O GLOBO
No exterior, 445 servidores recebem supersalários
Dois entre dez servidores públicos federais em exercício fora do país recebem salários acima do teto fixado na Constituição. Um novo levantamento do GLOBO revela que a cúpula da diplomacia brasileira, formada por 132 servidores, não é a única a receber remunerações acima de R$ 26.723,13, vencimento pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e estipulado como teto salarial.
Saiba no Congresso em Foco tudo sobre supersalários
De um universo de 2.129 servidores federais no exterior, 445 recebem mais do que o teto. A grande maioria integra carreiras do Itamaraty: são administradores, analistas de sistema, oficiais de chancelaria, diplomatas da primeira à terceira secretaria, conselheiros e a cúpula do órgão (ministros de primeira e segunda classe, incluindo os embaixadores).
O levantamento inclui os adidos da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério da Agricultura no exterior Da PF e do Ministério da Agricultura, são 23 adidos, dos quais 16 recebem acima do teto, como O GLOBO já havia mostrado na edição do último dia 25. No último domingo, o jornal revelou que os supersalários da cúpula do Itamaraty no exterior chegam a R$ 58,9 mil, valor pago em janeiro deste ano ao embaixador do Brasil na República do Congo, Paulo Americo Veiga Wolowski.
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Em outra frente, Eduardo Campos costura acordo com a Força
Em busca de apoio para a disputa eleitoral de 2014, a presidente Dilma Rousseff decidiu seguir recomendação de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e dará início a partir desta terça-feira a esforço de reaproximação com o movimento sindical, que reclama da falta de diálogo nos últimos dois anos com o governo federal. À tarde, a petista se reunirá, no Palácio do Planalto, com as principais lideranças das entidades trabalhistas, que farão, em Brasília, a 7ª Marcha da Classe Trabalhadora.
Na última semana, a presidente se encontrou, em Brasília, com os presidentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Nas reuniões, ela sinalizou que pretende estreitar laços com as centrais sindicais, acionou ministros para analisarem reivindicações da classe trabalhadora e garantiu que, na próxima terça-feira, participará da inauguração da nova sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
Sob o risco da intolerância
O Partido Social Cristão (PSC) confirmou ontem a indicação do deputado e pastor Marco Feliciano (SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O nome de Feliciano gera controvérsia por suas posições preconceituosas em relação a negros e homossexuais, entre outros temas. Parlamentares ligados aos direitos humanos, que irão compor a comissão, tentarão impedir sua eleição, que deve ocorrer hoje, e já anunciam duros discursos contra o parlamentar.
A reunião do PSC que definiu a indicação de Feliciano durou cerca de três horas. Não havia consenso entre os 17 deputados da legenda, mas prevaleceu a disposição da maioria de reagir às críticas da imprensa, de parlamentares e dos movimentos sociais. Hoje, a Comissão se reúne para eleger seu novo presidente.
Para entidades, escolha da Câmara ‘usurpa a História’
A Plataforma Brasileira de Direitos Humanos (Dhesca Brasil), que reúne 36 entidades da sociedade civil, publicou ontem nota contra a designação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
“A contaminação da Comissão por uma visão conservadora fundamentada em uma vertente religiosa coloca em suspeição sua atuação e usurpa a sua história. A possível implementação de um discurso de negação, e não afirmação de direitos, é um retrocesso e anacronismo na luta Histórica em defesa dos Direitos Humanos no Brasil”, escreveram as entidades, criticando o que chamaram de “contaminação de espaços plurais de reafirmação e defesa de direitos por visões de mundo religiosas e intolerantes”.
Com mudanças no Ministério, Brizola Neto deverá deixar Trabalho
A pedido do Palácio do Planalto, os líderes aliados operaram no Senado para aprovar com maior rapidez o projeto de criação da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, com status de ministério, o que poderá acontecer ainda nesta quinta-feira. A criação da pasta é só o que falta para a presidente Dilma Rousseff formalizar o convite ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, que preencherá a cota do PSD na reforma ministerial prevista para este mês.
