Em sua edição online, o diário britânico Financial Times afirma que “parece ser inevitável que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, renuncie até o dia 31 de março”, data limite para se desincompatilizar do cargo para disputar as eleições de outubro.
Segundo o FT, aparentemente os mercados financeiros não reagirão se Palocci sair. “Ocorreram leves tremores entre os investidores na semana passada, embora nada que possa ser comparado aos ocorridos no início deste mês quando os mercados ficaram receosos que as taxas de juros nos Estados Unidos, Europa e Japão poderiam subir mais do que o esperado”, diz a publicação.
De acordo com o FT, pode estar havendo “complacência” nos mercados diante da possibilidade de renúncia do ministro. “Não há ninguém dentro ou perto do governo que combine o compromisso com a ortodoxia de Palocci com sua força de caráter e influência sobre o Partido dos Trabalhadores”, afirma.
O jornal acrescenta que muitos integrantes do PT defendem uma mudança imediata na direção da economia. “Eles querem que 2006 seja o primeiro ano do segundo mandato de Lula.” A própria reportagem ressalta, no entanto, que o presidente não deverá alterar a política econômica antes das eleições. “Mas se ele for reeleito, quem vai chefiar o ministério da Fazenda?”
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O Financial Times faz referência a uma análise da consultoria norte-americana Credit Sights que aponta que a saída de Palocci vai empurrar o centro do cenário político brasileiro para a esquerda e ameaçar a implementação de novas reformas, independentemente do vencedor das eleições em outubro. “Os investidores deveriam pelo menos prestar atenção”, alerta o jornal.
O FT ressalta que “a posição de Palocci se tornou insustentável desde que ficou claro ao longo das últimas duas semanas que ele mentiu para uma comissão parlamentar de inquérito que investiga atos de corrupção em Brasília durante o atual governo e em Ribeirão Preto, durante o período que Palocci era prefeito”.
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