O GLOBO
‘Invasão’ americana: Brasil vai à ONU contra espionagem dos EUA
‘Não concordamos, de forma alguma, com interferência desta ordem’, diz Dilma.
Presidente afirma que comprovação de atividade ilegal configurará violação da soberania brasileira e dos direitos humanos. Embaixador americano assegura a ministro das Comunicações que Brasil não é alvo de monitoramento.
Após as denúncias de espionagem dos EUA a e-mails e ligações telefônicas no Brasil, reveladas pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden e publicadas pelo GLOBO, a presidente Dilma Rousseff anunciou que vai recorrer à Comissão de Direitos Humanos da ONU: “Não concordamos, de maneira alguma, com interferência desta ordem.” O embaixador dos EUA, Thomas Shannon, começou um périplo para dar explicações e garantiu ao ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, que o Brasil não é alvo de espionagem. A Anatel abriu investigação para apurar se as empresas quebraram sigilo de dados. (PÁGS. 1 e 24 a 26)
América Latina sob vigilância
Os Estados Unidos têm programas de espionagem e rastreamento funcionando em vários outros países da América Latina, além do Brasil. Documentos sigilosos da Agência de Segurança Naciona (NSA, na sigla em inglês) aos quais o GLOBO teve acesso mostram que situações similares ocorrem no México, Venezuela, Argentina, Colômbia e Equador, entre outros.
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Um dos aspectos que se destaca nos documentos é que, de acordo com eles, os Estados Unidos parecem não estar interessados apenas em assuntos militares, mas também em segredos comerciais -“petróleo” na Venezuela e “energia” no México, segundo uma listagem produzida pela NSA no primeiro semestre deste ano (veja acima).
A Colômbia foi o segundo alvo prioritário na América Latina nos últimos cinco anos – logo depois do Brasil e do México – na atividade de espionagem da Agência de Segurança Nacional. Documentos da agência, aos quais O GLOBO teve acesso, mostram uma coleta de informações na Colômbia em fluxo expressivo e constante, embora variável, no período entre 2008 e o primeiro trimestre deste ano, até março passado.
Capitais de 4 países também abrigaram escritório de NSA e CIA
Os programas Prism, Fairview X-Keyscore e Boundless Informant não foram os únicos usados pela NSA para espionar países na América Latina. As capitais da Colômbia, Panamá, México e Venezuela abrigaram, pelo menos até 2002, equipes da NSA em trabalho conjunto com a CIA. Ontem, o GLOBO noticiou que, até aquele ano, Brasília fora um dos distritos federais onde o governo americano detinha uma equipe de espionagem disfarçada sob cargos da diplomacia (a Special Collection Service).
No caso do Brasil, segundo a documentação da NSA, a equipe conjunta tinha como missão levantar dados a partir de informações transmitidas por satélite em um programa específico, o “Primary Fornsat Collection Operations” (Fornsat). Não há informações sobre o que as equipes NSA-CIA faziam nos outros países da América Latina, tampouco se as ações foram interrompidas ou continuam tanto em Brasília, como em Bogotá, Cidade do Panamá, Cidade do México e Caracas, onde ocorreram. No total, a força-tarefa Special Collection Service atuava em 65 cidades.
É certo, também, que a NSA manteve pelo menos até 2002 uma base de coleta de dados na América Central, localizada em Sabana Seca, no distrito de San Juan, capital de Porto Rico – de acordo com os mapas da agência.
Depois das ruas: governo cria serviço médico obrigatório
O governo federal anunciou ontem um pacote para a Saúde que inclui a possibilidade de contratar médicos estrangeiros e a ampliação de seis para oito anos da duração do curso de Medicina, sendo os dois últimos de trabalho obrigatório no SUS. O Conselho Federal de Medicina e a Federação de Médicos ameaçam ir à Justiça e fazer greve contra as medidas.
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Rio pede R$ 4,3 bi para transporte
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes pediram à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, R$ 4,3 bilhões, dos R$ 50 bilhões que o governo distribuirá pelos estados para obras em transporte.
