O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que comanda o projeto Caminhar de Novo – conhecido internacionalmente – lembrou que, na última década, o Brasil começou a apostar na educação, na ciência e na tentativa de promover “uma inclusão social que nunca tinha ocorrido antes”. “O mundo inteiro sabe da tentativa de se remover uma presidente sem a legitimidade das urnas, mas por meio de um processo que combina múltiplas formas, que se iniciou na noite do anúncio do resultado das urnas”, disse em vídeo.
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Ao final do pronunciamento, Nicolelis pede à Dilma que resista. “Mando uma mensagem para Dilma, de um brasileiro que ama o Brasil, cresceu numa ditadura e viu o país sair das trevas: senhora presidente, resista, porque a senhora não está sozinha”.
Outro estudioso, professor doutor Leonardo Avritzer da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também defendeu a democracia e disse que, neste momento, há no país forças políticas rompendo com esse preceito fundamental. “Hoje a democracia está sendo subvertida e desestabilizada. A democracia é a conquista mais importante da nossa geração e nossa obrigação é transmití-la às próximas gerações. Aqueles que na ânsia de ocupar o poder estão tentando subverter os valores da nossa democracia responderão por isso”, criticou.
Já o escritor Raduan Nassar enfatizou que não existe legitimidade no pedido de impeachment. “Os que insistem no seu afastamento atropelam a legalidade, subvertendo o Estado Democrático de Direito. Os que tentam promover a saída de Dilma arrogam-se hoje sem qualquer pudor como detentores da ética, mas serão execrados amanhã, não tenho dúvida”, afirmou.
A cineasta Anna Muylaert disse estar presente para apoiar a presidente em um momento que classificou como “difícil”. “Estou aqui para dizer que o trabalho que foi feito pelo governo Dilma e o governo Lula é de uma inclusão social num nível estrondoso na história. A Europa sabe, reconhece e aqui talvez ainda precise de alguns anos para que a gente entenda o tamanho do que aconteceu e deverá continuar acontecendo”, disse. Ela entregou à presidente um manifesto do cinema pela democracia.
A atriz Letícia Sabatella, que também esteve presente nas manifestações realizadas no centro do Rio de Janeiro no último dia 18, falou sobre conquistas sociais do governo Dilma e disse que veio clamar por democracia e dizer que o país vive um momento de polarização e ódio. “Isso fomentado por um plano maquiavélico de tomada de poder na marra”, ponderou a artista.
Flávio Renegado, rapper mineiro, enalteceu as vozes da periferia que estavam ali representadas por ele dizendo que defende a permanência de Dilma por entender que o pedido de impeachment, como foi feito, é uma forma de golpe. “Incomoda uma mulher presidente. Incomoda uma voz negra que fala em justiça”, disse em seu discurso.
Danny Glover, um famoso ativista norte-americano, disse estar solidário ao governo Dilma, “eleito democraticamente”. “Minha mensagem é pela paz, justiça e amizade. É uma mensagem a milhares de brasileiros que lutam pela democracia, ao invés de miná-la”, discursou o ator em vídeo. Em português, Glover repetiu o bordão que vem sendo usado pelos defensores da permanência de Dilma: “Não vai ter golpe”.
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