O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff completa três anos neste sábado (31), mas não entrou na agenda de uma das principais lideranças petistas da atualidade, o ex-presidenciável Fernando Haddad (SP). Viajando pelo Nordeste com a caravana Lula Livre, Haddad fez um discurso de oito minutos em ato realizado no Recife, mas em nenhum momento falou da ex-presidente Dilma, que, nas redes sociais, lembrou do impeachment e sugeriu que a agenda liberal vista no Brasil hoje em dia é fruto desse afastamento.
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“Em 31 de agosto de 2016, dirigi-me ao povo brasileiro para alertar dos riscos que o Brasil enfrentaria com o golpe dos conservadores. O Golpe foi para implantar a agenda liberal daqueles derrotados desde 2002 pelo PT. #TrêsAnosDoGolpe #GolpeDe2016 #BrasilSobAtaque”, afirmou Dilma, que relembrou alguns dos trechos do discurso que proferiu após a confirmação do seu afastamento da presidência da República. Na ocasião, ela disse, entre outras coisas, que “o golpe” foi misógino, homofóbico, racista: “a imposição da cultura da intolerância, do preconceito e da violência”.
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O assunto, abordado pelo PT nas redes sociais e por representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que discursaram antes de Haddad no ato realizado no Recife, contudo, não foi comentado pelo petista.
Haddad centrou seu discurso em críticas ao governo de Jair Bolsonaro. Ele criticou o presidente; o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e seu assessor, Queiroz; o deputado federal Eduardo Bolsonaro; o ministro Sergio Moro; e o coordenador da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol. Ele falou até de Manuela D’Ávila (PCdoB-RJ), que foi vice na sua chapa nas eleições presidenciais do ano passado e fez o contato entre o hacker preso na Operação Spoofing e o The Intercept. E, por fim, pediu apoio do Nordeste para lutar contra o governo Bolsonaro e pedir a liberdade do ex-presidente Lula.
“Não podemos conviver com injustiças. Uma coisa é política. Você ganha e você perde. É normal a alternância de poder. Outra coisa é inventar uma história para tirar o maior líder político do país da corrida presidencial. Foi uma safadeza o que fizeram. Por isso, Lula Livre é a palavra de ordem mais importante”, concluiu Haddad.
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Presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), lembrou os três anos do impeachment de Dilma Rousseff em uma rede social. Ela compartilhou parte do discurso realizado pela ex-presidente em 31 de agosto de 2016, dizendo que o liberalismo econômico e o retrocesso social tomariam conta do país depois desse afastamento.
Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) fez o mesmo. Já o deputado Helder Salomão (ES) comentou: “Três anos do golpe. Três anos de uma farsa montada pelos derrotados nas urnas em 2014. Sabotaram o país que vivia pleno emprego e criaram uma crise sem precedentes para desestabilizar o governo Dilma e provocar seu ‘impeachment’. O país paga caro pela ruptura democrática”.
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