O Globo
Eleitos em 2010, deputados com ar de celebridade são apostas das legendas
Eleitos em 2010 para o primeiro mandato na Câmara, os chamados deputados celebridades tomaram gosto pela política e vão disputar novamente as eleições de 2014. O ex-BBB Jean Wyllys (PSOL-RJ), o boxista Acelino Popó (PRB-BA), o ator Stepan Nercessian (PPS-RJ), o jogador Danrlei (PSD-RS) e o palhaço Tiririca (PR-SP) tentarão se reeleger para federal.
O ex-atacante Romário (PSB-RJ) decidiu alçar um voo mais alto: sairá candidato ao Senado e sua pretensão maior é concorrer à prefeitura do Rio, em 2016. Na opção pela reeleição como federal, a decisão pessoal pesou, mas também a pressão partidária: por serem mais famosos e conhecidos, esses deputados obtêm mais votos e, com isso, engordam o caixa do fundo partidário da legenda, calculado com base no número de votos recebidos na eleição.
Romário e Jean Wyllys se destacam — Durante os quatro anos de mandato, a grande surpresa entre as celebridades foi Romário, que usou o prestígio pessoal e a fama para avanços em programas para pessoas com deficiência, fez discursos que repercutiram e chegou, até mesmo, a presidir a Comissão de Turismo e Desporto, coisa difícil entre os novatos. Em sua área, o esporte, ele optou por criar polêmicas, questionando os cartolas do futebol. Outro que fez um mandato destacado foi Jean Wyllys (PSOL-RJ). Ele conta que já militava na política e que tornou-se conhecido depois dos três meses no programa BBB, da TV Globo, que ganhou há 10 anos. Jean Wyllys é o único deputado assumidamente gay e tem militância reconhecida nas políticas de diversidade sexual e em outras áreas de Direitos Humanos.
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O diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz, diz que entre os cinco deputados celebridades, Romário e Jean Wyllys foram os que mais se destacaram. Mesmo assim, acrescenta, não estão na lista dos 100 cabeças do Congresso, lista elaborada pelo Diap que traça os 100 parlamentares de maior influência nas duas Casas legislativas. Para Queiroz, o fato de os cinco deputados celebridades tentarem se manter na política tem como pano de fundo o lado pessoal, mas também a pressão partidária.
Apesar de avanços, legislatura adiou reformas e foi questionada nas ruas
Dos 513 deputados, 398 tentarão se reeleger nas eleições deste ano para ocupar novamente uma cadeira da Câmara. Na disputa com os demais candidatos, os atuais deputados terão pontos positivos a apresentar, mas também muitas explicações a dar. Marcada pela mais forte pressão popular dos últimos anos, a atual legislatura aprovou propostas importantes como o fim do voto secreto e mais recursos para educação. Deixou de lado, no entanto, a votação de projetos importantes que destinariam mais verbas para a área de saúde, a regulamentação dos direitos do trabalhador doméstico e da PEC do Trabalho Escravo e as reformas política, tributária, previdenciária e trabalhista.
Além disso, nos três anos e meio de mandato, deputados e senadores viveram momentos de constrangimento, como a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do esquema de corrupção do mensalão do DEM de Brasília. Os senadores cassaram o mandato do ex-senador goiano Demóstenes Torres, acusado de envolvimento com o esquema de corrupção do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na Câmara, depois de manterem, em voto secreto, o mandato do deputado presidiário Natan Donadon (PMDB-RO), os deputados aprovaram o voto aberto nas votações do Congresso e o cassaram.
Além da taxa menor de deputados que tentarão a reeleição em relação a outras eleições, a Câmara também perderá personagens que há anos influenciam e comandam os debates na Casa, Alguns deles alçarão voos mais ousados. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), tentará se eleger para o governo de seu estado. O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), e o ex-líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), disputarão uma vaga ao Senado. E o novato Romário (PSB-RJ), com apenas um mandato, também tentará o Senado. Há entre os deputados os que não disputarão nenhum cargo, como o tucano Emanuel Fernandes (SP), Abelardo Lupion (DEM-PR), Inocêncio Oliveira (PR-PE), Alfredo Sirkis (RJ) e Walter Feldman (SP), que tentaram criar a Rede e acabaram se filiando ao PSB.
