O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), admite que senadores usam como bem entendem as passagens aéreas a que têm direito mensalmente. Responsável, entre outras incumbências, pela administração da concessão de benefícios aos senadores, Heráclito comentou, em entrevista coletiva, a notícia veiculada ontem (16) pelo Congresso em Foco segundo a qual a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA), utilizou sua cota de bilhetes aéreos para custear o transporte de São Luís até Brasília, no penúltimo fim de semana, de sete pessoas, entre amigos, parentes e empresários do Maranhão.
“Não posso ser bedel de passagem. Cada um assume a responsabilidade por isso”, disse Heráclito ontem à tarde, confirmando que os senadores sempre usaram as passagens aéreas segundo critérios próprios. Ele evitou antecipar que providências serão tomadas em relação à filha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “Não tenho o que dizer a esse respeito, para não ser injusto. Não vou fazer julgamento sobre qualquer senador.”
Heráclito disse ainda ter informações de que a lista de agraciados por Roseana com as passagens aéreas, confirmada pela agência de viagens Sphaera Turismo, de Brasília, responsável pela emissão dos bilhetes, não estaria correta (leia mais). A agência tem um ano de contrato com o Senado. “A agência nega peremptoriamente”, enfatizou o senador, que aventou a hipótese de que grupos adversários da família Sarney, descontentes com a volta de Sarney à presidência do Senado, estariam patrocinando denúncias infundadas.
O ato número 62 de 1988, firmado pela comissão diretora do Senado e em vigor desde 1º de janeiro de 1989, determina em seu artigo 1º que “fica o diretor-geral do Senado Federal autorizado a requisitar das empresas de transporte aéreo, mensalmente, para cada senador, cinco bilhetes de passagem”. O mesmo documento diz que fica proibida a ajuda de custo aos senadores referente a viagens aéreas. (Fábio Góis)
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