O ESTADO DE S.PAULO
Gabrielli: ‘Dilma não pode fugir à responsabilidade’
Presidente da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, José Sergio Gabrielli admitiu em entrevista ao Estado sua parcela de responsabilidade no polêmico negócio, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi “omisso” ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, “não pode fugir da responsabilidade dela”.
Gabrielli defende a compra da refinaria conforme as circunstâncias da época e alfineta sua sucessora, Graça Foster, ao afirmar que a Petrobras não foi construída nos dois anos de gestão da atual presidente da estatal. De acordo com ele, a queda do preço das ações da estatal não se deve a Pasadena, mas à conjuntura externa, afetada pela crise financeira global de 2008, e à política do governo de manutenção artificial dos preços da gasolina no Brasil abaixo do mercado internacional. Política que, segundo Gabrielli, está contaminada pela disputa eleitoral.
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Veja aqui a íntegra da entrevista
Transpetro é investigada
O Ministério Público Federal apura supostas fraudes em licitação internacional da subsidiária, em Araçatuba (SP), no valor de US$ 239 milhões.
Pré-campanha do Psol gasta R$ 60 mil
Ao contrário do adversário do PV, o futuro candidato do Psol à Presidência da República, Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, já roda o país neste período de pré-campanha. Segundo dirigentes partidários, foram gastos até agora R$ 60 mil, principalmente em passagens, hospedagens em hotéis modestos (no máximo três estrelas) e organização de eventos.
Com o discurso da ética na política como uma de suas bandeiras, Randolfe garante, por exemplo, não ter usado nenhuma vez a cota de passagens aéreas a que tem direito no Senado para se deslocar em agendas partidárias.
Pastor afirma que não vai pautar eleição com temas polêmicos
Pré-candidato do PSC à Presidência, Everaldo Dias Pereira diz que só vai ‘dizer o que pensa’ se provocado pela imprensa
Quando integrou, como subsecretário da Casa Civil do Rio, o governo Anthony Garotinho (1999-2002), o pastor da Assembleia de Deus Everaldo Dias Pereira circulou com facilidade junto ao PDT, PSB e PT. Na época, pilotava, via igrejas evangélicas, o programa Cheque Cidadão, que distribuía vales-compra a famílias pobres em uma gestão acusada de populista. Mais de uma década depois, o religioso, empresário e vice-presidente nacional do PSC mudou. Tentará a Presidência da República com as bandeiras da privatização e da defesa da família tradicional. Também ataca as propostas de legalização do aborto e das drogas.
O pré-candidato pelo PSC assegura: vencerá a eleição presidencial de outubro próximo. “Defendo o Estado necessário, (quero) acabar com os cabides de emprego, ter foco em segurança pública, saúde e educação. Se isso é ser liberal, sou liberal”, discursa, ao falar por telefone, de Campina Grande (PB). De lá, partiria para o Paraná, na maratona de viagens que empreende toda semana, há alguns anos. “Vamos voltar a crescer com ordem e progresso.”
FOLHA DE S.PAULO
Dívida com a União cresce mais em cidades da Copa
Às vésperas da Copa do Mundo, o torneio apresenta mais uma conta: as cidades que receberão os jogos se endividaram em ritmo bem superior ao de capitais que ficaram fora do evento.
Levantamento da Folha em dados do Banco Central aponta que, em dois anos, as dívidas das 12 sedes do Mundial com o Tesouro Nacional ou bancos públicos cresceram, em média, 51%.
Nas capitais sem Copa, no mesmo período, a taxa cresceu 20%. Dos municípios com jogos, apenas um –Salvador– conseguiu baixar sua dívida com o governo federal no período. Nas demais capitais, quatro reduziram.
No período pré-Copa, os municípios investiram, sobretudo, em projetos de transporte desengavetados com o pretexto do Mundial.
O governo federal estima os custos dessas obras em aproximadamente R$ 8 bilhões –valor equivalente ao que foi gasto na construção e na reforma dos 12 estádios.
