FOLHA DE S.PAULO
Megadoador desequilibra campanha, aponta estudo
A concentração do financiamento eleitoral brasileiro em poucas empresas é ainda maior do que a desigualdade de renda do país, segundo relatório da ONG Transparência Brasil, voltada ao combate à corrupção.
Para medir o desequilíbrio entre as empresas doadoras, o relatório adaptou o índice de Gini, que mede a concentração de renda por meio de uma escala que vai de 0, igualdade completa, a 1 (ou 100%, como usado nesse estudo), desigualdade máxima.
Na campanha presidencial à Presidência de 2010, por exemplo, o índice Gini foi de 84,7%, quando as 36 maiores doadoras (de um total de 712) doaram 61,9% do total.
Ou seja, do total de R$ 647,9 milhões doados para os candidatos a presidente, R$ 401,3 milhões vieram das principais doadoras, “grau de concentração verdadeiramente brutal”, segundo o relatório, assinado pelo diretor-executivo da ONG, Cláudio Weber Abramo.
Essa desigualdade se repete em quase todas as disputas. Na campanha de 2012 para vereador em São Paulo, por exemplo, o índice de Gini ficou em 81,2%, o maior entre as capitais do país.
Em números, significa que as 78 maiores doadoras (de um total de 1.106 empresas) representam 65,6% do total.
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Para comparação, o índice de Gini do Brasil, um dos países com pior distribuição de renda, chega a 54,7%.
Sempre de acordo com o estudo, essa desigualdade faz com que, para as empresas que doam quantias relativamente baixas –a grande maioria–, “o investimento eleitoral é um mau negócio”.
“Como [os vencedores] sempre deverão mais às grandes contribuidoras de campanha do que às situadas mais abaixo, o retorno do investimento’ esperado pelas grandes será sempre maior do que o esperado pelas demais”, escreve Abramo.
Fim de aliança: PT do Rio manda filiados deixarem governo Cabral até a próxima sexta
Depois de sete anos, PT e PMDB romperam ontem a aliança que mantinham desde a eleição do governador Sérgio Cabral, em 2006. Por determinação do diretório regional petista, todos os seus filiados com cargo no governo devem pedir demissão até a sexta.
A decisão foi anunciada pelo presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, após encontro com Cabral. Segundo ele, a estimativa é que haja “no máximo” 400 filiados ao PT na administração. Há duas semanas, em reunião do diretório, o petista disse que eram cerca de 700.
Entre elas estão dois secretários, Carlos Minc (Meio Ambiente) e Zaqueu Teixeira (Assistência Social e Direitos Humanos). No sábado, Cabral avisou a Quaquá, por e-mail, que dispensaria os dois no fim do mês.
PSB negocia candidatura de procurador
A articulação da dupla Eduardo Campos e Marina Silva para lançar nos Estados candidatos não vinculados ao mundo político caminha para um novo capítulo.
Após acertarem com a ex-corregedora Nacional de Justiça Eliana Calmon sua candidatura ao Senado pela Bahia, PSB e Rede estão em negociações finais para anunciar o procurador da República Mário Lúcio de Avelar ao governo do Tocantins.
Lotado há três anos no Ministério Público de Goiás, Avelar passou pelas procuradorias do Distrito Federal, Mato Grosso e Tocantins e atuou em alguns dos casos de corrupção mais rumorosos do país nos últimos anos.
Entre eles o de Waldomiro Diniz (assessor da Casa Civil da Presidência que apareceu em vídeo cobrando propina da contravenção), em 2004, dos Sanguessugas (desvio de verbas federais da saúde), em 2006, e dos Aloprados (tentativa de compra por petistas de dossiê contra tucanos), também em 2006.
Chanceler nega que governo tenha pago jantar de comitiva em Lisboa
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, disse ontem que “cada um pagou o seu” no restaurante em Lisboa, negando que a comitiva tenha jantado num estabelecimento caro às custas do governo.
