O chefe do Ministério Público da União não informou por que se declarou “suspeito”, posição que magistrados e procuradores chamam para si quando têm algum tipo de relação pessoal ou interesse específico na pessoa a ser investigada ou no caso. Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Eunício foi um dos fiadores no Senado da recondução de Janot ao comando da PGR, em 2015.
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Na ocasião, o procurador-geral enfrentava resistência de parlamentares como o ex-senador Fernando Collor (PTB-AL) e o próprio presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigados na Lava Jato. Eunício, porém, ficou do lado dele.
O líder do PMDB é investigado com base na delação premiada de Nelson José de Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do grupo Hypermarcas, que o apontou como beneficiário de uma doação suspeita de R$ 5 milhões para sua campanha eleitoral em 2014, quando concorreu ao governo do Ceará. Segundo o delator, o repasse foi feito por meio de três contratos fictícios feitos pelo lobista Milton Lyra, ligado à cúpula peemedebista no Senado. Lyra citou outros senadores peemedebistas como beneficiários do caixa dois. Na ocasião, Eunício negou ter se beneficiado de recursos não declarados e disse que os repasses feitos pelo grupo foram declarados à Justiça eleitoral.
A petição autônoma, solicitada em relação a Eunício, é um procedimento que visa a analisar se há elementos para a abertura de um inquérito sobre o senador. Só nesta fase é que ele passa a ser formalmente investigado. O vice-procurador destacou o nome do líder peemedebista, o único sobre o qual Janot se declarou “suspeito” para investigar.
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