Enquanto manifestantes promoviam atos em Brasília contra e a favor de Bolsonaro neste Sete de Setembro, mais de quatro mil indígenas de aproximadamente 150 povos distintos se mantinham em acampamento próximo à Esplanada. Os indígenas aguardam o julgamento do Supremo da tese do marco temporal das demarcações de terra e se preparam para a Marcha das Mulheres Indígenas. O julgamento do marco temporal deve ser retomado pela suprema corte nesta semana. A orientação era para que eles evitassem a sair do acampamento como forma de prevenir confrontos.
O clima na capital federal se mostrava tenso desde o início da semana. Grupos bolsonaristas começaram a chegar a Brasília na segunda (6) e muitos se mantinham próximo ao acampamento, no setor hoteleiro sul. Durante a noite da segunda, carros de grande porte e até mesmo caminhões com bandeiras verde amarela circulavam no acampamento indígena buzinando. Enquanto isso, delegações de mulheres indígenas desembarcavam na cidade para participarem da marcha. Há relato de delegações que chegaram a ser hostilizada por bolsonaristas que também estavam no aeroporto vindo para protestos em favor do governo.
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De acordo com a organização da Marcha das Mulheres Indígenas a terça (7) foi dedicada unicamente a atividades internas como credenciamento e testagem de covid-19. A 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, em Brasília acontece entre os dias 7 e 11 de setembro com o tema “Mulheres originárias: Reflorestandomentes para a cura da Terra’.
“Estamos em busca da garantia de nossos territórios, das que nos antecederam, para as presentes e futuras gerações, defendendo o meio ambiente, este bem comum que garante nossos modos de vida enquanto humanidade. Para além de mero recurso físico é igualmente morada dos espíritos das florestas, dos animais e das águas da vida com um todo, fonte de nossos conhecimentos ancestrais” reforça o comunicado da Anmiga sobre a marcha.
A mobilização indígena em Brasília começou há cerca de 15 dias e o primeiro acampamento foi montado na Esplanada, próximo à Praça dos Três Poderes, onde está o Supremo Tribunal Federal. O movimento contava com mais de seis mil pessoas de 176 povos. Por motivos sanitários, este primeiro grupo dispersou para dar espaço aos participantes da Marcha das Mulheres.
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