A presidente nacional do Psol, ex-senadora Heloísa Helena (AL), atualmente vereadora em Maceió, enviou nota a este site em que critica a inclusão de seu nome na relação dos 11 ex-parlamentares que usaram a cota de passagens aéreas do Senado após o mandato.
Sua assessoria nos encaminhou ainda um texto, assinado pela Fundação Lauro Campos (ligada ao seu partido) e pelo Psol. Apesar de citar e atacar este site, o texto se concentra na crítica não à reportagem acima citada, que publicamos na sexta-feira, mas à sua repercussão nas edições de sábado dos principais jornais brasileiros.
Como procura agir em relação a qualquer pessoa cuja imagem possa ser atingida por suas reportagens, o Congresso em Foco deu à ex-senadora a oportunidade de se expressar sobre o assunto antes de publicar a matéria, que foi ao ar junto com suas explicações. No entanto, para que sua visão sobre o assunto seja melhor compreendida, aí vão as íntegras dos dois documentos, que levamos ao ar sem nenhuma edição ou revisão, reproduzindo-os exatamente como nos chegaram.
Leia, abaixo dos dois textos, nossa resposta.
“Declaração de Heloísa Helena (10maio)
A presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, declara que notícia distribuída pelo site “congresso em foco” a seu respeito, em “farra das passagens aéreas”, onde coloca todos na vala comum em desrespeito ao dinheiro público. No afã de obter sucesso, joga lama em todos. Para ser honesto e fazer o bom jornalismo, como quer se mostrar, o site deveria divulgar a sua fonte e para quem o serve, quando veicula este tipo de “fato” onde predomina o modismo, criar factóides para circular em desacreditados jornais de circulação nacional.
“Não faço parte de nenhum dos bandos políticos de Alagoas e Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro público roubado.”
Declaração.
“Tenho a minha CONSCIÊNCIA ABSOLUTAMENTE TRANQUILA, pois TUDO que foi feito durante o meu HONRADO Mandato de Senadora está TOTALMENTE de acordo com a Legalidade Institucional vigente. NUNCA fiz nenhuma Ilegalidade ou Imoralidade na minha vida Pública ou Privada. Repito NUNCA! NÃO faço parte de nenhum dos Bandos Políticos de Alagoas e Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro público roubado. NUNCA patrocinei passagens aéreas para Marginais que viajam para articular o Propinódromo da Roubalheira do Eixo Alagoas/Brasília.
USEI as passagens TOTALMENTE de acordo com o que estabelecia a Legislação Vigente. Repito TOTALMENTE de acordo com a Legislação vigente! SE eu gostasse de safadeza política eu teria uma Aposentadoria Parlamentar de R$ 8 mil reais, e abri mão sem pestanejar por não reconhecer legalidade no fato. NUNCA usei o Plano de Saúde de Ex-Senadora como tenho direito exatamente por não reconhecer legalidade no fato. “E para encerrar, Desafio o Jornal que deu manchete com o meu nome a publicar como foram utilizadas TODAS as passagens de TODOS os Deputados Federais e SENADORES de Alagoas.”
Heloísa Helena
Presidente Nacional do PSOL
Cretinice ou bandidagem? (10maio)
É difícil encontrar um qualificativo quando se trata de definir ações premeditadas dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo, Zero Hora e nem tão pouco do “site Congresso em Foco” e de boa parte de seus quadros de dirigentes de redações, no sentido de distorcer os fatos da vida real. Sempre, é claro, protegendo seus cúmplices nas altas esferas do grande capital, e procurando difamar os que, na vida pública, se alinham com os interesses dos que vivem do trabalho e do salário.
Não. Não estamos retomando a vergonhosa e parcial cobertura dos episódios relativos a Gilmar Mendes, e o inexplicável habeas corpus a Daniel Dantas, versus a corajosa intervenção do ministro Joaquim Barbosa; ou a operação Satiagraha, conduzida pelo delegado Protógenes. Nesses episódios já ficou bastante claro de que lado se colocou os jornalões. E ficaram claros, também, seus fracassos nas tentativas de manipulação da opinião pública.
