Reportagem do jornal O Globo deste sábado (13) informa que Itamaraty decidiu liberar os documentos relacionados às operações da Odebrecht fora do país. A decisão ocorre após o jornal revelar que o Ministério das Relações Exteriores estaria montando uma espécie de “operação abafa” para proteger o ex-presidente Lula.
Na sexta-feira, o jornal carioca mostrou que o Itamaraty tentava impedir a divulgação de documentos das operações da empreiteira em outros países entre os anos de 2003 e 2010 sob argumentação que isso poderia criar embaraço ao ex-presidente Lula. O Itamaraty buscava reclassificar os papeis, tido hoje como “reservados”, para “secretos”. Com isso, o material somente poderia ser acessado a partir de 2018.
Em abril deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento prévio de investigação para apurar se Lula praticou crime de tráfico de influência beneficiando a Odebrecht na obtenção de contratos da empreiteira no exterior com financiamento do BNDES.
Diante da repercussão negativa da “operação abafa”, o Itamaraty recuou e vai liberar os papéis. No entanto, a disponibilização dos documentos, feita por um repórter da revista Época, ainda depende de pedidos ao ministério com base na Lei de Acesso à Informação (LAI).
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A ordem para a reclassificação dos documentos, conforme o jornal, teria partido do diretor do Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) do Itamaraty, ministro João Pedro Corrêa Costa. “O Itamaraty não viu problemas na conduta do diplomata, mas o Palácio do Planalto pensa de modo diferente. A tese difundida pelo Planalto é que o diplomata pode ter agido com intenção de gerar um fato para prejudicar Lula e manchar a imagem do governo. Para auxiliares da presidente Dilma, João Costa agiu sozinho ou seguindo ordens de alguém de baixo na hierarquia do Itamaraty”, informa o jornal O Globo.
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