O deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) subiu ao plenário com uma faixa pedindo liberação de R$ 8,3 bilhões para a saúde no momento em que o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), respondia ao pronunciamento do líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), que o chamou repetidas vezes de “chefe de quadrilha” e “quadrilheiro”. “Não foi chefe de governo, foi chefe de quadrilha”, disparou Caiado, em referência ao período em que Garotinho foi governador do Rio de Janeiro. “Se fosse presidente da Câmara, mandaria prendê-lo agora”, disparou Caiado, destacando nunca ter feito da política um balcão de negócios.
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“Não me ofende Vossa Excelência me chamar de quadrilheiro. Não me interessa seu conceito a meu respeito. Não vou descer ao nível das suas palavras. Espere. O tempo vai lhe dar a resposta”, rebateu Garotinho, aproveitando para alfinetar o líder do DEM. “Não abandono amigo meu. Não finjo que não conheço Demóstenes Torres”, em referência ao ex-senador do DEM por Goiás, que teve o mandato cassado no ano passado por ligação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A confusão na votação da MP dos Portos teve início na semana passada, quando garotinho questionou uma emenda aglutinativa apresentada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Para Garotinho, a emenda “não serve ao país, serve a outros interesses”.
Na sessão desta terça-feira, Garotinho disparou contra o PSDB e o DEM, que se recusaram a votar a medida provisória, até que as acusações sobre a emenda aglutinativa fossem esclarecidas. “Arranjem outra desculpa para não votar. Se o DEM e o PSDB desejam tanto essa informação, terão no tempo oportuno. Poderão representar no Conselho de Ética, na Corregedoria”, afirmou Garotinho nesta terça, complementando que elogiou o mérito da medida provisória e que os parlamentares oposicionistas podiam obter essas informações com um “conhecido”: o banqueiro Daniel Dantas, dono de uma empresa que controla o Porto de Santos.
Protesto
PublicidadeEm relação ao protesto isolado de Toninho Pinheiro, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) explicou que o parlamentar apresentava reivindicações constantes na área da sáude nas reuniões da bancada de Minas na Câmara. “É a pauta dele. Ele já tinha avisado diversas vezes que ele faria isso”, em referência ao protesto do colega.
Ainda segundo Delgado, Pinheiro comentou com parlamentares que estavam com ele no voo de Minas para Brasília que teria mandado fazer a faixa e aproveitaria a sessão cheia para fazer seu protesto. Toninho foi cercado por seguranças da Casa e chegou a receber uma “chave” de um deles.
Diante desse episódio, o deputado Dr. Antônio Roberto (PV-MG) criticou a ação dos servidores. “Segurança da Casa é para proteger os deputados. Ele estava pedindo dinheiro para a saúde. O que estava acontecendo antes era uma insanidade muito maior”.
Após o ocorrido, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), afirmou que houve equívoco do congressista mineiro e dos seguranças. “Ele se comportou de forma equivocada, todos aqui fomos testemunhas. A segurança, no calor do momento, agiu de forma equivocada”, avaliou. Para ele, a melhor resposta que a Câmara poderia dar seria votar a medida que cria um novo marco legal para o setor portuário no país.
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