A construção das arenas ficou majoritariamente com os governos estaduais. Já na área de mobilidade urbana, a maior parte dos gastos é financiada com recursos do governo federal.
Doleiro preso vendia pastéis em aeroporto
Numa conversa telefônica captada pela Polícia Federal, o doleiro Alberto Youssef resume a montanha-russa que é a sua vida: “Meu amigo, eu tinha US$ 150 milhões na conta. Eu quebrei, fiquei com US$ 20 [milhões] negativo. Paguei todo mundo”, conta, logo após elogiar a própria ética: “Aqui não tem safado, aqui tem pai de família, gente séria mesmo”.
Youssef sabe o que é conviver com polaridades do tipo “milionário x quebrado” ou “gente séria x safado”.
O seu primeiro trabalho foi vender pastel quando tinha cerca de 9 anos, no aeroporto de Londrina, no norte do Paraná, onde foi criado.
Aos 17, já havia aprendido a pilotar monomotores, segundo seus amigos, e ingressou no ramo que o pai e uma irmã já atuavam: o contrabando de produtos eletrônicos do Paraguai. Foi por meio de outra irmã, dona de uma casa de câmbio do lado paraguaio, que ele aprendeu o ofício de doleiro.
Ela confiou a ele, nos anos 1990, uma casa de câmbio de Londrina que atuava no mercado paralelo.
Aos 47 anos, Youssef tem uma folha corrida que já conta com oito prisões: cinco da época em que era contrabandista, duas no início dos anos 2000 por atuar como doleiro e, finalmente, uma no último dia 17 de março, quando foi apanhado pela Operação Lava Jato, da PF, sob a acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões.
Polícia quer investigar firmas da família de ex-diretor da Petrobras
A Polícia Federal planeja fazer uma devassa nos negócios da família de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras indiciado sob suspeita de ter participado do esquema de lavagem de dinheiro comandado por doleiros. Há suspeitas de que ele abriu empresas em nome da mulher e das duas filhas para firmar contratos.
Relatório da PF indica que Costa movimentou, numa única conta, R$ 3 milhões em quatro meses. Um terço desse montante se refere à transferência de um sócio do genro de Costa numa empresa que contratou com a Petrobras.
“Não temos o menor receio de devassa ou fiscalização nas empresas da família. Está tudo legal”, afirmou à Folha o advogado de Costa, Fernando Fernandes.
A PF passou a investigar empresas e movimentação financeira do ex-diretor da Petrobras e da família dele depois que as filhas e os genros de Costa foram filmados dentro do elevador carregando documentos do escritório do ex-diretor da Petrobras.
Desde que assumi as contas do PT, nunca fui à Petrobras
Responsável pela contas do PT desde 2010, João Vaccari Neto é conhecido dentro e fora do partido pela discrição. Diz que “tesoureiro famoso não dá certo”, afirma que não frequenta empresas públicas para evitar “confusão” e nega qualquer relação entre o partido e a Petrobras. Confira partes da entrevista.
Folha – Desde 2005, quando estourou o mensalão, a tesouraria do PT é área delicada. O que mudou?
Propus mandato de pouca publicidade. Os problemas que tínhamos eram gigantescos. Tesoureiro famoso não dá certo, tem que atuar com discrição e firmeza.
Delúbio errou?
Nunca fizemos qualquer avaliação do ponto de vista da gestão do Delúbio. Acho que ele fez um mandato à luz do seu tempo.
O senhor é procurado por muitos empresários?
Queria que tivesse fila [de empresários], mas não tem. O relacionamento com o empresário é político, para convencê-lo a fazer doações. Ninguém faz fila para doar dinheiro; tem fila de credor [risos].
Em 2014, o cenário é diferente do de 2010. A Petrobras está no meio de uma crise, e há outros fatores. Será mais difícil arrecadar?
Isso é difícil de falar. O ambiente é mais tenso, mas há também uma diferença entre o que se diz e o que, de fato, acontece. Tudo isso gera um conflito e uma desconfiança que dificulta o trabalho de todo mundo, não só o meu.
