O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deve decidir amanhã (15) como se dará a relatoria do caso Schincariol, outro escândalo envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A revista Veja denunciou um lobby de Renan a favor da empresa de bebidas.
Quintanilha convidou os três senadores que já relatam o primeiro caso no Conselho de Ética, onde Renan responde por quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de ter as despesas pessoais pagas por um lobista da Construtora Mendes Júnior – entre elas a pensão de uma filha que tem com a jornalista Mônica Veloso.
Dos senadores, apenas Almeida Lima (PMDB-SE), aliado do presidente do Senado, aceitou. Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) recusaram relatar o novo caso. “Como senador, não posso me omitir”, afirmou Almeida Lima. “Sempre que convidado, irei aceitar. Não só contra o Renan Calheiros, mas também contra qualquer senador.”
A oposição, contudo, teme que o caso Schincariol seja relatado apenas pelo senador Almeida Lima. José Agripino (RN), líder do DEM no Senado, já avisou que qualquer parlamentar de seu partido, se convidado, vai aceitar a relatoria.
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Da tribuna
Mais cedo, o presidente do Senado subiu na tribuna da Casa para se defender das várias denúncias que pesam contra ele. Segundo Renan, o gesto tenta “evitar fuxicos irresponsáveis que contaminam as relações pessoais e políticas que tanto prezo nesta Casa”.
Para o senador alagoano, as acusações buscam fomentar a “cizânia”. Ele negou também que estaria ameaçando os colegas parlamentares. “Não cometeria a imprudência e a indignidade de constranger ninguém”, afirmou. Da tribuna, ele citou ainda os senadores José Agripino (DEM-RN) e Jeferson Peres (PDT-AM), supostos alvos das ameaças.
Mais uma vez o presidente do Senado atacou a revista Veja, que fez as principais denúncias contra ele, e disse que as acusações tratam-se de “mesquinharia” política local, referindo-se ao seu estado, Alagoas. (Lucas Ferraz)
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