Centrais sindicais se dividem sobre ida de PT a protesto
A participação do PT no chamado Dia Nacional de Luta, marcado para quinta-feira, divide as principais centrais sindicais do país. De um lado, a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) argumentam que o partido está querendo usar a manifestação para tirar do foco questões trabalhistas levantadas pelas entidades. Do outro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), afinada ao governo federal, diz considerar legítima a decisão do PT em aproveitar o momento para levantar a bandeira da reforma política. A direção do partido, que evitou ontem polemizar sobre o racha nas centrais, orientou a militância a ir para as ruas e participar das mobilizações.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que há uma tentativa do PT de usar o ato das centrais para fazer campanha a favor do plebiscito da reforma política sugerido pela presidente Dilma Rousseff.
– A pauta (das centrais) é a mesma, e não avançou em nada no governo Dilma. Está muito clara, definida. Não é hora de uma tentativa de contrabando do PT, de discutir uma pauta política com a bandeira do plebiscito – disse Paulinho da Força. – Se eles quiserem nos apoiar, serão bem-vindos, como o PMDB anunciou que faria. Até porque nossa manifestação é, principalmente, contra a Dilma.
Protesto vira massacre: Exército mata 51 no Egito
O Exército abriu fogo contra manifestantes que se dirigiam ao local onde o presidente deposto Mohamed Mursi está detido. Em protesto, o segundo maior grupo islâmico do Egito retirou seu apoio ao governo de transição. O cronograma anunciado ontem pelo presidente interino só prevê eleições parlamentares daqui a seis meses. (Págs. 1 e 27)
Rodada de petróleo: Brasil demorou a licitar o pré-sal
Saem hoje as regras do 1° leilão do pré-sal, mas investidores acreditam que o Brasil demorou demais para licitar a primeira área Nesse período, os EUA, por exemplo, investiram no gás não convencional e reduziram compras do Brasil.
Sem bola de cristal: 30 previsões; 30 erros
Está cada vez mais difícil para bancos e consultores acertarem as previsões. Na produção industrial de maio, de 30 bancos e corretoras, nenhum acertou a queda de 2%. Eles têm errado também em projeções do PIB.
Contra o Bope: Protesto fecha 8 estações do BRT
Manifestação em Santa Cruz interrompeu o funcionamento do BRT Transoeste, no trecho Paciência-Recreio. Morte de morador durante operação do Bope revoltou moradores, que apedrejaram ônibus do corredor expresso.
Enquanto isso, na China…: Pena de morte para ex-ministro
Liu Zhijun foi condenado por receber propinas de US$ 10,5 milhões à frente do Ministério das Ferrovias. A pena ainda pode ser revertida a prisão perpétua caso ele apresente bom comportamento nos próximos dois anos.
Despertar político
Em momento de ebulição popular no país, o filme “Depois da chuva”, em fase de finalização, atrai o interesse de festivais ao tratar da mobilização de um jovem em 1984, durante as Diretas Já.
FOLHA DE S. PAULO
Formando de Medicina terá de trabalhar 2 anos no SUS
Quem entrar na faculdade de medicina a partir de 2015 terá que trabalhar dois anos na atenção básica da rede pública após cursar os atuais seis anos da graduação. Apenas após esses oito anos, o profissional terá o registro permanente de médico e poderá dar plantões e abrir consultório.
As novas regras foram anunciadas ontem pela presidente Dilma Rousseff no lançamento do “Mais Médicos”, um pacote de medidas para a saúde que também inclui a “importação” de profissionais estrangeiros.
A mudança na formação ocorreu via medida provisória –que pode ser alterada pelo Congresso Nacional.
A intenção do governo é estabelecer dois ciclos no curso. O primeiro segue o modelo atual de seis anos, que pode ser reduzido para cinco a depender de avaliação do Conselho Nacional de Educação.
A novidade é o segundo ciclo, em que o profissional atuará com um registro provisório do Conselho Regional de Medicina em postos de saúde, prontos-socorros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da rede pública.
