O brasileiro branco recebe, em média, 40% mais do que os negros ou pardos que têm a mesma escolaridade. De acordo com pesquisa divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros e os pardos representam nada menos do que 73% das pessoas mais pobres do país e apenas 12% das mais ricas.
Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais 2007, que reúne informações sobre aspectos demográficos, educação, domicílios, famílias, casamentos, separações e divórcios, cor e raça, mulheres, idosos, crianças, adolescentes e jovens.
“Em relação à participação na apropriação da renda nacional, a distribuição entre os 10% mais pobres e o 1% mais rico mostrava que, enquanto entre os brancos eram, em 2006, 26,1% dos mais pobres; entre os que estavam na classe mais favorecida, eles representaram quase 86%”, diz o IBGE.
A pesquisa mostra ainda pequeno aumento na participação da população negra (6,9%) e diminuição, também pequena, da branca (49,7%) e da parda (42,6%) na composição étnica do país no período entre 1996 e 2006.
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Desigualdade educacional
A desigualdade entre brancos e negros também é acentuada no acesso à educação. Dos cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões são negros ou pardos. “As taxas de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foram de 6,5% para brancos e de mais que o dobro, 14%, para pretos e pardos”, relata o documento.
A taxa de analfabetismo funcional também é muito menor para brancos (16,4%) do que para negros (27,5%) e pardos (28,6%). Entre as pessoas com 15 anos de idade ou mais, os brancos têm, em média, dois anos mais de estudo (8,1) em relação aos negros e pardos (6,2).
“A distribuição por cor ou raça dos que freqüentavam escola com idade entre 18 e 24 anos mostrava também significativas diferenças: enquanto 56% dos brancos nessa faixa eram estudantes de nível superior ou terceiro grau, entre pretos e pardos, o percentual era de 22%. Em 1996, essa distribuição dos estudantes, nessa faixa de idade, era de 30,2% para os brancos e 7,1% para os pretos e pardos. Tais resultados mostram uma melhora para ambos os segmentos em relação à defasagem idade e curso freqüentado”, aponta a pesquisa.
De acordo com a Síntese, apenas 8,6% dos brasileiros possuem nível superior. Desse contingente, 78% se declaram brancos. Apenas 3,3% são negros. Outros 16,5% se identificam como pardos. O percentual de brancos que concluíram a faculdade é de 12%, enquanto o de pardos e negros não passa de 4%. Veja outros dados reunidos pelo IBGE. (Edson Sardinha)
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