Uma semana após a divulgação de um vídeo em que equiparava quilombolas, índios e homossexuais a “tudo que não presta“, o deputado Luis Carlos Heinze reaparece em outro vídeo com declarações polêmicas envolvendo, mais uma vez, os mesmos segmentos e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, também alvo do discurso anterior.
“Tem no Palácio do Planalto um ministro da presidenta Dilma, chamado Gilberto Carvalho, que aninha no seu gabinete índios, negros, sem terra, gays, lésbicas. A família não existe no gabinete deste senhor”, disse Heinze, referindo-se ao secretário-geral da Presidência. “Este é o governo da presidente Dilma. Não esperem que essa gente vá resolver o nosso problema”, acrescentou.
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Veja o vídeo:
A nova gravação foi feita no diz 7 de dezembro de 2013, em um leilão de gado em Campo Grande (MS) para arrecadar recursos para contratação de seguranças para as fazendas do estado.
O Congresso em Foco procurou o deputado para comentar a declaração, mas o seu celular estava desligado. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o líder da bancada ruralista afirmou que se referia ao comando de movimentos quilombolas e não aos negros em geral. Segundo ele, a declaração foi uma crítica à forma com que o governo federal tem conduzido o processo de demarcação de terras indígenas e quilombolas. “Não é o negro ou o índio brasileiro. É quem comanda este processo, o comando dos movimentos quilombolas e indígenas”, disse ao repórter Eduardo Bresciani.
Heinzi afirmou que não concorda com o financiamento público para os sem terra, que se excedeu ao se referir a gays e lésbicas, mas que não tem nada contra os homossexuais.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária é alvo de um processo na Corregedoria da Câmara por declarações semelhantes, divulgadas em vídeo anterior nas redes sociais. A primeira gravação foi feita em uma audiência pública promovida pela bancada ruralista, no município de Vicente Dutra (RS), em 29 de novembro do ano passado. Na mesma gravação, Heinze e o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) incentivam os produtores a recorrerem à segurança privada para evitar ocupações de suas terras.
Por causa dos dois vídeos, um grupo de representantes indígenas, apoiados por cinco organizações não-governamentais, protocolou na Procuradoria-Geral da República uma representação contra os dois deputados. Os índios querem que os dois sejam investigados e denunciados por incitação à violência, racismo e injúria qualificada.
A Frente Parlamentar dos Direitos Humanos da Câmara encaminhou, na semana passada, representação à corregedoria da casa e à PGR contra Heinze e Moreira. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Rio Grande do Sul também apresentou denúncia ao Ministério Público Federal contra Heinze.
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