No Senado, também saem de cena figuras conhecidas, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS) e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Na eleição deste ano, 27 senadores terminarão seus mandatos e apenas 9 deles tentarão se reeleger. Outros cinco disputarão outros cargos, mas 12 deles desistiram de concorrer a qualquer cargo. Entre os 54 que ainda terão quatro anos de mandato, 20 disputarão as eleições deste ano, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à presidência da República.
Ex-secretário de Cabral vai cuidar da campanha de Aécio no Rio
O braço direito do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), Wilson Carlos de Carvalho, vai atuar na campanha do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República no estado. O ex-secretário estadual de Governo de Cabral será o responsável por cuidar de toda a parte logística do tucano nas ruas.
Wilson Carlos se encontrará nesta segunda com os apoiadores do movimento “Aezão”, criado para pedir votos para Aécio e para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tentará a reeleição. A reunião será em São Cristóvão, bairro da Zona Norte do Rio, onde fica o comitê eleitoral do “Aezão”. O objetivo será o de traçar estratégias à campanha de Aécio.
Nos bastidores, aliados de Cabral afirmam que a indicação de Carvalho foi feita pelo ex-governador. No entanto, por meio de sua assessoria de imprensa, Cabral nega.
Crivella se empenha em afastar imagem de líder religioso
O senador Marcelo Crivella (PRB), ex-ministro da Pesca, esforça-se para desvincular sua imagem à de líder religioso. Sobrinho de Edir Macedo, bispo fundador da Igreja Universal, e ele próprio bispo da igreja, o senador trabalhou durante dez anos como missionário na África para a construção de unidades da Universal no continente. Ele também assina artigos para o principal jornal da igreja, e sua página no Facebook é repleta de mensagens de cunho religioso.
Mesmo assim, o candidato do PRB ao governo do Rio se empenha em desvincular sua imagem à da Universal. Seus assessores mais próximos sugerem que haveria intenção de prejudicá-lo durante as eleições sempre que a imprensa faz referência ao candidato como “bispo licenciado” ou “ex-bispo da Universal”. Com a lembrança, Crivella tenderia a limitar seu potencial de angariar votos apenas ao público evangélico, suspeitam.
Folha de S. Paulo
Petistas criticam boicote de Skaf à campanha de Dilma
Coordenadores da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) criticaram abertamente neste domingo (27) a atitude do candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, de se recusar a dar espaço em seu palanque à petista.
Com seu candidato em São Paulo, Alexandre Padilha, estacionado nas pesquisas, com 4% de intenção de voto, o PT cobra espaço no palanque do PMDB, partido que nacionalmente é o principal aliado na coalizão de Dilma.
“Ou ele [Skaf] é ingênuo ou é politicamente mal orientado”, afirmou Edinho Silva (PT-SP), tesoureiro da campanha de Dilma.
Chefe do comitê de reeleição da petista no Estado de São Paulo, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, foi na mesma direção.
“Acho que é um grande erro [a posição de Skaf]. Um erro de análise. Ele vai arcar com as consequências do erro “, disse Marinho, na posse da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Skaf deu diversas declarações para explicitar seu desinteresse em combinar sua estratégia com a campanha de Dilma. O principal argumento para resistir ao alinhamento com a petista vem das pesquisas eleitorais: a rejeição à presidente em São Paulo chega a 47% do eleitorado, segundo o Datafolha.
Computador do Planalto pôs elogios a petista em site
Onze computadores do governo federal foram usados para alterar páginas da Wikipédia, enciclopédia on-line cujos textos podem ser editados livremente, como as do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), do Movimento Passe Livre e do ex-governador José Serra (PSDB-SP).
Levantamento da Folha com os endereços de IP registrados em nome do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e da Presidência da República mostra que artigos sofreram mudanças tanto para a inclusão de elogios e a retirada de críticas como para o inverso.
