O presidente Lula está no Chile, onde participa da assinatura de acordos sobre os biocombustíveis com a presidente chilena, Michelle Bachelet. Em entrevista coletiva, Lula defendeu a integração e o consenso dos países sul-americanos nas questões energéticas.
"Temos todas as condições na América do Sul para resolver nossos problemas energéticos, usando nosso potencial e nossas possibilidades para complementar os pontos fortes um dos outros". Por sua vez, a presidente chilena afirmou que o seu país “não quer depender de só uma fonte energética".
Chavismo
Lula afirmou que não acredita no “chavismo”, em referência ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. No entanto, o presidente brasileiro destacou os laços de amizades entre os dois países. "Temos alguns investimentos brasileiros muito grandes na Venezuela, e há alguns investimentos venezuelanos muito fortes no Brasil, então não vejo problema", afirmou.
O presidente venezuelano chegou a criticar publicamente o programa de biocombustíveis do Brasil. Para Chávez, a área utilizada para o plantio da cana-de-açúcar, base do programa energético brasileiro de biocombustíveis, provocaria o aumento da fome.
Leia também
CPI
Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em determinar a instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, Lula afirmou que a abertura da comissão não vai mudar sua relação com os partidos oposicionistas. "Se alguns setores da oposição precisam de uma CPI para fazer o seu papel no Congresso Nacional, eu entendo isso como normal. Não vou deixar de conversar com a oposição. Primeiro, porque aprendi, há muito tempo, a ser civilizado, e quero tratar a oposição com o respeito que ela merece. E a CPI não mudará o meu comportamento em relação à oposição", disse. (Rodolfo Torres)
Leia outras notícias publicadas hoje (26)
IBGE: desemprego sobe pelo terceiro mês seguido
Pesquisa divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a taxa de desemprego subiu em março, pelo terceiro mês consecutivo, e voltou ao patamar de 10,1%, índice registrado em agosto do ano passado nas seis regiões metropolitanas avaliadas. Em fevereiro, a taxa foi de 9,9%.
O percentual do mês passado é praticamente o mesmo verificado em março de 2006 (10,4%). A pesquisa também revela que o rendimento médio real da população ocupada (R$ 1.109,50) ficou estável em relação a fevereiro (R$ 1.109,87) e cresceu 5,0% em relação a março de 2006 (R$ 1.056,53).
De acordo com o IBGE, a massa de rendimentos recebida pela população ocupada, em fevereiro de 2007, foi estimada em R$ 22,5 bilhões. A pesquisa constatou ainda alta de 4,4% no contingente de empregados com carteira assinada em relação a março de 2006. Isso significa que aproximadamente 363 mil pessoas passaram a trabalhar com carteira de trabalho assinada nesse período.
O aumento do desemprego registrado pelo IBGE confirma indicadores da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade/Dieese, divulgada ontem, que mostra que a taxa de desocupação passou de 15,9%, em fevereiro, para 16,6%, em março.
O crescimento da taxa de empregos formais também faz coro aos dados do Cadastro Geral de Empregos (Caged), anunciados ontem pelo Ministério do Trabalho. De acordo com o Caged, apenas no mês de março, foram criados 146.141 novos empregos formais. O número de carteiras assinadas no mês passado é 90% superior ao verificado no mesmo mês em 2006.
Clique aqui para saber mais sobre a pesquisa do IBGE.
Furnas deve ficar com o PMDB
Reportagem da edição de hoje (26) do jornal Correio Braziliense relata que o PMDB venceu a primeira disputa com o PT por cargos no segundo escalão. O partido conseguiu a diretoria de Furnas Centrais Elétricas. O comando da estatal do setor elétrico, diz a matéria do repórter Ugo Braga, será comandada pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro Luiz Paulo Conde. Segundo a reportagem, as cinco diretorias de Furnas serão repartidas por peemedebistas indicados pelas bancadas de Minas, do Rio e do Centro-Oeste.
O fechamento da negociação teria sido feito em encontro entre o presidente Lula e Michel Temer, presidente do PMDB. Temer teria dito ao presidente que não conseguia mais segurar os seus colegas de partido. "Se não tivessem atendidos seus pleitos para o segundo escalão, se uniriam para impedir a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)", explica a reportagem.
A prorrogação da CPMF, que tem sua vigência determinada por lei até dezembro deste ano, é apontada pelo governo como um dos pontos fundamentais para o sucesso do segundo mandato. "Preocupado com o relato de Temer, Lula chamou o coordenador político, Walfrido dos Mares Guia, fez ele ouvir o presidente peemedebista e determinou que o problema fosse solucionado imediatamente", diz a reportagem. (Lúcio Lambranho)
FHC critica aproximação do PSDB com Lula
Sem citar nomes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem (24) lideranças do PSDB por se aproximarem do presidente Lula. Nas duas últimas semanas, o governador de São Paulo, José Serra, e o presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), subiram a rampa do Palácio do Planalto para conversar com Lula.
“O povo está olhando para nós e dizendo: o que vocês são, peixe ou carne de vaca? Que é que vocês são? Senão vamos dar a impressão de que não somos nada”, disse o ex-presidente em entrevista ao Telejornal do Brasil, apresentado por Boris Casoy na TVJB (antiga CNT).
FHC adiantou que não aceitará um eventual convite do presidente para tomar um café, porque a relação entre os dois se deteriorou nos últimos anos. “Não vejo razão para ir. Se for por questões de amizade, já faz cinco anos. Porque não me convidou?”, questionou.
O ex-presidente disse que tem alertado os governadores Serra e Aécio Neves, de Minas Gerais, principais nomes do partido à sucessão de Lula, de que terão de marchar unidos para que o PSDB possa retornar ao Planalto.
“Tenho tentado dizer aos dois: ou vamos juntos ou vamos perder”, afirmou. “Cabe agora à direção do partido impor um rumo.” Além disso, destacou FHC, o partido tem de voltar a ter “conexão” com a sociedade e “assumir que é o partido da modernização”.
Para Fernando Henrique, o PSDB se “acovardou diante do PT” após a primeira eleição de Lula, em 2003. “Agora o PT chegou aí e fez lambança.” (Edson Sardinha)
Deixe um comentário