José Sérgio Gabrielli de Azevedo – Pasadena: mitos e verdades
A aquisição de Pasadena foi aprovada porque era vantajosa. Empresários do conselho que não pertenciam ao governo foram favoráveis
Pasadena foi um bom negócio? A resposta é sim para o momento da compra, mas não teria sido sob o cenário entre 2008 e 2012.
Nos últimos dois anos, as condições do mercado de petróleo, sobretudo nos Estados Unidos, voltaram a se inverter, com a crescente valorização dos ativos.
A refinaria está em operação todos esses anos e, devido à disponibilidade de petróleo leve e barato no Texas, como efeito do shale gas [gás de xisto], ela é lucrativa, ainda que a Petrobras não tenha realizado os investimentos para capacitá-la a processar petróleo pesado.
Irresponsavelmente, a oposição distorce fatos e dados sobre sua aquisição, criando uma narrativa que desinforma a população, prejudica a imagem da Petrobras e atenta na depreciação de seu valor de mercado.
Mais conhecido como Freddie, Mercadante dá ‘a real’ a Dilma
“Freddie Mercury está com a presidente Dilma há horas”, exclama um assessor, fazendo galhofa com o volumoso bigode do chefe.
O dono da marca registrada é Aloizio Mercadante, petista que jamais integrou o ministério nos tempos de Lula e já está na sua terceira e mais importante pasta do governo dilmista: a Casa Civil.
Na gerência do Executivo, mudou o estilo da “cozinha do Planalto”. Enxugou as reuniões técnicas, passou a cuidar dos assuntos mais gerais e começou a apitar na estratégia política do governo, função da qual sua antecessora no cargo, Gleisi Hoffmann, se mantinha alheia.
Os encontros com a equipe não costumam mais passar de duas horas, e isso se o assunto for muito delicado.
Prefere despachar diretamente com ministros e pede sigilo de tudo. Sabe que vazamentos de informação irritam a presidente. Tanto que segue à risca a ordem de não falar com a imprensa, a não ser com aval superior.
PMs da Bahia fazem ‘operação tartaruga’ após prisão de líder
Após passar a madrugada de ontem recolhidos em quartéis, em protesto contra a prisão de Marco Prisco, vereador em Salvador pelo PSDB e líder da greve realizada nesta semana, os PMs baianos começaram a voltar às ruas no final da manhã.
Promoviam, contudo, uma “operação tartaruga”, atendendo apenas casos urgentes ou que envolvessem policiais.
“Vou cumprir as 12 horas do turno, mas sem registrar ocorrência. Viemos para a rua porque o comando ameaçou nos demitir”, disse um soldado que pediu anonimato.
A “greve branca” se fazia notar numa delegacia movimentada de Salvador. Até 15h nenhum PM havia aparecido para registrar ocorrência.
O comandante da PM baiana, Alfredo Castro, confirmou à Folha que houve aquartelamento “em maior ou menor escala” pelo Estado.
Ele passou a madrugada articulando uma carta para tentar acalmar os ânimos.
O objetivo era mostrar que uma nova greve prejudicaria uma possível liberação de Prisco, e que a prisão foi motivada por questões da greve anterior da PM, de 2012, que o vereador também liderou.
Padilha levará falta d’água em São Paulo a propaganda na TV
A crise de abastecimento de água em São Paulo será o tema central da propaganda que o PT levará à TV a partir de quarta-feira na tentativa de desgastar o governo de Geraldo Alckmin (PSDB).
Sem citar nominalmente o tucano, o pré-candidato petista na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, Alexandre Padilha, dirá que o governo paulista sabia “há dez anos” da possibilidade de racionamento no setor hídrico, mas que “nada fez” para resolver os possíveis problemas.
As três peças, de 30 segundos cada, trazem imagens de Padilha na represa Billings, um dos maiores reservatórios de água da região metropolitana da capital, e também no Cantareira, que hoje opera com cerca de 12% de sua capacidade, um dos pontos de situação mais crítica do Estado.