Em uma manobra regimental, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) conseguiu evitar que o projeto, do qual é relator, passasse por duas comissões, a de Assuntos Econômicos e a de Constituição e Justiça, para ir direto ao plenário. Também rejeitou emendas, para que o texto não tenha de retornar à Câmara, e teve seu requerimento de urgência aprovado. A votação do novo ministério está prevista para esta quinta-feira.
Dilma promete acelerar reforma agrária em congresso da Contag
A presidente Dilma Rousseff prometeu, na noite desta terça-feira, no congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), acelerar o processo de reforma agrária e distribuir terras de qualidade para que o assentados possam produzir. Sob aplausos, a presidente disse ainda que os assentados serão cadastrados para ter acesso aos programas sociais do governo como Bolsa Família, Água para Todos, Luz para Todos e Minha Casa Minha Vida.
No último domingo, O GLOBO revelou que o Bolsa Família sustenta um em cada três assentados, que não conseguem viver da produção dos lotes distribuídos pelo governo. Segundo dados do governo, 339 mil famílias assentadas recebem o Bolsa Família e outras 126 mil recebem outros benefícios do governo.
A morte de Chávez – Encruzilhada venezuelana (caderno especial)
Poucas horas depois de anunciar que Hugo Chávez estava atravessando o momento mais difícil de sua luta contra o câncer, o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou, com a voz embargada de emoção, a morte do presidente, aos 58 anos. Vítima de um câncer na região da pélvis, Chávez já não era visto em público há 85 dias. Reeleito em outubro para um quarto mandato de seis anos, ele sequer chegou a tomar posse no evento marcado para o dia 10 de janeiro.
O presidente havia regressado ao país há duas semanas, estava sendo submetido a rigorosas sessões de quimioterapia e não conseguia mais falar, segundo o governo. A morte de Chávez encerra um ciclo de 14 anos no poder, marcados por um forte culto à personalidade do presidente e joga o país num cenário de incerteza, com dúvidas sobre a continuidade do chavismo e sobre a capacidade de união da oposição.
A Constituição bolivariana, uma das primeiras grandes iniciativas de Chávez, estabelece que, com a morte do chefe de Estado, o poder deve ser transferido para o presidente da Assembleia Nacional, o chavista e também militar reformado Diosdado Cabello, que seria o encarregado de convocar eleições num prazo de 30 dias. Mas num sinal de desrespeito à Carta, o chanceler Elías Jaua informou que o vice assumirá para convocar novas eleições.
O ESTADO DE S. PAULO
Presidente do STF diz para repórter ‘chafurdar no lixo’
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, chamou de “palhaço” e mandou “chafurdar no lixo” o repórter do jornal O Estado de S. Paulo. O ministro irritou-se ao ser abordado nesta terça-feira, na saída da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os jornalistas esperavam ao final da sessão para ouvi-lo sobre as críticas que recebeu das associações de classe da magistratura em nota divulgada no final de semana. Antes que a primeira pergunta fosse feita, Barbosa atacou.
O repórter apenas iniciou a pergunta: “Presidente, como o senhor está vendo?”. Barbosa o interrompeu e não deixou que terminasse a pergunta: “Não estou vendo nada”. O repórter tentou fazer nova pergunta, mas novamente foi impedido. “Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre”.
Em nota, presidente do STF pede desculpas após discussão com repórter
A Secretaria de Comunicação Social do Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu nesta terça-feira, 5, uma nota oficial após o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, mandar um repórter do Estado “chafurdar no lixo” e chamá-lo de “palhaço”.
É difícil punir poderosos, diz integrante do CNJ
Num julgamento em que o Conselho Nacional de Justiça confirmou a punição a um juiz acusado de envolvimento com atividades polítiüàs, o conselheiro Jefferson Kravchychyn disse que o órgão tem dificuldades para impor penas a poderosos. O CNJ manteve a pena de aposentadoria compulsória imposta ao juiz Luís Jorge Silva Moreno pelo Tribunal: de Justiça do Maranhão, que supostamente teria participado de atividades políticas na cidade de Zé Doca, no interior do Estado.
