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“Eu, que ajudei a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a presidente”, disse Santana durante as negociações, quando ainda relutava considerar o acordo de delação premiada. Agora o marqueteiro já informou aos procuradores da Lava Jato que quando foi convidado pela presidente para a campanha de 2014 ele quase recusou em função de problemas no recebimento do pagamento da última campanha, em 2010. Dilma, porém, assegurou que a situação não iria se repetir e afirmou que o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, seria o responsável por negociar o caixa paralelo com os doadores.
De acordo com a publicação, o marqueteiro contará em sua delação que os recursos foram utilizados até mesmo para o pagamento de despesas pessoais e assessores de Dilma.
Segundo Santana, o papel de operador do caixa dois nas campanhas do partido foi exercido até 2011 pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que deixou o governo após a abertura de investigação sobre seu aumento de patrimônio. A reportagem da revista afirma que a proposta de delação do marqueteiro inclui um capítulo somente sobre Palocci – apontado como responsável pela organização do fluxo de pagamentos clandestinos que financiaram serviços como o do próprio marqueteiro nas eleições de 2006 e 2010 do partido. O relato acrescenta ainda que o ex-ministro tinha uma conta junto às empresas envolvidas no petrolão, e seu braço-direito no serviço era Juscelino Dourado, responsável pela distribuição do dinheiro.
O casal João Santana e Mônica Moura foi solto na última segunda-feira (1) por determinação do juiz Sérgio Moro, que estipulou fiança no valor de R$ 31 milhões. Eles estavam presos desde o dia 23 de fevereiro.
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