A propaganda petista faz parte das inserções partidárias regulamentadas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em São Paulo e vão ao ar por quatro dias alternados até o próximo dia 30.
O GLOBO
Brasil vai financiar superporto no Uruguai
O Brasil está em vias de entrar em uma polêmica no Mercosul ao apoiar um superporto no Uruguai que poderá roubar cargas dos terminais brasileiros. O apoio brasileiro, repetindo um financiamento a Cuba, deve ser forte: cerca de US$ 1 bilhão do BNDES, recursos do Orçamento, via Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), e conhecimento técnico, segundo fontes que acompanham a negociação. As conversas entre Brasil e Uruguai para a construção de um porto de águas profundas estão a pleno valor. Maior oferta de frequências marítimas, fretes mais baratos, tempo de deslocamento menor e, principalmente, possibilidade de alcance do mercado asiático pelo Estreito de Magalhães (na extremo sul do continente), em condições de concorrência com o Canal do Panamá, atraem o Brasil. Operadores portuários brasileiros, no entanto, temem uma concorrência com um porto mais moderno, mais capacitado e menos burocrático (e caro) que os nacionais, principalmente no Sul do Brasil.
Veja a íntegra da reportagem aqui
Eike diz que ‘é excelente que tudo seja esclarecido’
O empresário Eike Batista não está preocupado com a investigação anunciada na última quinta-feira pela Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro, para apurar crimes financeiros que ele teria cometido envolvendo a venda de ações da petroleira OGPar (ex-OGX), da qual é controlador. Em entrevista ao jornal americano “Wall Street Journal”, Eike disse que será “excelente que tudo seja esclarecido”.
Foi a primeira entrevista concedida a um veículo de imprensa desde que a petroleira entrou em recuperação judicial, em novembro de 2013. Desde que seu império começou a cair, o empresário tem evitado a mídia nacional.
— É excelente que tudo seja esclarecido. Estou muito calmo. Deixemos que eles investiguem — disse Eike em entrevista por telefone.
O empresário disse que a PF não entrou em contato com ele e negou ter feito qualquer coisa de errado. Ele admitiu ter vendido ações da ex-OGX no passado, mas salientou que sempre informou o mercado sobre essas transações.
— Todas as vendas foram declaradas. Tudo relacionado a minhas companhias de capital aberto sempre foi informado ao mercado — afirmou Eike.
Os três crimes investigados pela PF são manipulação de mercado, insider trading (uso de informação privilegiada) e lavagem de dinheiro. Somados, eles podem resultar em pena de até 23 anos de prisão. Na nota distribuída à imprensa semana passada, no entanto, a PF não cita o nome do empresário. Diz apenas que a investigação terá como alvo o “acionista controlador de uma empresa que atuou na área de petróleo”.
Desembargador diz que cabe ao STF decidir sobre prisão de líder da greve da PM na Bahia
Prisco foi preso com base em crimes que teria cometido durante greve de policiais em 2012. O pedido será analisado pela ministra Cármen Lúcia
O desembargador José Amilcar Machado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, decidiu neste sábado enviar para o Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de habeas corpus do líder da greve da PM da Bahia, o vereador Marco Prisco (PSDB). O pedido será analisado pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o desembargador, como Prisco foi preso com base na Lei de Segurança Nacional, só o STF pode deliberar sobre o pedido de relaxamento da prisão do policial. Um oficial de Justiça deve entregar ao STF o despacho do desembargador. Na noite deste sábado, foi feito o sorteio do habeas corpus. O escolhido foi o ministro Ricardo Lewandowski, que está fora do país. Dessa forma, o pedido foi repassado à ministra, pela ordem de ingresso na Corte.
Marco Prisco teve a prisão decretada pela Justiça Federal da Bahia a pedido do Ministério Público Federal. A ordem de prisão foi expedita na terça-feira, mas só foi cumprida ontem, depois do acordo que pôs fim à greve de dois dias de policias militares na Bahia. Prisco foi preso com base em crimes que teria cometido durante a ruidosa greve de policiais em 2012, quando teria tentado expandir os protestos para as corporações policiais de todos os estados.