No Brasil, magistrados são proibidos de atuar politicamente. Mas em 2011 o CNJ arquivou um pedido de processo contra o desembargador Luiz Zveiter, então presidente do TJ do Rio, que teria feito propaganda irregular em favor de um irmão candidato a deputado federal. A maioria concluiu que uma punição com aposentadoria seria excessiva.
Popularização da imagem de Dilma vira estratégia central do projeto de reeleição
Com a campanha eleitoral antecipada por seu próprio partido e diante de conflitos na base aliada por conta das aspirações políticas do PSB, a presidente Dilma Rousseff intensificou a estratégia de comunicação das ações do governo e já colocou em prática um novo estilo para se mostrar mais popular e menos “tecnocrata”. A presidente foi aconselhada a fazer mudanças pelo marqueteiro João Santana, responsável pela campanha de 2010 e que atuará em 2014.
Ela segue agora o modelo criado pelo antecessor Luiz Inácio Lula da Silva e inicia uma série de entrevistas a rádios regionais para “vender” as obras de sua administração. Ontem, Dilma concedeu entrevista a duas rádios da Paraíba, retransmitida por mais de 30 emissoras locais, um dia após ter visitado o Estado. A última entrevista de Dilma para rádios havia sido em 16 de fevereiro do ano passado.
Além da estratégia de comunicação, Dilma também se aproxima dos movimentos sociais e aposta em pacotes de bondades para marcar sua gestão e reforçar o slogan “O fim da miséria é só um começo”, criado por João Santana e divulgado na festa de 33 anos do PT, na qual Lula lançou a sucessora à reeleição.
PSDB usa Lei de Acesso para ‘checar’ paternidade dos programas federais
O embate entre o PSDB e o PT sobre a paternidade dos programas sociais do País, que já dura semanas, teve ontem novo desdobramento. A direção nacional do partido tucano encaminhou ao Ministério do Desenvolvimento Social um documento solicitando informações oficiais, com base na Lei de Acesso à Informação, sobre a origem e a estruturação dos programas sociais e também do Cadastro Único – principal ferramenta de organização desses programas. Ao justificar o requerimento, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, disse que o objetivo é “rebater mentiras com informações oficiais”.
Referia-se especificamente ao pronunciamento feito pela presidente Dilma Rousseff, no dia 27, em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, quando disse que o PT não herdou nada dos governos que o antecederam. “Dilma negou que o PT tenha recebido do governo Fernando Henrique Cardoso o Cadastro Único”, diz a nota.
Pastor é confirmado no comando da Comissão de Direitos Humanos
A maioria da bancada do PSC decidiu nesta terça-feira, 5, indicar o deputado e pastor Marco Feliciano (SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Pela tradição da Casa, o ato o coloca, na prática, na chefia do órgão parlamentar. Partidos governistas e da oposição, porém, não descartam rejeitá-lo em votação prevista para hoje. Feliciano é acusado de ser racista e homofóbico por causa de declarações recentes feitas na internet.
O PT, que tradicionalmente comanda esse colegiado, abriu mão da vaga em favor da sigla cristã, que faz parte da base de sustentação do governo da presidente Dilma Rousseff. O papel da comissão é analisar projetos que tratem de interesses de minorias.
Feliciano escreveu em sua página no Twitter, em 2011, que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva “ao ódio, ao crime e à rejeição”, e que descendentes de africanos são “amaldiçoados”. Ontem, ele defendeu as frases. “Não neguei o que escrevi e não nego agora. Foi só um post. A maioria das informações sobre mim não são reais”, afirmou.
MPT quer mudanças na MP dos Portos
O Ministério Público do Trabalho (MPT) defende mudanças no texto da Medida Provisória dos Portos, que propõe um novo marco regulatório para o setor. Uma das recomendações é que seja mantida a guarda portuária. O texto original encaminhado pelo Executivo prevê a terceirização do serviço de segurança nos terminais privados – o que, segundo o órgão, pode trazer riscos à “segurança nacional”.