“Fomos a um restaurante, e cada um pagou o seu, como ocorre em todas as viagens da presidente. Cada um paga o seu, e ela paga o dela”, disse.
Dilma fez uma escala em Portugal quando voltava da viagem à Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, antes de chegar a Cuba no domingo.
Sem compromissos oficiais em Lisboa, ela jantou no Eleven, um dos três restaurantes da cidade com uma estrela no guia “Michelin”, e ficou hospedada no Ritz Four Seasons, um dos mais caros da capital.
Uma parte da comitiva ficou no Tívoli e a outra, no Ritz –cujas diárias vão de € 360 (R$ 1.188) pelo quarto comum a € 8.265 (cerca de R$ 27 mil) pela suíte presidencial.
Alstom deixa de usar consultores em seus contratos
Para especialistas, a decisão visa evitar multas nos EUA. Em meio a acusações de que usou consultores de vendas para intermediar pagamento de propinas a políticos e funcionários públicos no Brasil, a Alstom anunciou internacionalmente que deixará de contratar consultorias para atividades comerciais.
Em nota divulgada no último dia 17, a multinacional francesa afirmou que a medida faz parte de um esforço para reduzir os riscos de violação de seu código de ética.
“A Alstom se compromete a conduzir seus negócios de forma responsável e a se esforçar para alcançar os mais elevados padrões éticos”, afirma o texto em inglês.
A divisão brasileira da empresa, investigada desde 2008 por suspeitas de suborno em negócios envolvendo os setores de trens e de energia, não reproduziu o comunicado em seu site.
Brasil vai investir mais R$ 701 mi em novo porto cubano
A presidente Dilma anunciou, em Havana, um novo investimento de R$ 701 milhões no porto de Mariel
EUA e Reino Unido rastreiam dados em aplicativo de celular
Os dados sujeitos a coleta incluem localização, gênero e idade de usuários
Marcas de Santa Maria
Silhuetas desenhadas com tinta branca no asfalto diante da boate Kiss marcam o 1º ano do incêndio que provocou a morte de 242 pessoas
Secretário defende PMs que balearam manifestante
Segundo o governo, o jovem tinha estilete e material explosivo
Com emergentes em crise, Bolsas recuam e real se desvaloriza
Homicídios caem, e roubos crescem em São Paulo em 2013
Redução no número de assassinatos reverte tendência do ano anterior
O ESTADO DE S.PAULO
Governo português contradiz versão oficial sobre visita de Dilma a Lisboa
Autoridades do país europeu e restaurante que recebeu comitiva já estavam avisados sobre a chegada da presidente brasileira desde quinta-feira; ministros argumentaram que a ‘parada técnica’ foi decidida na última hora
Tratada como segredo de Estado pelo Palácio do Planalto, a passagem da presidente Dilma Rousseff por Portugal já estava confirmada e foi comunicada ao governo local na quinta-feira, o que contradiz o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, segundo quem a decisão de parar em Lisboa só foi tomada “no dia da partida” da Suíça, no sábado passado.
Dilma ficou na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, de quinta-feira a sábado. Seu destino seguinte, segundo a agenda oficial, seria Cuba, onde está nesta terça-feira. A presidente e sua comitiva, porém, desembarcaram em Lisboa, onde passaram o sábado e a manhã de domingo. Jantaram em um dos restaurantes mais badalados da cidade e se hospedaram nos hotéis Ritz e Tivoli – 45 quartos foram usados. Nada foi divulgado à imprensa.
Após o Estado revelar o paradeiro de Dilma no sábado, o Palácio do Planalto afirmou que se tratava de uma “parada técnica” não prevista. A versão foi dada primeiro pela ministra Helena Chagas (Comunicação Social), no fim de semana, e reiterada nesta segunda-feira por Figueiredo, em Havana.