As edições, feitas entre 2008 e 2014, acabaram desfeitas por outros usuários, por infringirem regras de uso.
PSB articula atos com Alckmin e Campos
Com o aceno público feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) de que poderá fazer eventos de campanha ao lado do presidenciável Eduardo Campos, o PSB de São Paulo começou a articular para os meses de agosto e setembro agendas conjuntas entre os dois candidatos.
A sigla, aliada ao PSDB na eleição estadual, já programa eventos de campanha em Campinas e São José do Rio Preto, as duas maiores cidades paulistas administradas pelo PSB em São Paulo.
A articulação tem como objetivo pressionar a campanha do governador a abrir espaço na agenda também para Campos. Os quatro eventos públicos realizados por Alckmin até agora foram ao lado do presidenciável do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
Fechado durante a ditadura, jornal judaico volta a circular
O jornal judaico “Nossa Voz”, que foi fechado no início do regime militar por seu alinhamento à esquerda, voltou a ser publicado de forma bimestral. A segunda edição estará disponível na próxima semana. A primeira edição do “Nossa Voz”, datada de 3 de abril de 1947, traz sete páginas em iídiche –idioma proveniente do alemão– e uma em português, fora anúncios.
Agora, a publicação terá textos em português, hebraico, coreano e espanhol, para contemplar os imigrantes que chegaram ao Bom Retiro desde os anos 1960. A primeira edição da volta teve quatro páginas, e a próxima terá 12.
Sem Aécio, candidato do PSDB em Minas recorre a Anastasia
Sem poder contar com a presença constante do senador Aécio Neves, candidato ao Planalto pelo PSDB, o ex-ministro Pimenta da Veiga colou no também tucano Antonio Anastasia para tentar bater o PT na disputa pelo governo de Minas Gerais.
O ex-governador Anastasia deixou a coordenação do programa de governo de Aécio e já começa a circular pelo interior mineiro. Além de tentar alavancar Pimenta pelo PSDB, tocará sua campanha para o Senado.
As viagens de Pimenta com Aécio serão raras. Isso porque a agenda nacional do candidato ao Planalto impedirá que ele dedique muito tempo ao seu Estado natal.
O Estado de S. Paulo
Marinho comprou imóvel com dinheiro de conta na Suiça, suspeita promotoria
Ministério Público pede repatriação de recursos
Advogado evita comentário sobre compra de residência
Sem desistir de Skaf, Dilma vai ‘turbinar’ Padilha
Presidente do Santander culpa analista por polêmica
Cresce disputa por mandato na Câmara
Sogra de Paulinho é indiciadas por falsificar assinaturas de partido
Aliado de Paes, Rodrigo Bethlem declarou ter R$ 100 mil em casa
Valor Econômico
Aliado a Dilma, PSD trabalha por Dilma nos estados
Montado à imagem e semelhança de seu líder Gilberto Kassab, homem que galgou postos e fez-se poderoso pelo talento para manejar o xadrez político nacional, o PSD converteu-se em símbolo do pragmatismo nas eleições de 2014. Primeiro partido a anunciar apoio à presidente Dilma Rousseff em sua busca pela reeleição, ainda em novembro, o PSD se aliou a chapas contrárias às do PT em 20 Estados brasileiros. Mais que isso, a sigla ocupa as mesmas coligações que o PSDB de Aécio Neves em 14 Estados e que o PSB, de Eduardo Campos, em nove.
PT e governo divergem sobre atuação nas redes sociais
A presidente Dilma Rousseff anunciou um “casamento” entre o setor público e privado quando criou a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) no ano passado para coordenar parcerias na área de inovação tecnológica. Mas se depender do partido da própria presidente, que considera as parcerias entre governos e organizações sociais (OS) inconstitucionais, o divórcio deve ser o caminho inevitável.
Participação de Dilma em palanques do Rio está indefinida
Terminou sem definição a primeira rodada de conversas, promovida na sexta-feira, entre a direção nacional do PT e os candidatos ao governo do Rio de Janeiro Lindbergh Farias (PT), Anthony Garotinho (PR), e Marcelo Crivella (PRB). A situação reflete a divergência entre os interesses locais da coordenação de campanha da presidente Dilma Rousseff e de cada um dos candidatos estaduais.