Doleiro tinha ‘delivery’ de dinheiro, diz revista ‘Veja’
O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, mantinha um serviço de entrega de dinheiro vivo a seus clientes. É isso que aponta reportagem publicada neste fim de semana pela revista “Veja”. A publicação teve acesso a escutas feitas pela Polícia Federal e registrou conversas sucessivas entre o doleiro, identificado como “Primo”, e um interlocutor frequente — possivelmente um de seus clientes — conhecido pela sigla “L.A”. Em mensagens trocadas em setembro passado, “L.A.” cobrou de Youssef um pagamento.
— E aí? — perguntou “L.A”.
— Meninos foram para o banco agora. Vamos ver o que conseguimos sacar e vamos para aí — respondeu o doleiro.
Segundo a revista, no dia seguinte “L.A.” ligou novamente, e Youssef pediu a confirmação do endereço de entrega. Seu interlocutor respondeu então fornecendo um endereço completo. Horas depois, o doleiro escreveu: “Já chegou. Desembarcando. A caminho”. O endereço da entrega da encomenda é, segundo a “Veja”, o do apartamento funcional onde mora o deputado baiano Luiz Argôlo, que recentemente trocou o PP pelo Solidariedade.
O deputado nega ser “L.A.” e diz à revista que tudo não passa de uma ilação. Segundo “Veja”, no entanto, há outros fatos que ligam o deputado a Youssef. O doleiro teria transferido R$ 120 mil a Vanilton Bezerra, chefe de gabinete de Argôlo. Mas Bezerra nega essas transações.
CORREIO BRAZILIENSE
Ética – Corruptos na cadeia: ideal ainda distante
Apesar de ter aumentado em 40% no período de um ano, o número de presos acusados de corrupção ativa e passiva, eles representam apenas 0,1% da população carcerária. O Conselho Nacional de Justiça faz campanha para acelerar a tramitação de ações penais nos tribunais.
Anões do Orçamento, mensalão, lava-jato, sanguessuga, máfia dos carteis, entre tantos escândalos de desvio do dinheiro público para bolsos privados, fazem parte da história política recente do Brasil. Tão enraizada quanto a prática desse tipo de delito no país, a impunidade dos autores começa, ainda que timidamente, a cair. O número de presos por corrupção ativa e passiva, que se mantinha estável, subiu 40% no período de um ano, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Passou de 697, em junho de 2012, para 977 detentos, em junho de 2013 — base oficial mais recente. Em termos absolutos, entretanto, os menos de mil presos em todo o sistema penitenciário brasileiro representam apenas 0,1% da população prisional atual.
Para especialistas, o aumento no número de condenações por corrupção tem duas explicações. A mais objetiva delas é a cobrança permanente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que os tribunais agilizem ações penais relacionadas a crimes contra a administração pública, entre eles a corrupção. O outro motivo seria a própria percepção da sociedade. “A gravidade desse tipo de delito se tornou mais visível. E isso leva a pressões. A decisão do CNJ de estipular meta para o julgamento desses processos, especificamente, deve ser entendida como uma resposta do Poder Judiciário, já que o tema se tornou sensível para a população”, explica o juiz Marlon Reis, um dos fundadores do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
Na força-tarefa empreendida pelo CNJ, a meta era zerar, no final de 2013, o estoque de 3.990 ações penais de crimes contra a administração pública iniciadas até 2011. Magistrados de todas as instâncias — exceto os do Supremo Tribunal Federal, que não se submetem à regra — conseguiram dar sentença em 90,5% do total de casos. Não há dados sobre a quantidade de processos, iniciados de 2012 em diante, atualmente por julgar. De qualquer forma, o CNJ continua exigindo celeridade das comarcas. “Antes da meta, os juízes eram cobrados por números gerais. E como esses processos são mais complexos tecnicamente, eles acabavam se acumulando. Dava-se prioridade para outros”, explica Marlon.
