A Comissão Europeia anunciou na manhã desta segunda-feira (20) que todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca terão acesso negado, temporariamente, ao mercado da União Europeia. O porta-voz da Comissão Europeia Enrico Brivio afirmou ainda que está monitorando as importações de carne do Brasil e pediu que os países aumentem o controle sobre os produtos.
Apesar da declaração para que as empresas saiam da lista de fornecedores, durante a coletiva, o porta-voz não citou nenhuma empresa. A operação deflagrada na última sexta-feira (17) envolve empresas, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift. Além dessas grandes marcas, também estão incluídas empresas menores, como Mastercarnes e Peccin, do Paraná.
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A Coreia do Sul e a China também já anunciaram suspensão de produtos das empresas envolvidas no escândalo e monitoramento maior rigor de carne e frango importados do Brasil. A Coreia do Sul fez o comunicado por meio do Ministério da Agricultura sul-coreano. De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, apenas a China, até o momento, pediu informações ao governo brasileiro e anunciou ao ministério que “não desembarcará carnes importadas do Brasil” até que o país preste todos os esclarecimentos.
Por meio de nota, o ministro Blairo Maggi afirmou que realizará, na noite desta segunda-feira (20), uma “videoconferência com autoridades chinesas para prestar esclarecimentos”. Atualmente, o país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador. No ano passado as exportações de frango e carne bovina somaram US$ 10,3 bilhões. O Brasil responde atualmente por 7% do mercado mundial de carnes. No último ano, o setor vendeu para mais de 150 países.
Críticas à Operação Carne Fraca
Em entrevista coletiva no domingo (19), Blairo Maggi elevou o tom das críticas ao trabalho da PF após participar de reunião com o presidente Michel Temer e outros integrantes do governo para discutir os efeitos da operação. Para Blairo, a “narrativa” da Polícia Federal ao divulgar as ações da Carne Fraca está cheia de “fantasias” e “idiotices”. A partir de agora, segundo ele, o ministério e a PF vão atuar juntos nas investigações. “Em função da narrativa é que se criou grande parte dos problemas que temos hoje”, afirmou.
O ministro disse que a PF demonstrou falta de conhecimento sobre as regras que regem o setor ao condenar, por exemplo, o uso de ácido ascórbico na mistura de alimentos, de papelão em lotes de frango e de carne de cabeça de porco.
“Essa questão do papelão, está claro no áudio que estão se falando de embalagens e não falando de misturar papelão na carne. Senão é uma idiotice, uma insanidade, para dizer a verdade. As empresas brasileiras investiram alguns milhões, milhões e milhões de dólares dos seus mercados, há mais de dez anos, para consolidar mercado, e aí você pega uma empresa que é exportadora e vai dizer que misturou papelão na carne? Pelo amor de Deus. Não dá para aceitar esse tipo de situação”, disse.
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