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Espionagem é violação de soberania, afirma Dilma
A presidente Dilma disse que a atuação de outros países no monitoramento das comunicações no Brasil configura violação de soberania e direitos humanos
Congresso articula votação do fim do foro privilegiado
O Congresso quer votar nesta semana o fim do foro privilegiado para autoridades dos três Poderes. A proposta entrou para a “agenda positiva” lançada por Renan Calheiros. Em mais uma tentativa de dar resposta às manifestações populares, o Congresso articula votar nesta semana o fim do foro privilegiado para autoridades dos três Poderes. Câmara e Senado marcaram a votação de propostas que acabam com o privilégio, o que obrigaria autoridades a responder em primeira instância por crimes cometidos.
Hoje, têm direito ao privilégio o presidente da República, deputados, senadores, ministros, procurador-geral da República, comandantes militares, governadores e prefeitos, entre outras autoridades.
Todos são julgados por instâncias como Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. Se a proposta passar, responderão por crimes na primeira instância.
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Câmara deve decidir hoje se sepulta plebiscito
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que a Casa vai definir hoje se o plebiscito para discutir uma reforma no sistema político brasileiro com efeitos para as eleições de 2014 será mesmo realizado.
A expectativa é de que os líderes da Câmara sepultem de uma vez a ideia lançada por Dilma Rousseff como uma das principais medidas em resposta às manifestações que eclodiram no país.
Os líderes da base aliada já informaram ao governo que não há condições de realizar a consulta popular para balizar uma reforma política com impacto nas próximas eleições.
Promotoria apura uso de helicóptero por Sérgio Cabral
O Ministério Público do Rio instaurou procedimento para investigar o uso de helicópteros do Estado por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB)
Grécia fecha acerto para cortar 25 mil servidores em troca de R$ 14 bi
Ministro alemão afirma que caminho para a Grécia continua difícil e que há mais problemas a serem resolvidos
Exército do Egito mata 51 e aumenta a tensão no país
O Exército egípcio protagonizou o maior massacre desde a queda de Hosni Mubarak, em 2011, ao matar ao menos 51 e ferir outros 435
Jornada da Juventude: Militares que farão segurança do papa já são quase 10 mil
As manifestações das últimas semanas levaram a coordenação de segurança da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a aumentar o efetivo militar a cargo da segurança do papa Francisco a partir do dia 23.
O número sobe de 8.500 para 9.700 militares –7.400 do Exército. Dois caças (um F-5 e um Supertucano) ficarão de prontidão, caso haja necessidade de interceptar uma aeronave.
Já o número de PMs no evento deve chegar a 6.500.
O ESTADO DE S. PAULO
Estudante de Medicina terá de atuar no SUS; médicos reagem
Após citar pesquisas que indicam o setor da Saúde como um dos mais problemáticos do País, a presidente Dilma Rousseff apresentou ontem o programa Mais Médicos, que deve ampliar a duração do curso de Medicina de 6 para 8 anos e criar 2 anos de trabalho compulsório no Sistema Único de Saúde (SUS) antes que o estudante obtenha o diploma. A ideia é aumentar a oferta de médicos e melhorar a formação dos profissionais. Definida por medida provisória, a ampliação deverá ser regulamentada em 180 dias e entrar em vigor em 2015. Na Saúde, os gastos devem chegar a R$ 45,7 bilhões até 2020. O programa inclui ainda o recrutamento de médicos estrangeiros para trabalhar em áreas prioritárias, a abertura de 11.447 novas vagas para graduação e outros 12.376 postos de especialização em áreas consideradas prioritárias até 2017. A exigência valerá tanto para instituições da rede pública quanto privada de ensino superior. Entidades profissionais, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), estudam as possíveis ilegalidades das medidas.
Principais medidas:
Ampliação da duração do curso: Estudantes terão de trabalhar 2 anos no SUS antes de obter o diploma.
Bolsa de até R$ 8 mil por mês: Governo oferecerá incentivo a quem se dispuser a atuar em áreas prioritárias.
Criação de vagas em faculdades: Plano é abrir mais 11.447 vagas em cursos de Medicina.
Mais de 1.500 locais do País devem ter médicos ‘importados’.