Imposto de Renda – as vantagens e os riscos de demorar a fazer a declaração
A 10 dias do prazo, menos da metade dos contribuintes acertou contas com o Leão. Quem entrega por último demora a receber a devolução, mas a correção é maior. Faltando 10 dias para o fim do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda (IR), 16 milhões de brasileiros ainda não prestaram contas ao Leão. Dados da Receita Federal mostram que, até a última quinta-feira, somente 11,4 milhões dos 27 milhões de contribuintes haviam enviado os formulários. Para aqueles que têm restituições a receber, pode ser um bom negócio deixar o acerto com o Fisco para a última hora.
Como, tradicionalmente, a Receita empurra essas pessoas para o fim da fila, durante as devoluções, os tributos serão corrigidos pela taxa básica de juros (Selic), que está em 11% ao ano e pode subir um pouquinho mais, a 11,25%, em maio. Não há hoje, no mercado, nenhuma aplicação financeira que dê esse tipo de retorno. A tradicional caderneta de poupança, por exemplo, paga 6,17% ao ano. Os fundos de renda fixa têm rendido, em média, 7% anuais.
Mas, como tudo tem o outro lado, é importante ficar atento. Ao deixar a entrega do IR para a última hora, os riscos de erros no acerto de contas com o Leão aumentam muito. E mais: aqueles que têm imposto a pagar terão as parcelas corrigidas pela Selic. “Por isso, é sempre bom ponderar todas as possibilidades para que, ao fim do processo, não se saia no prejuízo”, diz o consultor Antonio Teixeira, da IOB Folhamatic. Outra ressalva: muita gente costuma antecipar as restituições com os bancos. Os juros médios dessas operações estão em 3% ao mês ou 42,5% ao ano. Quer dizer: quanto mais demorar a restituição, mais encargos se pagará aos bancos. E não há Selic que compense isso.
Seu bolso – Inflação pesa até na conta da padaria
Se as moedas soltas pela casa eram, até há pouco tempo, suficientes para garantir o pão e o leite do dia seguinte, hoje os gastos com esses quitutes diários pesam, e muito, no orçamento já apertado das famílias. Qualquer ida despretensiosa a uma padaria passou a custar além do planejado. O aumento da variedade de produtos nesses estabelecimentos ajuda a turbinar a conta. Mas é a inflação a principal responsável por encarecer um hábito quase imprescindível na vida dos brasileiros.
Nos primeiros três meses deste ano, ainda que muitos não percebam, os preços das miudezas da padaria avançaram acima da inflação acumulada no período, calculada em 2,18%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O pão francês, por exemplo, ficou 2,70% mais caro em 2014, até agora. O valor do cafezinho saltou 7,75%, o equivalente a 3,5 vezes a média da carestia medida entre janeiro e março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A lista de aumentos prossegue: subiram de preço os iogurtes (5,39%), o pão de queijo (2,69%), os refrigerantes e a água (2,17%). O açaí chama a atenção por ter disparado 28,44%, um dos itens de maior variação entre todos os pesquisados. Um lanche no balcão da padaria, opção cada vez mais comum de quem tenta diminuir os gastos com alimentação fora de casa, já chega a custar, sem muito esforço, o mesmo de uma refeição tradicional.
Surge esperança de cura da Hepatite C
Novas drogas com menos efeitos colaterais prometem eliminar por completo o vírus causador da doença.
Serra recebe alta do Hospital Sírio-Libanês
O ex-ministro e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) recebeu alta no fim da tarde de ontem, depois de passar cinco dias internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, em decorrência de uma infecção. Na última terça-feira, ele foi diagnosticado com bacteremia — a presença de bactérias no sangue.
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fez uma visita a Serra na última quinta-feira. Os dois conversaram por menos de meia hora. Depois do diagnóstico, o ex-ministro passou por tratamento com antibióticos.
A assessoria de imprensa do hospital confirmou apenas a internação, mas não deu nenhum detalhe sobre o estado de saúde dele nem divulgou boletins médicos enquanto o ex-ministro permaneceu internado.
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