‘Foi mais barato do que jantar num restaurante do Rio ou de São Paulo’
Por e-mail, um dos sócios do badalado restaurante Eleven, o chef alemão Joachim Koerper, falou sobre o jantar da presidente Dilma Rousseff e sua comitiva no sábado, em Lisboa. Ele diz ter dado os vinhos servidos à mesa e garante que a conta ‘foi mais barata’ do que se os clientes tivessem comido no Rio ou em São Paulo.
Como foi o contato com o governo brasileiro?
O contato foi através da embaixada do Brasil. Eu fui contatado na quinta-feira.
Qual o menu servido?
A presidente quis algo português. Servi um peixe típico chamado cavala, servi defumado. Ela comeu também uma pequenina porção de robalo e fiz questão de que ela provasse porco preto alentejano. Não comeu sobremesa, preferiu queijo português.
Antes de Dilma, quais outras autoridades estrangeiras já haviam prestigiado o Eleven?
Recebi algumas autoridades como o antigo presidente Nicolas Sarkozy, o também antigo primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. Ao longo de minha carreira já cozinhei para príncipe Alberto de Mônaco, a princesa Caroline de Mônaco e tantas outras personalidades. Gostaria de fazer um adendo acerca do que foi divulgado de que seríamos um dos restaurantes mais caros de Lisboa. Temos menus que custam de 32 a 89.
Ato cobra julgamento de réus da Chacina de Unaí
O assassinato de quatro servidores do Ministério do Trabalho numa emboscada em Unaí (MG) faz 10 anos hoje sem previsão de julgamento da maioria dos acusados. Dos oito réus, só três pistoleiros foram condenados. O julgamento dos acusados de serem os mandantes do crime, os irmãos Antério e Norberto Mânica, depende de análise de recurso pelo STF. Norberto quer transferir o processo de Belo Horizonte para Unaí, onde Antério foi prefeito. Hoje, haverá ato em Brasília contra a transferência do julgamento.
CORREIO BRAZILIENSE
Eleições: Roriz e Arruda fazem acordo contra o PT
Os dois políticos do Distrito Federal almoçaram com o governador de Goiás no sábado passado para unir os projetos eleitorais de 2014 numa só chapa. Os ex-governadores do Distrito Federal Joaquim Roriz (PRTB) e José Roberto Arruda (PR) se encontraram no último sábado com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), para tratar da formação de uma chapa unindo os dois caciques do DF. Eles também debateram estratégias para mobilizar os eleitores da região do Entorno. Apesar de não terem fechado nomes para a disputa majoritária, Roriz e Arruda reafirmaram que estarão juntos na disputa de outubro.
A reunião foi realizada em Goiânia, na residência de Perillo, que será candidato a reeleição. Os ex-governadores do DF e o atual chefe do Palácio das Esmeraldas analisaram o cenário político goiano e também o da capital federal. Acertaram que vão caminhar juntos este ano. “O Marconi tem muita uma força política no Entorno, assim como Roriz e Arruda. É uma região estratégica e os três têm uma aliança histórica, que certamente se repetirá em 2014”, explica um aliado.
Depois de anos de rusgas, Arruda e Roriz se acertaram no fim de 2013 e prometeram caminhar juntos, apesar dos riscos de uma impugnação de candidatura. “Reiteramos nosso acordo para que o Arruda me apoie e, caso eu não seja candidato, para que eu o apoie”, disse o ex-governador Joaquim Roriz a interlocutores.
Arruda veio a Brasília para participar de uma audiência judicial, realizada ontem de manhã, e aproveitou para fazer reuniões políticas. Além do encontro com Roriz e Marconi no fim de semana, o ex-governador almoçou ontem com o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM). Mais uma vez, aproveitou para debater a formação de uma aliança de oposição ao governador Agnelo Queiroz (PT).
