O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou há pouco que a presença do Exército no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, é “legítima”. De acordo com ele, uma das competências desses militares é cooperar na execução de obras públicas.
No mês passado, três jovens do Morro da Providência foram entregues por militares que atuam no projeto “Cimento Social” a traficantes de uma facção rival do Morro da Mineira. Os corpos dos três rapazes, que tinham 17, 19 e 24 anos, foram encontrados num lixão da Baixa Fluminense.
Em junho, a Justiça Federal determinou a retirada imediata das tropas de segurança do Exército da Providência. “A atuação do Exército na segurança pública naquele local violou o dever de abstenção de condutas que causem ameaças ou danos ao direito social, situação evidenciada pelo homicídio de três jovens residentes na comunidade”, afirma.
No último dia 24, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) embargou as obras do projeto. Os fiscais lacraram o canteiro de obras e o barracão do programa.
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O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), autor de emendas ao orçamento para a viabilização do projeto e candidato à prefeitura do Rio, lamentou a morte dos jovens, mas defendeu a manutenção dos militares na comunidade.
Durante a audiência pública desta quinta-feira, o ministro também afirmou que as obras serão retomadas, caso a Justiça assim determine, após as eleições municipais. Para ele, os militares que atuam naquela comunidade “não tem nada ver com a exploração da obra para fins eleitorais”. (Rodolfo Torres)
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