[…]
Outro ponto polêmico é a contratação de mão de obra. Os trabalhadores portuários defendem que a contratação de trabalhadores seja feita exclusivamente por meio dos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos), como acontece hoje. A medida provisória, entretanto, não prevê que essa seja a única forma de contratação nos terminais privados. Para o MPT, o ideal é que a contratação de trabalhadores avulsos nos terminais privados também aconteça por meio dos órgãos. Mas eles, que têm função de distribuir o trabalho de forma equitativa entre os funcionários portuários, devem ser reformulados.
TJ mantém corte da verba de moradia dos deputados paulistas
O Tribunal de Justiça rejeitou ontem recurso da Assembleia Legislativa de São Paulo que pretendia devolver o auxílio-moradia aos 94 deputados estaduais paulistas – benefício cortado liminarmente, em janeiro, no âmbito de ação civil pública movida pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e Social, braco do Ministério Público que investiga improbidade.
A decisão foi tomada pelo desembargador Luiz Sérgio Fernandes de Souza, da 7º Câmara de Direito Público do TJ. Em despacho de 15 linhas, Souza manteve ordem do juiz Luís Manuel Fonseca Pires, da 13 º Vara da Fazenda Pública, que cortou o privilégio concedido a todos os parlamentares, indistintamente, até para os que residem nas cercanias da Assembleia – a promotoria calcula em R$ 2,5 milhões o prejuízo anual ao Tesouro.
FOLHA DE S.PAULO
Morre influente e polêmico presidente venezuelano
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, um dos mais influentes e controversos líderes da América Latina das últimas décadas, morreu ontem em Caracas, aos 58 anos, após lutar por 21 meses contra um câncer. “Vamos acompanhá-lo até sua última morada abraçando-nos como uma família, juntos como uma família, a família dessa pátria que ele nos deixa de herança: livre e independente”, anunciou na TV, às lágrimas, o vice Nicolás Maduro, que informou que a morte aconteceu às 16h25 (17h55 de Brasília).
O corpo segue hoje para a Academia Militar em Caracas e a cerimônia fúnebre oficial será na sexta. O governo decretou luto oficial de sete dias. Não foi divulgado o local do enterro. O desaparecimento de Chávez, provocado por uma doença sobre a qual o governo jamais divulgou detalhes, abre um período de incertezas na Venezuela.
Ocultar papéis é estar ‘fora da lei’, diz ministra
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) afirmou ontem que qualquer orientação de dentro do governo para ocultar arquivos da ditadura militar fere determinação da presidente Dilma Rousseff e está “fora da lei”.
“Existem regras e determinação da presidenta da República para total abertura. E quem estiver se colocando contra isso está agindo fora das regras e fora da lei. A regra é a abertura das informações.”
Expansão da banda larga terá pacote de R$ 100 bi
O governo prepara um pacote de investimentos na área de telecomunicações estimado em pelo menos R$ 100 bilhões, que se soma aos planos de infraestrutura lançados durante o ano passado. A gestão Dilma vem tentando atrair a iniciativa privada em investimentos, para tentar reativar a economia, que cresceu 0,9% em 2012.
Três ministérios (Fazenda, Comunicações e Planejamento) discutem desde o mês passado proposta que prevê a substituição da rede de fios de cobre, usada para levar internet às residências, por fibra óptica, que torna a conexão dez vezes mais rápida.
O tema agradou à presidente Dilma. A discussão tem como base estudos do Banco Mundial e de auditorias que afirmam que investimentos em melhoria da velocidade das conexões de internet contribuem diretamente para o crescimento do PIB.
