Com avaliação positiva nas últimas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB), que ainda não decidido se disputará a Presidência da República em outubro, disse ser contra “posições ultraliberais”. Joaquim é apontado como um possível nome do PSB na disputa presidencial.
Desde que se filiou ao partido, no último dia 7 deste mês, cada passo, gesto ou palavra dita é motivo de especulação. “Não sou favorável a posições ultraliberais num país social e estruturalmente tão frágil e desequilibrado como o Brasil, com desigualdades profundas e historicamente enraizadas”, afirmou o ex-ministro ao jornal O Estado de S. Paulo.
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Para Joaquim Barbosa, sua declaração é embasada na realidade das desigualdades do país. “Basta um rápido olhar para o chamado Brasil profundo ou para a periferia das nossas grandes metrópoles para se convencer da inadequação à nossa ‘engenharia social’ dessas soluções meramente livrescas, puramente especulativas. Evidentemente, elas não são solução para a grande miserabilidade que é a nossa marca de origem e que nós, aparentemente, insistimos em ignorar.”
Por seu protagonismo, com posicionamentos duros, durante o julgamento do Mensalão no STF, Joaquim Barbosa é visto como um possível candidato com potencial, que terá como uma de suas bandeiras, já que levou à prisão políticos do PT em 2012, o combate à corrupção. Em alguns temas, conforme mostra a reportagem de Eduardo Kattah, é possível saber o posicionamento do ex-magistrado.
Durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ele se posicionou contra e, apesar de não se manifestar sobre a prisão do ex-presidente Lula, já foi um defensor da prisão em segunda instância quando atuava no Supremo.
No mundo político-partidário, os percentuais de Joaquim no Datafolha despertaram reações diversas, todas no sentido de reconhecer o potencial eleitoral de quem jamais fez campanha. De temperamento explosivo, o ex-ministro enfrenta sua inabilidade administrativa.
Aliado histórico do PT até as eleições de 2014, o PSB usará em seu favor o surpreendente capital político de Joaquim – sempre identificado com o rigor do Judiciário e com as condenações do mensalão petista – para fazer alianças e, a depender das próximas pesquisas, impor que o ministro seja cabeça de chapa presidencial. Até a ex-ministra Marina Silva, presidenciável da Rede, entrou na mira para eventual aliança.
<< Leia a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo na íntegra
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“ultraliberais”. “livrescas”. etc. eu não gosto dessa galera que fica dizendo por aí “mais mises, menos marx”, e coisas do gênero, mas falta definir exatamente do que o ex-ministro é partidário, uma vez que estamos a falar de alguém apontado como possível candidato a presidente. dizer que “sou contra algo” é muito bom, quando não se toma posição de abraço referente a algo. posso fazer isso como tranquilidade, uma vez que minha vida é sair daqui para trabalhar e voltar do trabalho para cá. mas ser contra tudo isso que está aí é muito pouco para um político. ainda que se use de uma linguagem atrativa, quase de marketing mesmo.
esse é o problema do bacharelismo político (uma constante brasileira, por sinal). o sujeito bacharelesco simplesmente nunca toma partido a favor de nada. ele sempre prega a demolição daquilo que, de acordo com ele, não presta. o que ele vai construir nunca é dito. e, por isso, gente que age assim quase nunca constrói nada. vamos ver se essa história irá se repetir.
vejamos, antes de mais nada, se o outro JB – o grande JOAQUIM BARBOSA – sairá mesmo candidato. sim, pois ele nem mesmo tem convicção acerca da própria postulação, imerso que se encontra em dúvidas hamletianas sobre a nova condição que assumirá, ou não.
acho que será mais do mesmo. com uma roupagem supostamente nova. assim como dilma, seria o primeiro em algo – o primeiro presidente negro brasileiro. para quê peça melhor de marketing do que essa???
Apesar de eu simpatizar com o pessoal liberal, concordo plenamente com tudo que disse: de arquitetos da destruição nossa história política está cheia, e essa é uma posição muito cômoda. De certo JB disse isso visando atrair uma parcela do eleitorado lulista. Mas quais são seus planos? Não gostar do liberalismo radical não é uma forma de ver o mundo, de fato, apenas implicância com algo específico.
Joaquim Barbosa está num nível muito superior aos outros presidenciáveis, ele tem inteligência bem acima da média, e é um doutor em leis, e pelo tanto que já fez pela justiça, é um homem que tem tudo para andar ao lado dos princípios da boa moral.
Se for candidato, sem dúvidas, será o primeiro presidente negro eleito democraticamente no Brasil.