Pouco antes de ser ungido oficialmente como candidato do PT à Presidência da República, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad foi um dos candidatos que participaram do Encontro com Presidenciáveis, série de entrevistas com candidatos à Presidência da República promovida pelo Congresso em Foco em parceria com o canal MyNews.
Entre outros temas polêmicos abordados, Haddad disse estranhar o comportamento da Justiça em relação a Lula. Ele alega que as decisões são sempre desfavoráveis ao ex-presidente.
“São muito eloquentes os argumentos que estamos levando. Não é coisa de somenos importância, caso contrário não conseguiríamos liminar da ONU endereçada às autoridades brasileiras”, afirmou. Há cerca de um mês, o Comitê de Defesa dos Direitos Humanos da ONU recomendou que o Brasil assegurasse os direitos políticos de Lula, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que o país não era obrigado a seguir a posição do colegiado.
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Haddad concedeu a entrevista a este site em 6 de setembro – coincidentemente, o dia do atentado a faca contra Jair Bolsonaro (PSL). Então candidato a vice na chapa do PT e, àquela altura, relativamente desconhecido do eleitorado nacional, o petista admitiu que era “arriscada” a estratégia do partido em confirmá-lo apenas no limite temporal legal, após negados os recursos de Lula. Haddad só foi oficializado no dia 11 de setembro, último dia do prazo imposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a substituição de Lula.
Veja a íntegra da entrevista:
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Principais pontos
Os entrevistadores do Congresso em Foco e do MyNews questionaram Haddad sobre os erros do governo de Dilma Rousseff, especialmente na área econômica, sobre o desconhecimento de seu nome, a desconfiança do eleitorado e o apoio a políticos do MBD que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff – hoje, a petista lidera intenções de voto para o Senado.
Haddad ainda criticar diretamente Dilma e preferiu focar na especulação do mercado, na “falta de zelo fiscal” e nas chamadas pautas-bomba que foram aprovadas pelo Congresso no início do segundo mandato da petista.
Ele avaliou, entretanto, que a partir de 2013 o orçamento público foi sobrecarregado com despesas que considera desnecessárias, como desonerações da folha de pagamento de alguns setores.
O ex-prefeito paulistano ainda comentou o apoio a candidaturas de figuras-chave do impeachment de 2016. Ele confirmou apoiar a reeleição do governador Renan Filho (MDB), em Alagoas, filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos fiadores do impeachment no Congresso.
“Muita gente está revendo seu posicionamento”, disse o petista.
Haddad também evitou responder sobre a repetição de uma eventual aliança com o MDB no Congresso. Segundo ele, é preciso conversar com o Parlamento que for eleito, pois isso faz parte do jogo democrático.
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