É preciso regulamentar o lobby, diz ministro
O advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Adams, defendeu ontem “regulamentar” a atividade do lobby no Brasil: “Pode ser um sistema de qualificação das demandas da sociedade”. Em entrevista à Folha e ao UOL, Adams afirmou ter tomado providências depois da deflagração da Operação Porto Seguro -na qual a Polícia Federal apontou um esquema de tráfico de influência para produção de pareceres no interior da própria AGU (Advocacia-Geral da União).
Indagado se essas medidas seriam suficientes para barrar a promiscuidade dentro da AGU, o ministro respondeu: “Evidente que não. Não posso achar que uma norma vai resolver todo o problema do ponto de vista desse tipo de influência”. Para o ministro, o problema não está em receber pessoas interessadas na elaboração dos pareceres, que entregam memoriais sobre o tema: “O problema é você, como servidor, usar a sua função para promover o interesse particular. Aí é diferente”.
Conselho rejeita recurso de Chalita e mantém investigação
O Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo negou por unanimidade os recursos do deputado federal e ex-secretário da Educação Gabriel Chalita (PMDB-SP) para que fossem arquivados dois inquéritos abertos contra ele pela Promotoria do Patrimônio Público e Social. Uma das investigações trata da suposta entrega de presentes a Chalita pelo COC (grupo do setor educacional).
Segundo a acusação do analista de sistemas Roberto Grobman, que diz ter sido assessor do ex-secretário, Chalita ganhou uma TV de plasma, sete computadores, dois smartphones e outros aparelhos eletrônicos do então dono da empresa. A outra apuração analisada pelo conselho visa verificar se Chalita teve envolvimento em irregularidades no contrato para a compra de antenas parabólicas pela FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), órgão do governo estadual.
Dilma diz que fará reforma agrária com terra de qualidade
Depois do título de presidente que menos desapropriou imóveis rurais para a reforma agrária nos últimos 20 anos, Dilma Rousseff prometeu ontem à Contag acelerar a distribuição de terra de qualidade no país. Ela disse que só promete o que pode cumprir.
“Eu vou acelerar a reforma agrária com terra de qualidade. Eu quero todo mundo cadastrado para ganhar terra”, anunciou Dilma no 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Nos dois primeiros anos de Dilma, 86 unidades foram destinadas a assentamentos, número que só supera os de Fernando Collor (1990-1992).
CORREIO BRAZILIENSE
O dia decisivo dos royalties
Um erro do governo considerado apenas uma formalidade acabou utilizado como manobra para, mais uma vez, adiar a análise dos vetos presidenciais à lei que redistribui os royalties do petróleo. Em uma edição extra do Diário Oficial da União, a presidente Dilma Rousseff modificou a justificativa de um veto do texto sancionado em novembro do ano passado. Com isso, a votação que estava marcada para a noite de ontem ficou para hoje, graças à pressão de parlamentares dos estados produtores. A nova data, porém, não impedirá que a batalha entre as bancadas contra e a favor da derrubada dos vetos chegue novamente à Justiça.
A falha foi identificada pelo próprio Senado no início da semana, quando a Mesa Diretora confeccionou as cédulas da votação marcada para começar às 19h de ontem. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) recebeu a informação e o Planalto decidiu corrigir para evitar questionamentos futuros, mesmo considerando se tratar apenas de uma formalidade. No texto publicado no Diário Oficial de 30 de novembro, a presidente Dilma Rousseff vetou integralmente o artigo 4º da Lei dos Royalties, que tem dois incisos. Entretanto, o detalhamento explícito só aparece no primeiro deles.
Orçamento segue na fila
Em meio ao cabo de guerra dos royalties do petróleo, a votação do Orçamento 2013 acabou adiada mais uma vez. A previsão era de que a matéria fosse analisada após o veto que divide estados produtores e não produtores do pré-sal. Embora fosse possível votar o Orçamento antes, o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL), preferiu deixar a discussão para hoje. O atraso — a proposta referente aos gastos deveria ter sido votada no ano passado — não preocupa o Palácio do Planalto, que garantiu R$ 42,5 bilhões em investimentos por meio de medida provisória.