Correio Braziliense
Dos 594 congressistas, 49 desistiram de tentar novo mandato nas urnas
Idade, problemas de saúde, frustração com a política e a vontade de cuidar de negócios anteriores à vida pública. Essas são algumas das razões alegadas por congressistas que, mesmo contando com a fidelidade do eleitorado nos estados de origem, não tentarão voltar a Brasília para uma nova legislatura. Ao todo, 12 senadores e 37 deputados federais descartaram tentar a reeleição nem concorrerão a outros cargos fora do parlamento. Além do senador e ex-presidente da República José Sarney, a leva inclui outros parlamentares com extensa trajetória na vida pública, como os senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA) e Casildo Maldaner (PMDB), ambos ex-governadores. Na Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), que chegou a presidir a Casa, vai pendurar as chuteiras este ano, após 40 anos consecutivos como deputado federal.
“Em 31 de janeiro, vou completar 85 anos de idade e 65 anos de vida pública. Comecei na política aos 20 anos, no movimento estudantil da época, e, desde então, não passei um único dia sem mandato. Tem sido uma luta árdua”, admite o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB-RS). “Cheguei à triste conclusão de que não conseguirei produzir mais nada de novo na política e no parlamento. Ou fazemos uma mudança radical ou então iremos de mal a pior, sob todos os aspectos”, disse. Segundo assessores, a pressão da família e problemas de saúde também pesaram na decisão. A partir de 2015, o parlamentar pretende viajar pelo país dando palestras a universitários sobre o valor da política e da cidadania. “É claro que sentirei saudades da tribuna”, reconheceu ele. Outros, como o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), pretendem voltar à vida anterior. “Vou cuidar dos meus livros agora e da carreira de educador”, declarou Chalita, recentemente.
Muitos dos parlamentares ouvidos pelo Correio, no entanto, fazem questão de ressaltar que o afastamento dos cargos eletivos não significa deixar a política. Alguns deles atuarão em campanhas de correligionários e na defesa dos presidenciáveis apoiados por seus partidos, como os deputados federais paranaenses Dr. Rosinha (PT) e Aberlardo Lupion (DEM). Os dois integram a coordenação das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), respectivamente, estado.
Em resposta aos protestos, presidenciáveis prometem ampliar participação
Primeira eleição depois de a população ocupar as ruas do país em junho do ano passado e cobrar mudanças da classe política, a disputa que chega às urnas em outubro une os candidatos quando o assunto é a tentativa de construir um perfil de político que ganhe a simpatia e o voto dos manifestantes. Para atrair esse público, os três principais candidatos à Presidência — a presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) — prometem garantir a participação popular em seus governos.
É o que mostram as três diretrizes de governo apresentadas à Justiça Eleitoral, com discurso comum de reforçar a participação popular. Os três destacam que os programas finais de governo das candidaturas vão ser construídos em parceria com a sociedade. A nuvem de palavras feita pelo Correio com a união dos três textos mostra em destaque as palavras “desenvolvimento”, “políticas”, “social”, “participação”. “Qualidade” também é recorrente no texto dos presidenciáveis.
Direta ou indiretamente, Dilma, Aécio e Eduardo lembraram as manifestações de junho e tentam se mostrar atentos às reclamações da população. Na prática, no entanto, eles vão ter de se esforçar para convencer o eleitor.
Ao lado de Marina Silva, Eduardo Campos reforça no texto entregue à Justiça eleitoral que a união entre os dois é uma “aliança programática”, e não uma “pragmática”. A ideia, repetida em entrevistas, é se diferenciar das “velhas raposas políticas”, alvejadas pela população em junho de 2013, que, segundo ele, fazem alianças apenas para garantir minutos na televisão. Em seu governo em Pernambuco, no entanto, Eduardo fez uma ampla aliança com partidos, quase não teve oposição e recebeu apoio de políticos geralmente tachados como representantes da “velha política”, caso de Inocêncio de Oliveira e Severino Cavalcanti.
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