamento só com Cerveró, de alinhamento de mensagem, mas não posso entrar em detalhes — disse Machado.
O treinamento ocorreu no Rio, em maio, pouco antes do depoimento de Cerveró à CPI, no dia 22 daquele mês. A equipe de Machado simulou o ambiente da comissão, com o uso de câmera e a realização de questionamentos. Uma fonoaudióloga acompanhou o desempenho do ex-diretor e ajudou a orientá-lo. O jornalista afirmou que o trabalho não tem relação com as suas atribuições na assessoria de Dirceu.
Cerveró era diretor da área internacional quando foi comprada a refinaria de Pasadena e elaborou o resumo executivo que balizou a decisão do Conselho de Administração. A presidente Dilma Rousseff, que integrava esse conselho, disse que o material era falho e tinha “informações incompletas”.
Defesa de ex-diretor da Petrobras entra hoje com recurso contra a prisão
O advogado Nélio Machado, que defende Paulo Roberto Costa, afirmou que entrará nesta sexta-feira com recurso para que seu cliente responda ao processo em liberdade, já que hoje o Judiciário não funcionou devido ao jogo do Brasil. Segundo Machado, o caso deveria tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver parlamentares com foro privilegiado. No entanto, o ministro do STF Teori Zavascki desmembrou o caso: devolveu à primeira instância as ações abertas no Paraná e manteve no STF só o que há relacionado a parlamentares, como o deputado André Vargas (sem partido-PR).
Valor Econômico
Para promotores, Justiça eleitoral é tolerante demais
As constantes mudanças de entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – em muitos casos divergentes até do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por metade de suas cadeiras – vêm causando desconforto. Recentemente, representantes dos tribunais de contas e o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto defenderam uma conduta mais rígida em relação aos candidatos julgados pelos tribunais de contas.
PT ignora pressão do PMDB sobre o Rio
O PT não vai abrir mão de candidaturas como a do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio a fim de ajudar o vice-presidente Michel Temer a ampliar a maioria pró-Dilma Rousseff no PMDB. “O que a gente puder ajudar nessa direção, sem prejudicar o PT, nós faremos, juntos com a presidenta”, disse o presidente petista, Rui Falcão, “mas não vamos retirar a candidatura de Lindbergh de jeito nenhum”.
Coordenador petista prevê um terço dos prefeitos fluminenses com Dilma
O PT precisa ficar atento ao cenário eleitoral fluminense. A avaliação é do vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Social do município do Rio, Adilson Pires, que há cerca de duas semanas foi escolhido para ser o coordenador da campanha pela reeleição da presidente Dilma no Estado. Segundo ele, a campanha da presidente no Rio terá uma estrutura completamente independente de Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo estadual.
Prioridade da direção partidária é derrotar Alckmin, com Padilha ou Skaf
O PMDB e o PT homologam este fim de semana as candidaturas do empresário Paulo Skaf e do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo de São Paulo. Em desvantagem nas pesquisas, o PT já acertou o apoio a Skaf em um eventual segundo turno contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta a reeleição.
Aécio e Campos veem recado em protestos e vaias
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou que as vaias na abertura da Copa à presidente Dilma Rousseff mostram que o Brasil tem hoje “uma presidente sitiada”. “O que fica para a história é que tivemos depois de algumas décadas em uma Copa do Mundo um chefe de Estado que não se vê em condições de se apresentar à população”, afirmou sobre as vaias e xingamentos à presidente na abertura da competição.
Correio Braziliense
Prazo de contratação apertado em ano eleitoral pressiona concurseiros
O clima de Copa do Mundo não foi capaz de tirar a concentração dos concurseiros. Em pleno dia de estreia da Seleção Brasileira, as salas de aula dos cursos preparatórios para concursos estavam lotadas, todos interessados em garantir uma vaga no serviço público. E o empenho tem razão de ser, já que, em ano de eleição, os prazos para contratações e nomeações ficam mais curtos.
Pela legislação, os certames podem ser abertos a qualquer tempo, inclusive durante as eleições. Pelo disposto no art. 73, inciso V, da Lei nº 9.504/1997, há restrição apenas para nomeação nos três meses que antecedem o pleito — 5 de julho. Se os resultados forem homologados depois, o ingresso dos aprovados só poderá ocorrer após a posse dos governantes eleitos, no início de 2015.
“A partir dessa data, só em janeiro de 2015, com os políticos já eleitos”, explica Alessandro Dantas, professor da LFG e consultor jurídico da Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Concurseiros (Andacon). Diante desse quadro, a perspectiva dos candidatos é de que o Ministério do Planejamento, responsável pelos processos seletivos no âmbito federal, apresse o passo, pois, das 47.112 vagas previstas no Orçamento da União deste ano, menos da metade dos postos — exatos 12.560 — teve a contratação liberada.
Mesmo protegida, Dilma é hostilizada
A presidente Dilma Rousseff tentou ser discreta para evitar a repetição das vaias recebidas no ano passado, na abertura da Copa das Confederações, mas não deu certo. Por quatro vezes, ela — que não discursou, não declarou oficialmente aberta a Copa do Mundo, nem sequer foi anunciada no sistema de som do estádio — foi xingada por torcedores presentes no Itaquerão, em São Paulo, para assistir ao jogo de abertura entre Brasil e Croácia.
Dilma ofereceu ontem um almoço para nove chefes de Estado e foi direto à arena. Lá, tomou um elevador privativo que a levou para a área reservada às autoridades, onde já se encontrava o presidente da Fifa, Joseph Blatter. As primeiras hostilidades aconteceram antes mesmo do início do jogo. Um grupo de pessoas sentadas na área vip (o setor mais caro), gritou, em um coro que acabou se espalhando pelas arquibancadas. “Ei, Dilma, vai tomar no c…”. O mesmo xingamento foi estendido à entidade máxima do futebol: “Ei, Fifa, vai tomar no c…”.
O protesto da torcida durou menos de um minuto, mas confirmou as preocupações do Palácio do Planalto. A própria presidente optou por não se pronunciar no evento, alegando que este era um momento da Seleção. Encaminhou uma carta desejando sorte aos jogadores, pediu aos jornalistas, na saída do hotel onde ofereceu o almoço para os chefes de Estado, que se “concentrassem para o jogo”, mas não quis arriscar palpites de placar.
Após o Hino Nacional, embora tenha demonstrado emoção com a música encerrada à capela pelo coro de 62 mil vozes presentes ao estádio, mais uma vez Dilma foi xingada por parte dos torcedores brasileiros. Os apupos e as ofensas foram abafados por aplausos, gritos e assobios direcionados aos jogadores e cessaram quando a bola rolou e a política cedeu espaço ao futebol.
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