O ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, acaba de divulgar nota à imprensa afirmando que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, mentiu na CPI dos Correios sobre sua participação no episódio Visanet. "Movo processo contra o Sr. Henrique Pizzolato por essas declarações, pleiteando dele a devida recomposição moral, em face de todos os desdobramentos a mim prejudiciais que as absurdas declarações dele me causaram", diz a nota.
A denúncia acatada hoje (24) pelos ministros do STF contra Gushiken é referente aos repasses feitos pela Visanet à DNA Propaganda. No entendimento de Joaquim Barbosa, havia provas contra Pizzolato e o ex-ministro Luiz Gushiken. Gushiken teria autorizado a antecipação de R$ 23 milhões à DNA Propaganda e, para camuflar a irregularidade, o ex-ministro e o ex-diretor do banco teriam assinado notas fiscais falsas. (Lúcio Lambranho)
Leia a íntegra da nota do ex-ministro:
NOTA À IMPRENSA – Luiz Gushiken
Por meio da Assessoria de Imprensa do Escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Advocacia.
Quanto à decisão tomada, na data de hoje, por maioria de votos, pelo STF, que recebe a denúncia feita pela Procuradoria da República, manifesto-me da seguinte forma:
Leia também
– o Ministro Relator do Processo foi claro que, se estivesse, na data de hoje, decidindo o processo, teria me absolvido;
– quatro Ministros revisaram o voto do Relator, para dizer que não havia nem ao menos um indício confiável que apontasse a necessidade de abertura do processo para prolongamento das investigações contra minha conduta;
– que o senhor Henrique Pizzolato, autor das declarações que convenceram parte da Corte Suprema a votar pela abertura do processo, mentiu perante a CPMI quando se referiu à minha conduta, ainda que o tenha feito de maneira oblíqua e pouco clara;
-que, atualmente, movo processo contra o Sr. Henrique Pizzolato por essas declarações, pleiteando dele a devida recomposição moral, em face de todos os desdobramentos a mim prejudiciais que as absurdas declarações dele me causaram;
– que nunca autorizei ou participei de qualquer desmando na gestão das verbas destinadas pelo Banco do Brasil ao Fundo Visanet;
– que, respondendo à época pela função de Ministro da Secom, não tinha poder legal ou mesmo condições materiais para fiscalizar a gestão dessas verbas, o que competia exclusivamente aos órgãos de controle interno do próprio Banco do Brasil e, em sede externa, ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público;
– que sempre estive e continuo com minha consciência tranqüila: não participei de esquemas ou quadrilhas, não favoreci o desvio de recursos públicos e não descuidei de minhas obrigações legais;
– que continuo confiando firmemente na Justiça e em minha absolvição, pois vi, no julgamento de hoje, que há homens que não se atemorizam em fazer valer a verdadeira Justiça, sem paixões ideológicas e com a devida impessoalidade.
São Paulo, 24 de agosto de 2007.
Luiz Gushiken
Deixe um comentário