Depois de decidir adiar a votação dos vetos, Calheiros abriu rapidamente a sessão de ontem, em que seria analisado o Orçamento, apenas para ler a reedição do texto dos royalties. A avaliação é de que se fosse prolongada a reunião para a votação da peça orçamentária, os parlamentares dos estados produtores aproveitariam o espaço para fazer pressão pela manutenção do veto, o que desgastaria ainda mais o Congresso. Independentemente do pré-sal, os parlamentares não pareciam se preocupar com o Orçamento. O assunto foi esquecido ontem.
Para agilizar obras, PAC terá novas regras
Com a presença do governador de Pernambuco, o cada vez mais presidenciável Eduardo Campos, e de outros governadores e prefeitos de capitais, a presidente Dilma Rousseff anuncia hoje a liberação de aproximadamente R$ 35 bilhões para obras de saneamento e mobilidade urbana. A medida, prometida durante o encontro com prefeitos em janeiro, responde a uma das principais queixas feitas por Eduardo e pela oposição: a redução no nível de investimentos, que provocou a estagnação da economia em 2012.
Campos chegou ontem à noite em Brasília. A justificativa oficial para sua presença é que os novos recursos vão beneficiar estados e municípios, especialmente os mais carentes. Mas o governador de Pernambuco também não quis deixar seu correligionário, o governador do Ceará, Cid Gomes, aparecer sozinho mais uma vez ao lado da presidente Dilma. Nas últimas semanas, Cid e o irmão Ciro Gomes repetiram que o presidente do PSB não tem condições de ser candidato ao Planalto no ano que vem e participaram de solenidades ao lado de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Criação de pasta adiada
Por conta de uma manobra do governo para acelerar a votação do projeto de lei que cria a Secretaria de Micro e Pequena e Empresa, oposição e minoria criaram dificuldades e conseguiram adiar para amanhã a apreciação da proposta. O Palácio do Planalto tem pressa em aprovar a matéria porque dela depende a reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff planeja fazer para acomodar o PSD na Esplanada dos Ministérios.
Após conversa com o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), a base aliada reuniu assinaturas suficientes para levar a discussão direto para o plenário, pulando a discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Acordo semelhante levou diretamente ao plenário apreciação da autorização ao Paraná para contrair empréstimo de R$ 350 milhões com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).
Reforma ministerial mobiliza PMDB
O PMDB segue de olho no Ministério dos Transportes, mas pode aceitar uma mudança de planos após os afagos e a demonstração de carinho recebidas da presidente Dilma Rousseff na convenção peemedebista realizada no último sábado, em Brasília. Pelo novo xadrez ministerial, o presidente do PMDB mineiro, deputado Antônio Andrade, seria indicado para o Ministério da Agricultura. O atual titular da pasta, Mendes Ribeiro, seria transferido para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). E Moreira Franco seria promovido à Secretaria Nacional de Aviação Civil.
O novo cenário serviria para atender de uma vez duas filiais importantes do PMDB — a ala mineira e a ala fluminense. Antônio Andrade é presidente estadual e disputa o cargo com o deputado Leonardo Quintão (MG). Por dois dias seguidos da semana passada, Quintão esteve no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo apoio para uma possível indicação ministerial. Segundo relato de pessoas próximas a ambos, ouviu a seguinte pergunta: “Indicação para onde?”.
Barbosa se irrita com repórter
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, destratou ontem um jornalista que cobre as atividades diárias da Corte. Irritado, o ministro mandou o repórter “chafurdar no lixo” e o chamou de “palhaço”. O ato de destempero do comandante do Poder Judiciário brasileiro aconteceu logo após o término da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
[…]
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Comunicação Social da Suprema Corte pediu desculpas aos profissionais envolvidos no episódio e atribuiu à longa jornada de trabalho do ministro a embaraçosa situação. “Após uma longa sessão do Conselho Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter. Trata-se de episódio isolado e que não condiz com o histórico de relacionamento do ministro com a imprensa”, destaca o texto.
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