Embaixador dos EUA nega, mas PF apurará espionagem
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, admitiu em conversa com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que seu país monitora números de telefone e tempo de chamadas feitas a partir e para os EUA. Negou, no entanto, que essa atividade tenha sido realizada no Brasil ou que empresas de telecomunicação brasileiras forneceram dados. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Federal apure as denúncias.
Snowden pede asilo a Nicarágua e Venezuela
O ex-agente da CIA Edward Snowden, que deixou vazar detalhes do esquema de espionagem dos EUA, formalizou pedido de asilo à Nicarágua e à Venezuela.
Banho de sangue na capital do Egito
Choques entre forças de segurança e partidários do presidente Mohamed Morsi, deposto há sete dias por militares, deixaram 51 civis mortos e 435 feridos num massacre no Cairo, informa o enviado especial Andrei Netto. Desde sexta-feira, grupos pró-Morsi (na foto, sob bandeira ensanguentada) intensificaram os protestos.
SP pede R$ 17 bilhões para obras de mobilidade
Diante dos protestos por qualidade de transportes, o governo federal recebeu ontem governadores e prefeitos das capitais de São Paulo, Rio e Bahia para discutir a distribuição de R$ 50 bilhões em investimentos em mobilidade urbana. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) pediram R$ 17,3 bi. Alckmin quer prolongar três linhas de metrô e reformar estações de trem. Haddad pretende construir 150 km de corredores de Ônibus.
Para 81%, partidos no Brasil são corruptos
Um levantamento organizado pela Transparência Internacional revela que a percepção da população brasileira sobre a representação política é mais negativa do que na média dos 107 países pesquisados.
Para FMI e OCDE, Brasil só cresce com reformas
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) vão rever para baixo as projeções de crescimento da economia brasileira para este ano. Em declarações em Genebra, o número 2 do FMI, Min Zhu, deixou claro: “Há uma desaceleração no Brasil”. Afetado pelo desempenho da economia global, o País precisa, segundo as entidades, fazer reformas estruturais profundas para garantir que a expansão do PIB volte a ser sólida.
Governo vai cortar R$ 12 bi
Nova redução no Orçamento deve vir junto com previsão do PIB para 3%.
9 de Julho: Memórias da Revolução
Guardado por quase 80 anos, o diário de Aurélio Stievani registra 41 dias no front da Revolta Constitucionalista de 1932. Pela cidade, a data é homenageada em padarias, rádio e até barbearias.
PM vai comprar veículos para dispersar multidões
Reforma de Interlagos custará R$ 160 milhões
CORREIO BRAZILIENSE
Médicos vão à Justiça e ameaçam com greve
Entidades de classe dizem que o pacote de medidas para levar profissionais ao interior é “eleitoreiro”
Baseado na contratação de estrangeiros e na criação do serviço obrigatório para estudantes de medicina, a partir de 2015, o programa lançado pela presidente Dilma Rousseff foi mal recebido pelas principais organizações que representam os médicos. Elas vão questionar a constitucionalidade das medidas; planejam uma paralisação geral; e prometem mobilização contra a votação da medida provisória que será enviada ao Congresso. Com o pacote anunciado ontem, o governo espera contratar mais 20 mil profissionais até 2021.
Crise internacional: Brasil reage, eleva o tom e investiga espionagem
O governo abriu várias frentes para avaliar as denúncias de que os EUA violaram dados eletrônicos de cidadãos e empresas brasileiras. A Polícia Federal e a Anatel vão apurar o caso. Autoridades norte-americanas serão chamadas ao Congresso, e organismos internacionais podem ser acionados.
Governo em alerta contra as paralisações
Trabalhadores de setores estratégicos em 14 estados ameaçam suspender as atividades na quinta-feira. O Palácio do Planalto teme que alguns serviços essenciais à população fiquem prejudicados.
Uso de carro oficial derruba chefe do IML
Flagrado pelo Correio utilizando um veículo do GDF para ir ao bar, Aldair Nunes, responsável pela Seção de Apoio à Perícia, foi exonerado do cargo. O servidor ainda responderá processo administrativo.
Entre a eleição e o massacre
Governo provisório do Egito marcou o pleito para 2014, após o Exército matar 51 manifestantes. A Irmandade Muçulmana convocou revolta nacional contra o golpe.
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