Protestos desafiam Planalto
Criados há mais de três anos para cobrar das autoridades públicas mais investimentos e políticas voltadas à melhoria de vida da população, os 12 comitês populares contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil espalhados pelas cidades sedes do evento, que ajudaram a impulsionar inicialmente as ruas do país em junho do ano passado, não conseguiram mobilizar mais do que 5 mil pessoas no último fim de semana. Em Brasília, por exemplo, foram menos de 100 participantes marchando pela W3. Apesar da baixa adesão neste começo de ano, os protestos preocupam novamente o governo brasileiro principalmente pela violência registrada em São Paulo, que teve pessoas feridas e carros incendiados. O Planalto teme a má repercussão das cobranças da sociedade, principalmente às vésperas da eleição presidencial, principalmente por conta da grande mobilização desses grupos nas redes sociais.
Diferentemente do público dos rolezinhos, composto basicamente por adolescentes da periferia que buscam espaço para diversão, os líderes dos manifestantes são moradores ou profissionais atingidos por políticas da Copa e estudantes com nível superior. Muitos se inspiram em manifestações recentes feitas pelo mundo, como a Primavera Árabe e os protestos contra o encontro da Organização do Comércio em Seattle (EUA), e se comunicam pela internet. Para tentar ganhar corpo e buscar apoio, mantêm diálogo com movimentos mais tradicionais, como os sem terra, indígenas, quilombolas e atingidos por barragens.
“Não são marginais ou baderneiros. É uma articulação nacional preocupada com os gastos públicos e o impacto social da Copa”, avalia o sociólogo e cientista político Rudá Ricci. Segundo ele, os políticos tiveram chance de se reunir para conversar com os integrantes do movimento, mas não o fizeram. “Tenho a impressão de que o medo do governo de que as manifestações quebrem a normalidade do processo eleitoral levem ao confronto. O Planalto está desesperado com essa ameaça no meio da uma disputa eleitoral”, afirma. Segundo ele, cerca de 12 mil famílias tiveram de deixar as suas casas para a execução de projetos da Copa.
A participação de black blocs nos atos não é vista com maus olhos pelos organizados das passeatas. Apesar de não integrarem os comitês contra o evento, os adeptos do uso da violência durante os protestos são tidos como “os que reagem contra a violência policial”. Para o integrante do comitê anticopa de Belo Horizonte Rafael Bittencourt, 26 anos, formado em sociologia, há “focos de violência” nas passeatas, mas isso não impede militantes pacíficos de protestar. “Parte dessa violência é uma resposta à repressão policial. O governo brasileiro teve tempo suficiente para contornar os impactos negativos do evento. Como não fizeram, existe um grande apelo negativo (por parte da população). Isso pode culminar em grandes manifestações que podem impedir o megaevento”, acredita.
Dilma comemora na ilha de Fidel
Ao cortar ontem uma fita com as cores de Cuba nas novas instalações do Porto de Mariel, a presidente Dilma Rousseff anunciou um novo financiamento do governo brasileiro, de US$ 290 milhões, para a segunda fase de obras de modernização do terminal, a 50 quilômetros de Havana, a capital do país. O governo cubano já recebeu US$ 682 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pagos à Odebrecht, responsável pela obra.
Os ditadores da ilha caribenha, Fidel e Raul Castro — o presidente —, apostam que o projeto impulsionará os negócios do país, submetido a restrições ao comércio e investimentos por parte dos Estados Unidos. Mas, para empresários e especialistas brasileiros, o investimento em Cuba contrasta com a carência de recursos que se enfrenta aqui para melhorar a infraestrutura em todas as áreas.
“Mesmo submetido a injusto embargo econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe”, disse Dilma ontem. “O Brasil deseja ser um aliado econômico de primeira ordem para Cuba e uma maneira de fazer isso é aumentar as relações bilaterais de comércio”, afirmou a presidente, que participa de um encontro de chefes de Estado latino-americanos no país. A primeira fase da modernização de Mariel custou US$ 957 milhões, dos quais US$ 802 milhões foram investidos na compra de bens e serviços brasileiros.
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