Estamos nos referindo à desonestidade do destaques dados nas edições de sábado, 9 de maio, a noticia sobre a utilização de passagens aéreas por parte da Senadora Heloisa Helena.
Estes jornalões sem vergonhas, com histórias marcadas pelas cumplicidades com o que houve de mais grave em ataques à democracia em nosso país, resolveram fazer manchete de páginas com a informação de Heloisa ter utilizado sua cota de bilhetes para deslocamento, entre Maceió e Brasília, de seu filho Ian.
Reparem bem o roteiro de viagem. Não se trata de Paris, nem Havaí.
Trata-se de deslocamentos entre Maceió e a capital federal, a base de trabalho da Senadora, como presidente do PSOL.
Mas os jornalões não operam pela lógica do s fatos objetivos ou da isenção em relação aos fatos. O que não é de surpreender, tendo em vista o descaramento com que atacaram entidades simbólicas – OAB e ABI – na luta contra a ditadura que apoiaram durante todo o tempo, marcando o Jornal Nacional, da Rede globo, como porta-voz do regime autoritário. O que não é de surpreender, tendo em vista o descaramento na omissão de qualquer notícia positiva sobre a senadora e o PSOL.
Os jornalões não citam em destaque, nem estampa fotos, quando as pesquisas mantêm a senadora em excelente posição nas pesquisas presidenciais, sempre à frente de Aécio Neves ou Dilma Roussef. Pelo contrário, citam e publicam as fotos dos que vêm depois dela.
Alguns leitores de jornalões tomaram conhecimento dos atos e mobilizações promovido pelo partido da Senadora, o PSOL, como o ato contra o ministro Gilmar Mendes, em frente ao STF, com mais de 500mpresentes? Não. Mas receberam as respostas, como sempre agressiva e oligárquica, que o ministro deu no dia seguinte, quando afirmou que juiz não deve ouvir o “qualquer um da esquina”.
Os leitores dos jornalões não souberam também que, na cidade onde o jornal O globo é editado, um comício na Cinelândia com mais de 1500 participantes se realizou, por iniciativa do PSOL e da Fundação Lauro Campos, em protesto contra as manobras do capital, com apoio do governo Lula, para transferir aos trabalhadores o ônus da crise. Um comício onde se prestou solidariedade ao delegado Protógenes pelo combate a que se entregou contra o verdadeiro crime organizado em nosso País. Mais importante para os jornalões eram, naquele mesmo dia, noticiar que o senador Dornelles havia sido reeleito para a presidência de seu inexpressivo partido.
Lamentavelmente, na mesma noite, o noticiário televisivo da Rede Bandeirante mostrava sua submissão aos concorrentes, operando a notícia com a mesma desonestidade que os jornais o fizeram na manhã.
Enquanto o próprio Jornal Nacional se omitia sobre o fato, o jornal da Band dava destaque somente a Heloisa Helena no novo “furo de reportagem.” E mentindo, quando informou ter ela se recusado a dar entrevista. A senadora não havia sido contatada.
A Fundação Lauro Campos e o PSOL não reconhecem às organizações Globo, Bandeirantes nem outra empresa de comunicação nenhum papel de fiscal da moralidade pública. Pelo contrário. Lamentam que o poder adquirido por essas entidades empresariais, forjadas nos piores momentos do regime autoritário, que lhe deram cobertura no escandaloso acordo com a Time Life norte-americana, lhe permita o monopólio privado da formação de opinião. E por isso se empenham na luta constante pela transformação qualitativa de nossa sociedade, na qual o conceito de democracia se afirme não pela cretinice da “liberdade de opinião” dos donos de empresas de comunicação, mas, sim, da
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