Em uma breve reunião do Conselho de Ética do Senado, os relatores de três representações contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentaram seus cronogramas de trabalho.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator da terceira representação contra Renan, na qual o senador alagoano é acusado de ter usado laranjas para comprar empresas de comunicação em Alagoas, pediu mais prazo para emitir seu parecer.
Inicialmente, o prazo estabelecido para que todos os relatores apresentassem seus pareceres seria 2 de novembro. No entanto, Péres ressaltou que esse é um prazo "político". “Até o dia 15 o relatório será apresentado”, anunciou, lembrando que está com o processo há apenas oito dias, enquanto o relator da segunda representação, senador João Pedro (PT-AM), analisa os documentos há cerca de um mês.
O pedetista afirmou que já notificou Renan e que o usineiro João Lyra, apontado como sócio do presidente licenciado do Senado na compra de empresas de comunicação, não irá ao Conselho de Ética. O colegiado não tem força legal para convocar, apenas para convidar. Peres não descartou ir a Maceió ouvir o depoimento do usineiro.
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Já João Pedro, relator da representação que trata das acusações de que Renan teria favorecido uma cervejaria com dívidas no INSS, destacou que pediu informações à Polícia Federal a respeito da Operação Cevada, e que encaminhou perguntas à cervejaria Schincariol a respeito do caso. João Pedro afirmou também que já recebeu a defesa escrita de Renan Calheiros a respeito do episódio e que seu paracer será emitido até o dia 5 do próximo mês.
Almeida Lima (PMDB-SE), relator da quarta representação contra Renan, não definiu um prazo limite para a entrega de seu parecer. Ele alegou que recebeu os autos do processo apenas no final da tarde de ontem e que, portanto, não tem condições de dizer quando terminará a análise das denúncias.
No processo em que Almeida Lima é relator, Renan é acusado de ser beneficiário de um esquema de desvio de verbas em ministérios comandados pelo PMDB.
O peemedebista sergipano ressaltou que tem, regimentalmente, 30 dias para apresentar seu parecer. No entanto, está sendo “generoso” ao concordar em acelerar o processo. “O processo não ficará parado um único dia”, afirmou Almeida Lima.
Quinta representação
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), comunicou aos senadores que tomou ontem o depoimento do empresário Pedro Abrão, dono de um hangar no Aeroporto de Goiânia.
Abrão teria sido procurado pelo então assessor especial Francisco Escórcio, do gabinete de Renan, para espionar os senadores goianos Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB). Escórcio supostamente queria instalar câmeras no hangar para filmar a movimentação dos senadores no aeroporto, mas Abrão não consentiu.
A denúncia gerou a quinta representação contra Renan no Conselho de Ética. O presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), afirmou que espera anunciar amanhã o relator para este processo. (Rodolfo Torres)
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